Jorge Castilho continua no Maringá FC para a temporada 2025


Por Felippe Gabriel

O técnico Jorge Castilho confirmou que continua no comando do Maringá FC para a próxima temporada. Ao lado do presidente João Vitor Mazzer e do diretor de futebol Tiago Reinis, o treinador concedeu entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, 5, após o Dogão garantir o acesso para a Série C de 2025.

Foto: Fernando Teramatsu/Well Medeiros/MFC

Fazendo um balanço da temporada e projetando os passos seguintes do clube, Reinis confirmou a permanência de Castilho, mas ainda sem anunciar o tempo do novo contrato.

“A gente tem que estar sempre se reinventando e melhorando, e ao mesmo tempo, continuando com esse trabalho do Jorge Castilho, que vai permanecer aqui, um dos treinadores mais longevos do futebol brasileiro, a gente tem feito coisa diferente até nesse sentido. Então o nosso projeto é audacioso, o projeto é grande, a gente tem muita convicção no que estamos fazendo e espero que a gente possa colher bons frutos daqui pra frente”, disse Tiago Reinis.

Na sequência, Castilho disse estar contente com a continuaidade e relembrou sua chegada ao clube há quatro anos.

“[Estou] Feliz. Inclusive a gente estava conversando ali agora, vamos continuar. É o que eu falei também, já dei uma ‘pressãozinha’, falando que enquanto o Maringá achar por bem eu ficar no projeto eu fico. Mas brincadeiras à parte eu faço parte do projeto desde 2020 e se depender de mim eu não saio, mas depende deles [Mazzer e Reinis], então eles já falaram que nós vamos continuar para 2025, vou continuar feliz pra caramba e motivado”, disse Jorge Castilho.

Veja outros trechos da entrevista coletiva de Jorge Castilho:

O técnico analisou os momentos do empate contra a Inter de Limeira, no último domingo, 1º, que garantiu a vaga na Série C do ano que vem, revelando uma apreenção pelo resultado e lembrando das últimas eliminações do Maringá FC:

“Antes, tínhamos a certeza que nós íamos classificar, mesmo respeitando o adversário, por tudo que nós fizemos dentro da competição, pela semana que nós fizemos. Durante, após o gol do Rodrigo, a certeza aumentou a cada momento do jogo. Depois, virou um jogo de emoção, um jogo apreensivo, que nós tomamos o gol logo no início. Passou um filme na cabeça, não vou mentir para vocês, me veio o jogo do Camboriú, me veio a eliminação contra o Amazonas na nossa casa, o jogo que nós perdemos para o Atlético, a semifinal de 1 a 0. Deu medo, porque a Inter estava melhor no jogo, só que é o que eu falo, os nossos atletas eles são muito maduros, apesar da pouca idade. Colocaram a cabeça no lugar, ajustamos o que deu para ajustar durante o jogo, a gente conseguiu ajustar a parte tática, os jogadores passaram a entender a nossa segunda proposta e as coisas aconteceram, foram muito firmes. Nosso setor defensivo foi muito preciso, o Dheimison fez duas defesas que valeram como um gol para nós, e aí depois é coração. A torcida colocou aquela motivação, aquela alegria que eles estavam fazendo arquibancada para dentro dos jogadores, e nós tínhamos que entregar, para o torcedor e para nossos familiares, o acesso, e nós conseguimos, mas foi bem difícil”, revelou.

Com o objetivo da temporada cumprido, o clube agora busca o título brasileiro. Castilho, então, respondeu se os jogadores, nesse momento de comemoração, podem se atrapalhar psicologicamente para o andamento do campeonato:

“Nós temos um grupo muito jovem, mas um grupo muito focado naquilo que quer, são jogadores que tinham a vontade, a gana de acesso, desde o início da pré-temporada. Não só os atletas, como a minha comissão técnica, a diretoria. E eles [jogadores] já viraram a chave, eles estão muito centrados no que eles querem, tinha que comemorar, eles comemoraram, só que agora é trabalho, e eles sabem disso. A minha função é deixar eles bem cientes de que a festa já passou e agora nós temos que ir em busca do título. Ontem nós fizemos um treinamento muito forte, um treinamento muito bom, me surpreendeu até o nível de concentração e o nível de intensidade do treino de ontem. Então o treino já voltou para o trilho”, disse.

