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19 de abril de 2024

Líderes do Grêmio em quadra falam sobre o futuro do futsal em Maringá


Por Chrystian Iglecias Publicado 10/09/2019 às 20h00 Atualizado 24/02/2023 às 04h47
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O futsal masculino, em Maringá, acabou. Calma, é só o fim da temporada.

Com a eliminação do Grêmio/Seleto na Série Prata do Paranaense, está encerrado o primeiro ano da fusão envolvendo o Instituto de Torcedores do Grêmio de Esportes Maringá e o Seleto Maringá, responsável por manter vivo o futsal da cidade nos últimos anos.

Apesar dos altos e baixos, 2019 pode ser considerado um sucesso para o projeto. Com uma campanha quase perfeita em casa, o time maringaense bateu de frente com os favoritos ao título nos últimos dois jogos da primeira fase. Mas e agora?

Para dar o passo à frente, o Grêmio/Seleto Maringá precisa conquistar algo que poucos conseguem na cidade: apoio de empresários. Com “patrocínio” do município e marcas regionais apenas para estampar na camiseta não será possível profissionalizar o time. Muito menos dar ao torcedor a alegria de ter, outra vez, um time que dispute as principais competições estaduais e nacionais.

Grande estrela da companhia, o experiente ala Vampeta é o atleta que mais demonstra publicamente sua insatisfação com a iniciativa privada e, também, com o próprio governo. O craque nasceu e cresceu em Maringá, tendo iniciado na extinta Amafusa, antes de fazer história e construir quase toda a carreira no futsal italiano – pela seleção e por clubes.

Direto e reto, Vampeta não perde uma oportunidade de dar uma “chacoalhada” nos engravatados. Sem o mínimo media-training, o atleta que tem contrato com o Kazma, do Kuwait, faz questão de falar grosso.

“Não podemos tapar o sol com a peneira. O investimento que está sendo feito não é de um time pronto para se classificar. A gente não pode mais ficar viajando no dia do jogo, ficar sem quadra pra treinar, treinar 22h30, 23h. Temos que rever para o ano que vem, porquê se continuar assim é melhor não ter o futsal. Fechamos as portas, mas ficar capengando todos os anos, isso não pode estar acontecendo na nossa cidade”, afirmou Vampeta aos microfones da web rádio que transmite os jogos do Grêmio/Seleto.

E não parou por aí. “Que sirva de lição esse ano, é uma vergonha pra Maringá não ter um futsal na Série Ouro (do Paranaense). O investimento que vem sendo feito nos últimos anos é de ter vergonha, né. Temos que rever muitas coisas que acontecem no esporte de Maringá. Não só no futsal”, completou Vampeta.

De acordo com informações de bastidores, o Grêmio/Seleto dará entrada na Lei do Incentivo ao Esporte junto à prefeitura, para melhorar a parte financeira, visando o ano que vem. Os diretores irão, sem dúvidas, correr atrás de patrocínio de empresas – o fator principal para que um clube possa evoluir.

O plano inicial do ITGEM era adentrar no esporte maringaense por meio do futsal, para depois iniciar a saga pela recuperação do Grêmio de Esportes de 1977 – objetivo maior e que motivou a criação da entidade. Apesar das dificuldades, o planejamento saiu até melhor do que o esperado. Agregando outros esportes, como o Fut 7 e o Futebol de Amputados, a marca ficou relativamente forte sem precisar do futebol de campo.

“Maringá é uma cidade de muitos recursos, muitos proprietários de grandes empresas. Então, a cidade tem condições de ajudar o esporte. Ainda mais o futsal, que todo mundo gosta. Já conseguimos colocar 1.100 pessoas neste ginásio (AFMM). O resultado em quadra está de bom tamanho. O que esses meninos fazem é milagre. A maioria trabalha meio período ou o dia inteiro, uns ainda estudam. Fico até emocionado de falar”, afirmou Tião Oliveira, membro do ITGEM, com a voz embargada.

De volta a Maringá desde 2016, o fixo Lambarizinho, outro nome “cascudo” dentro do futsal, é o capitão deste Grêmio/Seleto. Um dos mais experientes do elenco, ele ficou de fora da última rodada, por conta de uma ruptura parcial de ligamento de um dos joelhos – ficará de molho por mais de dois meses. Ainda assim, o atleta foi incentivar os companheiros e visitou o vestiário na preleção.

“O grupo está de parabéns. Eu sempre digo: muitas vezes as pessoas dão opiniões e falam algumas coisas, mas no meu ponto de vista, eu acredito que a prefeitura faz a parte dela. O que a gente precisa pra ter esse algo a mais é de patrocinadores, apoiadores fora da política. Maringá é grande, tem muitos esportes. A prefeitura não dá conta de apoiar todos igualmente”, pontuou Lambarizinho.

Na campanha deste ano, o Grêmio/Seleto contou com um atleta em específico que desequilibrou as partidas a favor da equipe. Aos 23 anos, o camisa 10 Gabriel Montanha foi uma das grandes revelações da Série Prata e, muito provavelmente, será alvo de clubes mais bem posicionados no cenário estadual. Para manter este jogador na equipe para o ano que vem, Maringá vai precisar “rebolar”.

Rápido, técnico e com um faro de gol apurado, Montanha foi o artilheiro do Grêmio/Seleto, marcando três gols contabilizando os jogos diante do líder Chopinzinho e do vice-líder Coronel Vivida. Assistências e jogadas objetivas também são itens que não faltam no repertório do ala.

“Nós lutamos até o fim, mas os outros resultados não favoreceram a gente. Acho que foi um belo trabalho, sendo que foi o primeiro ano do Grêmio na Prata. A gente só quer que a prefeitura e os empresários olhem pra gente com carinho e nos ajudem, porquê a gente está fazendo de tudo pra isso acontecer”, expôs Montanha.

“A gente luta sem ver a luz no fim do túnel, mas isso não é de agora. Faz cinco anos que eu estou no Maringá e eu nunca vejo nada pra melhorar. Minha vontade é sempre estar jogando futsal, independente de onde for”, completou o atleta, deixando seu futuro em aberto.

Apesar de a temporada ter chegado ao fim para o Grêmio/Seleto, os jogadores da equipe ainda representarão Maringá na fase final dos Jogos Abertos do Paraná. O time venceu tanto a fase regional, quanto a fase estadual da “Série B”. Agora, é a vez da elite.

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