02 de abril de 2025

Invasão em Ponta Grossa: torcedores maringaenses comparecem em peso à final do Campeonato Paranaense


Por Felippe Gabriel Publicado 29/03/2025 às 09h26
Ouvir: 09:43

O Estádio Germano Krüger, palco da grande final do Campeonato Paranaense neste sábado, 29, estará repleto de olhares apreensivos e esperançosos nas arquibancadas. Isso por que Operário e Maringá FC se enfrentam pelo segundo jogo da decisão e a expectativa é de cada lotada.

operarioferroviario_1743092480_3597642938126544953_1805704278
Torcida do Fantasma esgotou os ingressos no Germano Krüger | Foto: Enzo Binotto/OFEC

No início da semana, os ingressos para a torcida mandante já haviam se esgotado e, dois dias depois, o Operário informou que todos os ingressos disponíveis para a torcida visitante também haviam sido adquiridos. Ainda, nesta sexta-feira, 28, o clube de Ponta Grossa divulgou um lote extra com 500 ingressos, referente a sócios que não resgataram sua entrada. Em pouco mais de duas horas, tudo estava esgotado, com direito à filas extensas do lado de fora do Germano Krüger.

+ Operário x Maringá FC: Saiba tudo sobre a decisão do Campeonato Paranaense 2025

O estádio tem capacidade para 10.842 torcedores, sendo 9.742 destinados à torcida mandante e 1.100 para a torcidade visitante. O setor vai receber uma invasão da torcida maringaense, que se prepara a mais de uma semana para partir com destino à Ponta Grossa.

Caravanas na estrada

Ônibus, vans e carros. Todo tipo de transporte está sendo utilizado para cair na estrada pelo Paraná. Cerca de 900 torcedores e mais 200 familiares de jogadores e funcionários do clube fazem parte da empreitada. A delegação tricolor seguiu para Ponta Grossa na sexta-feira, após o almoço, e já se concentra para a partida.

Um dos responsáveis pelas caravanas é Robson Damasceno, o Copeiro, como é conhecido. O torcedor ilustre do Maringá FC organizou a viagem com dois ônibus, para cerca de 100 torcedores. Eles partiram às 7h deste sábado e desembarcam diretamento no estádio Germano Krüger, às 14h30.

Imagem do WhatsApp de 2025-03-28 à(s) 16.02.07_418746a3
Robson Copeiro em Londrina, no Estádio do Café | Foto: Arquivo Pessoal

Torcedor fanático do Dogão, Robson, de 41 anos, acompanha o clube sempre que pode e nunca perdeu um jogo no Willie Davids. No entanto, ele relata um arrependimento, de não ter ido ao jogo contra o Flamengo, no Maracanã, pela Copa do Brasil de 2023.

— Estive em todos os jogos do Maringá FC no WD desde seu nascimento, em agosto de 2010. Não perdi nenhuma partida em casa desde então. Vou na maioria dos jogos importantes fora, mas sou frustado por não ter ido para Rio de Janeiro — disse o Copeiro, que esteve em Curitiba para prestigiar o time na partida de volta das quartas de final do Paranaesne 2025.

A vida de Robson desde então se mistura ao Maringá FC. Ele relata como “amor à primeira vista” e abadonou seu antigo time para se dedicar ao Tricolor, quando ainda se chamada Grêmio Metropolitano Maringá.

— Em 2010 saiu a notícia que iria estrear um novo time na cidade, o Grêmio Metropolitano Maringá. Fui para conhecer apenas por gostar do futebol. Com a carência por futebol na cidade, fui, me apaixonei pelo time, não sei exatamente explicar, foi amor à primeira vista.

Dono de uma vasta coleção de camisas do Dogão, Robson se dedica à torcida, mas tinha receio de que o novo projeto poderia acabar de repende.

— Os anos foram passando e o time foi ganhando forma, dava a nós a confiança de um projeto sério, mas tinha aquele receio que todo ano o time poderia acabar. Mas eu abracei o time, criei afinidade, deixei de torcer pelo time de São Paulo e passei a me dedicar ao MFC sempre, tentando fazer com que outros torcedores criassem afinidade, assim como eu criei. Tenho todas as camisas desde 2010, e muitas histórias que me faz sentir orgulho de ser o torcedor símbolo do Dogão.