Na partida do acesso o zagueiro Ronald estava suspenso e não pôde ser escalado. Para o seu lugar, Castilho escalou o volante Léo Costa. Ele explicou qual foi a ideia de utilizar o jogador:

“O Ronald é um dos pilares [do time] e a escolha do Léo foi uma escolha, no meu ponto de vista, acertada. Um jogador que não é zagueiro, e nós precisávamos fazer uma marcação diferenciada no Albano. Foi isso que nós pensamos, o restante se manteve da mesma forma, e a entrada do Léo foi exclusivamente pra isso, pra anular o Albano. [Léo Costa foi] Muito bem no meu ponto de vista, depois ainda volta a fazer a sobra como zagueiro, que o jogo se desenhou daquela forma, e gostei muito da apresentação dele”, explicou.

Para o próximo jogo, o Dogão terá outra ausência, após a confirmação do empréstimo do volante Rodrigo ao Avaí. Castilho reconheceu a importância do atleta, mas não indicou quem será o titular no seu lugar:

“Feliz pelo Rodrigo. É um jogador que abriu mão de muita coisa pra permanecer conosco aqui na Série D, é um jogador que pensou duas vezes antes de sair também nesse empréstimo, tem que deixar isso bem claro pro torcedor, que às vezes acha que a diretoria já tá fazendo desmanche. Não é desmanche, é um jogador que foi com o coração partido, porque o objetivo dele era o título, só que ele tem que pensar na carreira dele também. É um jogador muito importante, foi muito importante pra nós, só que é o que eu falo sempre, nós temos um elenco muito qualificado, isso já se mostrou, nós ficamos acho que 14 ou 13 partidas mudando a escalação, jogando de acordo com o adversário, e não vai ser diferente mesmo com a ausência do Rodrigo. Vamos continuar jogando de acordo com o adversário e colocando as peças de acordo com o jogo”, afirmou.

Rodrigo foi a única saída do elenco durante a Série D, algo que contribuiu para que o time se estabelece na competição e tivesse regularidade.

“Feliz porque o nosso acesso foi próximo da janela [de transferências] e não dava tempo de muita coisa, com exceção do Rodrigo que vinha fazendo uma boa Série D, um excelente Paranaense. Feliz por permanecer com o elenco todo para essa semifinal. Foi mérito da diretoria de convencimento, de projeto, e os jogadores estão muito focados nisso”, explicou Castilho.

O treinador ainda aproveitou para analisar a diferença entre os elencos que comandou no Campeonato Paranaense do início da temporada — que teve a baixa de seis jogadores — e no Brasileirão Série D:

“O primeiro elenco era tecnicamente muito qualificado, hegamos a uma final de campeonato estadual, com jogadores que estão acostumados com o nível de jogo contra Atlético, contra Coritiba, contra Operário, e era um time que tecnicamente pode-se dizer que seja melhor que o nosso time presente. Só que esse time do acesso é o time com a cara do Maringá, é um time de jogadores com fome, em busca de projeção dentro do futebol nacional. São jogadores que estão pensando no próximo passo e que entenderam o que a gente queria. Muita entrega, muita vontade, muita dedicação e muita alegria para trabalhar, então essa é a diferença dos dois elencos do meu ponto de vista”, analisou.

Pela semifinal, o Maringá FC vai enfrentar o Anápolis, com o primeiro jogo fora de casa, no próximo domingo, 8, às 16h. Castilho analisou o adversário e disse qual o nível de dificuldade da partida:

“Quando você vai chegando cada vez mais próximo da final e do título, a dificuldade aumenta. Passamos por adversários muito difíceis, jogos muito complicados, inclusive o último contra a Inter foi um jogo onde o coração falou mais alto do que a própria técnica e tática. Anápolis é um jogo muito difícil, é semifinal de campeonato brasileiro, é um time que chegou com mérito, nós temos que respeitar, eles não foram na sorte, não foi por um acaso. O nosso time faz diferente porque nós aprendemos (11:30) a respeitar o adversário, e eu acho que isso é fundamental para que você faça uma campanha sólida. Sabemos que o acesso era o que a gente mais queria, só que agora o título é o que está em jogo, é o que vale, então nós vamos buscar o título, nós vamos dificultar a vida do Anápolis na casa deles. Esse sempre foi o nosso objetivo, fazer grandes jogos fora e decidir na nossa casa, por isso classificamos bem, e isso nos dá essa possibilidade. É um time que vai jogar para frente, a gente sabe disso, só que nós temos as nossas qualidades, nós temos o nosso modelo, e nós vamos até Anápolis para buscar um bom resultado e voltar para casa e definir”, disse.

Por fim, o comandante contou o que o elenco precisa fazer para conquistar o título e ‘não bater na trave’ novamente, após os dois vices no Campeonato Paranaense:

— “Trabalhar como nós estamos trabalhando, motivar os atletas, buscar a maior informação do adversário para que a gente possa surpreender, entregar aquilo que nós estamos entregando, porque o título vai vir, ele já está batendo na trave e eu tenho certeza que ele vai vir”, finalizou.

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