Diretor de futebol do Maringá FC promete dificultar saídas de jogadores após o Paranaense
O Maringá FC se prepara para enfrentar o Operário no segundo jogo da final do Campeonato Paranaense 2025, que acontece neste sábado, 29, às 16h, no Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa. Depois do empate em 2 a 2 na partida de ida, no Estádio Willie Davids, um novo empate levará a decisão para os pênaltis.
Enquanto isso, outro assunto já paira sobre as preocupações dos dirigentes do Maringá FC: a saída de atletas após o fim do estadual. Como tem acontecido nas últimas temporadas, muitos jogadores têm deixado o Dogão após a disputa dos campeonatos de início de temporada, seja por empréstimo ou vendidos, para reforçar clubes nas divisões do Campeonato Brasileiro.
A preocupação da torcida nesta temporada é perder as principais peças do plantel, como Moraes e Negueba, esfraquecendo o time para a disputa da Série C com um desmanche. No entanto, o diretor de futebol do Maringá FC, Tiago Reinis, prometeu dificultar saídas de jogadores após o Paranaense, além de priorizar grandes vendas ao invés de empréstimos. Reinis, inclusive, confirmou que algumas propostas já foram recusadas.
— Sempre que chega esse momento do ano, é um assunto meio polêmico, porque alguns saem, outros chegam e começa a questão de desmanche. Só que é assim, este ano, pela primeira vez, a gente tem uma competição de alto nível no segundo semestre. Não que a Série D não tivesse, mas esse ano a Série C é como se fosse uma mini Série B. […] Cada vez mais, a gente quer emprestar menos jogadores e vender, porque eu acho muito ruim essa questão do cara sair, às vezes ele não é comprado, ele volta e gera uma frustração. Aconteceu com alguns já. E hoje nossa ideia a nível de modelo de negócio é vender os jogadores. Eu ouço chegar uma oferta recusável para o Maringá FC, para o Negueba, para o Rodrigo, para o Maranhão, para o Moraes, para o Tito, para o Ronald. Eu não posso atrapalhar a vida dos caras. Já chegaram [propostas], mas por enquanto nenhuma que vai nos fazer liberar, porque a gente quer um valor substancial de compra. Eu sei o quanto me custaria para encontrar outro Negueba, o quanto me custaria para encontrar outro Moraes, o quanto me custaria para encontrar outro Maranhão, outro Rodrigo. A tendência é o Maringá FC, nessa janela, perder muito menos jogadores do que perdeu nas passadas. […] Não estou dizendo que não vamos perder jogadores. Pode ser que sim. Só que a gente vai dificultar muito mais as saídas do que a gente fez em outros momentos ainda gestando o clube — disse o dirigente.

A declaração foi feita no CBN Maringá Esportes (clique aqui para ver na íntegra), podcast semanal da CBN Maringá, no YouTube. Entre outros assustos, Reinis também comentou sobre a final contra o Operário, o trabalho do técnico Jorge Castilho e os objetivos do Maringá FC na Série C.
Confiante, o diretor tricolor afastou a possibilidade do clube se conformar com um vice-campeonato, visto as derrotas em momentos decisivos nos últimos anos, como os vices para Coritiba, em 2022, e Athletico, em 2024. Mesmo assim, Reinis depositou todo o favoritismo para o Operário.
— A gente quer ser campeão. De qualquer jeito, a gente tem que ser campeão. A gente tem que buscar, nossa terceira final nos últimos quatro anos. É um time jovem, mas a nossa pretensão é de título. Não tem como eu chegar vivo numa final, empatando em casa e a gente ir com outra cabeça pra lá, que não se diz ser campeão, com todo o respeito ao Operário. Sabemos da capacidade do time deles, mas também sabemos da capacidade do nosso time. Então a gente vai querendo ser campeão e se não formos vai ser algo muito frustrante pra todos nós. Sabemos que a gente tem que ser racional, a gente tem que valorizar tudo o que já foi feito, que vale muito. Eu disse na primeira entrevista coletiva do ano, “Eu não posso prometer o título, mas nós vamos protagonizar no campeonato, e nós vamos chegar”. E nós chegamos. E agora nós temos que coroar com o título, eu estou muito confiante. […] A gente precisa mais do que eles [Operário], eles já ganharam uma vez, estão na Série B, o Maringá FC precisa mais. Com todo o respeito, longe de soberba, o favorito é o Operário. O Operário está na Série B. O Operário liderou o campeonato. Mas eu tenho muita confiança no nosso elenco. Eu tenho muita confiança no nosso treinador — declarou Tiago Reinis.
Sobre Jorge Castilho, o diretor acredita que o técnico merecia ser mais reconhecido no mercado nacional, mas que seu estilo de jogo pode afastar a possibilidade. Ele ainda afirmou batalhar para a manutenção da comissão técnica no clube.
— O Castilho brilhantemente comanda o grupo. Eu acho que é um treinador que as equipes grandes têm que estar de olho. [Uma saída] não é uma preocupação não, porque o Castilho é um cara muito fechado com a gente, é um cara que tem que ser mais reconhecido no mercado, porque não é fácil fazer o que ele está fazendo aqui, desde 2020. Ele chegou em todas as semifinais, nas últimas quatro edições, chegou em três finais, subiu da D pra C, que é a divisão mais difícil do Brasil. E é um cara que tem tido conquistas gigantes, e que eu acho que, às vezes, tem uma valorização pouca do mercado pra ele, de espaço, talvez porque ele não faz o jogo que é convencional, que o pessoal, hoje, dos mais modernos gostam. […] Muito mais preocupado que jogador, eu estava preocupado em manutenção de cultura de jogo, manutenção da comissão técnica, manutenção, de fato, da identidade do clube, porque é isso que vai nos levar pra Série A do Brasileiro, isso que vai nos fazer competir na Copa do Brasil, no Paranaense — disse.

Reinis reafirmou que dentre os objetivos do clube está chegar à Série A do Brasileirão até 2029. Para isso, ele acredita que o Maringá FC precisa se consolidar na Série C, competição que o Dogão vai estrear nesta temporada, em abril. Mesmo assim, o clube vislumbra a briga pelo acesso já neste ano.
— Eu acredito que o Maringá vai entrar nessa Série C, independentemente que é o primeiro ano, com muito respeito aos outros. Não tem como eu dizer que um time que está na final do Paranaense vai entrar na Série C diferente de uma ideia de acesso. A gente entra nessa Série C sabendo que o projeto esportivo é um ano de consolidação e um ano de acesso. Mas a gente está num momento bom e nós vamos mirar esse acesso, queremos isso, e eu acho que é algo factível. Ferroviária e Athletic fizeram isso ano passado, subiram da D pra C, da C pra B, e a gente quer estar nessa esteira — concluiu Reinis.
Operário e Maringá FC se enfrentam neste sábado com expectativa de casa lotada. Os setores mandante e visitante do Estádio Germano Krüger, que tem capacidade para 10.842 torcedores, tiveram todos os ingressos esgotados. Em Maringá, o Dogão, com apoio da Prefeitura, vai instalar um telão no WD para os torcedores acompanharem a final.