+ Zagueiro que vestiu camisa do Maringá FC e do Operário revela o que espera da decisão

Para o jogo deste sábado, Copeiro se diz confiante, principalmente pela maior preparação da equipe em relação às outras decisões recentes em que o Maringá FC disputou, em 2022 e 2024, e ainda arriscou um palpite.

— Das finais que chegamos, é a que temos a maior chance de sermos campeões, pela força mental do time, principalmente por que o time joga melhor fora do que no WD. […] 2×1 Dogão, com sustos e ameaços, mas tudo controlado.

Como se não bastasse o amor à camisa, o apelido Copeiro também possui relação com o MFC. Administrador da página “Copeiros do Maringá FC”, Robson passou anos sendo a maior finte de informaçõe sde um clube novo, que ainda não tinha espaço na imprensa. Pela dedicação e presença constante no clube, passou a ser reconhecido pelo trabalho e sua página virou referência em Maringá FC.

— Eu criei esta página primeiramente no Facebook. O Maringá FC, nos meados de 2015 até o finalzinho de 2018, era bem carente de informação ao torcedor. Criei a página para trazer informações do dia-a-dia do time, de forma bem amadora, mas com muitas informações, até mesmo furos de reportagens, como anúncio de reforços e os trabalhos que eram feitos nos treinamentos. Criei amizades com diretores, jogadores e até mesmo empresários de atletas patrocinadores, que me passavam informações que ninguém tinha. Todas as rádios e alguns blogs tinham minha página como referência para trazer notícias do Tricolor. Foi aí que associaram a página Copeiros ao meu nome. Hoje só me chamam de Copeiro ou Robson Copeiro — disse Robson.

Organizada também estará presente em peso

A Força Maringaense, torcida organizada do Maringá FC, também segue em direção à Ponta Grossa. A agremiação adquiriu cerca de 200 ingressos para a partida e promete a mesma festa que faz nas arquibancadas do WD.

O presidente da Força, Nathan Castilho, também relata que o Dogão é sua vida e está presente em todos os jogos. Sua primeira partida como integrante da organizada foi em 2022, contra o Athletico, no primeiro jogo com público após a pandemia de covid-19. Rapidamente, Nathan passou por todos os setores da organização, até se tornar presidente no ano passado.

— Tenho várias histórias como torcedor do MFC. Hoje o Maringá FC é minha vida  praticamente. Vou em todos os jogos e quase em todas as viagens. Meu primeiro jogo foi em 2014. Hoje eu torço somente para o Maringá FC, por viver a arquibancada, viver de verdade o futebol, não ficar assistindo pela televisão — contou Nathan.

+ Histórico de empates: Equilíbrio marca o retrospecto de Operário x Maringá FC

Imagem do WhatsApp de 2025-03-25 à(s) 16.43.49_2b876b40
Torcida do Maringá FC comparecerá em peso em Ponta Grossa | Fernando Teramatsu/MFC

Presente na partida contra o Operário pela primeira fase nesta temporada, na qual o Dogão foi derrotado por 3 a 1, o presidente da torcida organizada acredita em um resultado diferente para este sábado, terminando ainda no tempo normal.

— Estivemos no primeiro jogo em Ponta Grossa. É difícil comparar o Maringá FC daquele jogo para o Maringá FC de agora. É outra realidade. Estou confiante no título, o MFC vem firme para ser campeão. Minha expectativa é de 2×1 para o Maringá FC. [Com] Dificuldade, vai ser um jogo difícil.

— A última promessa que eu fiz foi no jogo do acesso do Maringá FC [para a Série C do Campeonato Brasileiro, em 2024]. Era fazer alguma tatuagem da Força. Dessa vez eu não prometi nada, mas se for campeão eu vou fazer mais umas tatuagens — prometeu o presidente.

Quem não pôde acompanhar o time em Ponta Grossa terá a oportunidade de assistir ao jogo no WD. A Prefeitura de Maringá, em parceria com o Maringá FC, transmitirá a partida em um telão no estádio. Os portões do WD ficarão abertos para a comunidade a partir das 15h.

+ Pré-jogo do Unilife Maringá terá telão com transmissão da final do Paranaense de futebol


Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação