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19 de abril de 2024

Favorito ao melhor do mundo, Ferrão, do Barça, se prepara em Maringá


Por Chrystian Iglecias Publicado 17/07/2019 às 18h55 Atualizado 23/02/2023 às 12h54
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Ele vem de uma temporada que beirou a perfeição. Campeão da tríplice coroa espanhola, melhor jogador, artilheiro e melhor pivô da principal liga do futsal mundial, nosso personagem desponta como o grande favorito ao prêmio principal do AGLA Futsal Awards: o troféu de melhor jogador do mundo, organizado pelo Futsal Planet com chancela da FIFA.

Estamos falando de Ferrão, pivô do Barça Lassa, o time de futsal do FC Barcelona. Após a melhor temporada de sua carreira até o momento, o brasileiro deu uma pausa nas férias para se preparar para a retomada do futsal europeu. Para tal, o camisa 11 blaugrana procurou as instalações da Clinisport Prime, clínica de fisioterapia maringaense que está acostumada a receber nomes como Falcão e Bateria.

Fundador, proprietário e responsável técnico da clínica, o fisioterapeuta Kleber Barbão explica que o atleta está na Clinisport para fazer um trabalho específico com o objetivo de prevenir eventuais lesões, tratando possíveis desequilíbrios musculares e disfunções.

“É uma preparação para a próxima temporada. É importante pra clínica saber que atletas do mundo inteiro estão se preocupando mais com a parte física e saber que Clinisport já é uma referência mundial. Receber um jogador como o Ferrão, que está entre os melhores e provavelmente pode ser o melhor do mundo na nossa clínica é algo que só vem coroar o trabalho que está sendo feito e cada vez mais tentando tornar Maringá uma referência”, afirmou Barbão.

Nas instalações da Clinisport, Ferrão aceitou falar com exclusividade para o portal GMC Online e comentou pontos importantes de sua carreira, além de enaltecer o trabalho de Klebér Barbão e companhia.

“Procurei a Clinisport primeiro porque tenho uma grande amizade com o Klebinho (Barbão), e segundo pela estrutura. Eu tinha vindo uma vez aqui em Maringá com a Seleção quando a clínica ainda estava começando e a estrutura já era espetacular. Agora, está ainda melhor. Acho que no Brasil eu não vi nenhuma estrutura tanto de fisioterapia como de treinamentos para um atleta de alto nível. É a primeira vez que venho nas minhas férias pra fazer um trabalho, e eu acho que vou voltar todos os anos que for possível”, disse Ferrão ao portal GMC Online.

Idolatria na Catalunha

Quando se inclui Barcelona, Brasil e camisa 11 na mesma frase, você provavelmente relaciona com a imagem do astro do futebol Neymar, que defendeu as cores azul-grená de 2013 a 2017 e fez história ao ser parte do inesquecível trio MSN. Atualmente, porém, é outro brasileiro que também joga com a 11 quem dá as cartas por lá, com a diferença de que a bola é mais pesada e o piso duro do Palau contrasta com o tapete verde do Camp Nou.

Autor de 198 gols em 273 jogos com a camisa do Barça Lassa – uma média de 0,72 gols por partida -, Ferrão é a “face” de uma das equipes mais poderosas do planeta. Uma pequena prova disso é sua presença no cartaz de divulgação dos novos uniformes do clube, ao lado de nomes como o volante Sérgio Busquets, do futebol masculino, e a atacante holandesa Lieke Martens, do futebol feminino. Para conquistar tamanha relevância, Ferrão usou de seus giros precisos e chutes que mais parecem verdadeiras ferroadas.

Ferrão chegou a Barcelona em 2015, em meio ao auge do time de futebol à época comandado pelo espanhol Luis Enrique. Logo nas primeiras temporadas, o pivô brasileiro já mostrou todo seu poder de finalização – seu cartão de visitas foi marcar 31 gols em 2014/15. A primeira conquista coletiva, no entanto, demorou a chegar.

Na Espanha, o Barça Lassa possui a dura missão de rivalizar com o Inter Movistar, time que tem em suas filas o craque português Ricardinho e é tetracampeão mundial e pentacampeão europeu. Após três temporadas em branco, Ferrão e cia. finalmente levantaram um troféu: a Copa do Rei, em 2017/18. Naquela temporada, o camisa 11 marcou 44 gols em 46 partidas. À esta altura, os torcedores culés já o idolatravam. Mal sabiam eles que a temporada seguinte seria ainda melhor.

“Ser ídolo no Barcelona é muito gratificante, mas também tem uma certa responsabilidade. O Barça, numa liga forte como é a da Espanha, sempre tem que chegar em todas as finais. Eu gosto deste tipo de responsabilidade, e fico muito feliz em ser reconhecido desta forma”, afirmou Ferrão.

Melhor do mundo?

2018/19 foi mágica para Ferrão. Pela terceira vez consecutiva, o brasileiro foi eleito o melhor pivô da Liga Espanhola (LNFS). Mas este, por incrível que pareça, passou bem longe de ser o principal reconhecimento do camisa 11 na temporada.

Além de vencer novamente a Copa do Rei e a Copa da Espanha, o Barça Lassa quebrou um jejum de seis anos sem títulos nacionais. A final, diante do El Pozo Murcia – time do ala Fernando e do pivô Pito, que também defendem a seleção brasileira -, foi disputada em uma melhor de cinco, e o campeão só pôde ser conhecido no confronto derradeiro. Com uma vitória por 3 a 2 (tanto na série quanto no jogo 5), o Barça fez a festa e ergueu a taça em frente a um Palau lotado com mais de 7 mil pessoas.

Na campanha do título, Ferrão foi artilheiro com incríveis 38 gols em 40 jogos, se aproximando da média de um tento por partida e sendo eleito como o melhor jogador do campeonato. Somando todas as competições, o pivô marcou 60 gols em 58 partidas. Além dos 38 na LNFS, foram cinco no Mundial de Clubes, 9 na Champions League, cinco na Copa do Rei e três na Copa da Espanha.

Com números estratosféricos e conquistas coletivas de grande relevância, Ferrão tem todos os argumentos para se tornar o quinto brasileiro a ser eleito o melhor jogador do mundo. O primeiro brasuca a levar o troféu para a casa foi Ricardinho, em 2000. Posteriormente, em 2001 e 2002, Manoel Tobias tomou o trono que Falcão viria a ocupar quatro vezes (2004, 2006, 2011 e 2012) – o ex-camisa 12 é o maior vencedor da premiação. Neste intervalo da hegemonia de Falcão, o fixo Schumacher também conquistou o troféu uma vez, em 2008, ano em que o Brasil foi campeão mundial no Rio de Janeiro.

Questionado sobre a ansiedade em relação à premiação, organizada pelo site Futsal Planet e chancelada pela FIFA, Ferrão preferiu não se colocar na posição de favorito, mas confessou o desejo de ser o escolhido.

“Eu não posso me colocar como favorito, mas graças a Deus esse foi um ano excelente, tanto coletivamente, quanto individualmente. Consegui muitos prêmios individuais em todas as competição que a gente ganhou. Claro que é um desejo que eu tenho, todo jogador almeja ser o melhor. Mas primeiro penso em trabalhar e ajudar a equipe agora na volta da temporada pra tentar estar no meu melhor. Se for pra acontecer, eu vou ficar muito feliz e sem dúvida vou trabalhar pra tentar ser (o melhor do mundo).”

Seleção Brasileira

Com a aposentadoria de Falcão, grande nome da seleção por mais de uma década, o escrete nacional precisa de um novo protagonista. Muito da visibilidade que a seleção brasileira de futsal conquistou ao longo dos anos se deve ao ex-camisa 12, que era o principal responsável por levar os torcedores aos ginásios ou mesmo sentar em um sofá em frente à televisão.

Com o momento espetacular que vive, Ferrão certamente desponta como um dos principais candidatos a sentar em um trono um tanto quanto cruel. Substituir Falcão, em todos os sentidos, beira o impossível e o inimaginável.

O ponto positivo é o fato de que a nova geração da seleção possui outros jogadores capazes de dividir esta responsabilidade, como os alas Bateria, Gadeia e Dyego – o último, companheiro de Ferrão no Barça.

O camisa 11 culé já está acostumado a ser convocado pelo técnico Marquinhos Xavier e, no ano passado, foi um dos protagonistas da conquista do Grand Prix, em Santa Catarina. Na final, diante da República Tcheca, o pivô marcou dois dos quatro gols na vitória por 4 a 2. Questionado sobre assumir ou não um papel de protagonismo com a camisa verde e amarela, Ferrão até aceitou o desafio, mas preferiu transferir a responsabilidade para o coletivo.

“Todos sabemos que a seleção brasileira é uma seleção muito forte, que poderia montar até duas seleções. Acho que nenhuma outra seleção no mundo tem o poder de jogadores que o Brasil tem. Um sonho que eu tenho é ser campeão mundial pela seleção brasileira, e esta é uma das coisas que eu estou me dedicando o máximo possível para estar no meu melhor no momento que chegar o Mundial. Espero estar na minha melhor condição física e poder ser um dos protagonistas, ajudando a seleção a voltar a ser campeã mundial”, afirmou o camisa 9 canarinho.

A próxima Copa do Mundo de Futsal da FIFA é já no ano que vem, na Lituânia. A competição deve ocorrer entre 12 de setembro e 4 de outubro. A seleção brasileira não ganha um título mundial desde 2012, quando Falcão, com paralisia facial, e o fixo Neto lideraram a conquista do pentacampeonato.

Confira no vídeo abaixo todos os gols de Ferrão na temporada 2018/19

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