Há tempos que a NBA encanta o planeta com um combinado de astros norte-americanos e mão de obra estrangeira de excelência. Nos últimos anos, contudo, os gringos não apenas desfilaram seu talento, como viraram estrelas de suas franquias, protagonistas. Nesta terça-feira, a bola sobe para mais uma temporada e com domínio de armadores, alas e pivôs vindos de fora dos Estados Unidos.
Nomes como o sérvio Nikola Jokic (Denver Nuggets), o esloveno Luka Doncic (Dallas Mavericks), o grego Giannis Antetokounmpo (Milwaukee Bucks), o lituano Domantas Sabonis (Sacramento Kings), o canadense Shai Gildeous-Alexander (Oklahoma City Thunder), os franceses Victor Wembanyama (San Antonio Spurs) e Rudy Gobert (Utah Jazz), e o camaronês naturalizado norte-americano Joel Embiid (Piladelphia 76ers) estarão em total evidência entre os mais de 120 estrangeiros inscritos. E vale observar outros menos badalados, casos do turco Asperen Sengun (Houston Rockets) e o finlandês Lauri Markannen (Utah Jazz).
A legião de gringos promete dividir as atenções com os não menos excepcionais LeBron James (Los Angeles Lakers), Kevin Durant (Phoenix Suns), James Harden (Los Angeles Clippers), Stephen Curry (Golden State Warriors) e Kyrie Irving (Dallas Mavericks), experientes norte-americanos dando os últimos lançamentos da carreira vitoriosa, além de atletas de peso como Jayson Tatum e Jaylen Brown (Boston Celtics), Donovan Mitchel (Cleveland Cavaliers), Devin Booker (Phoenix Suns), Jalen Brunson (New York Knicks), Bam Adebayo (Miami Heat), Jimmy Butler (Miami Heat) e De’Aaron Fox (Sacramento Kings), e jovens que pedem passagem e são candidatos a assumir o papel das atuais estrelas no futuro.
A molecada dos Estados Unidos vem bem representada por Ja Morant (Memphis Grizzlies), Tyrese Haliburton (Indiana Pacers), Anthony Edwards (Minnesota Timberwolves), Zion Williamson (News Orleans Pelicans), Tyler Herro (Miami Heat), LaMelo Ball (Charlotte Hornets), saudável e desde o início em uma temporada, Trae Yong (Atlanta Hawks), Paolo Banchero (Orlando Magic), entre outros tantos.
Novamente com equilíbrio de forças e diversas equipes entre as 30 em condições de busca o tão sonhado anel, os olhares dos norte-americanos e dos fãs mundiais do basquete, mais uma vez, estarão divididos na grande legião de craques estrangeiros e nas estrelas LeBron James e Stephen Curry, cada vez mais perto do adeus e em busca de uma despedida honrosa, e de compatriotas para os quais possam passar o bastão.
LeBron aceitou permanecer nos Lakers por mais dois anos condicionando a contratação do filho, Bronny, para realizar um sonho da família. “Isso significa tudo para um pai”, admitiu LeBron, que minimiza as críticas ao filho da pré-temporada. “É uma sensação especial, uma sensação diferente trabalhar com ele”, disse o astro, que completará 40 anos em dezembro. “Quando vamos trabalhar juntos todos os dias, queremos tentar ajudar uns aos outros. Em um dia ruim, eu o ajudo. Há coisas que podemos fazer que não consigo colocar em palavras.”
Ainda confiante em levar a franquia à conquista que não vem desde 2020, o veterano espera por uma temporada menos traumática, já que na última a equipe flertou com a eliminação e só entrou nos playoffs (levaram 4 a 1 do Denver) após passagem pelo play-in. Anthony Davis continua seu fiel escudeiro.
À ESPN dos EUA, LeBron garante que os Lakers não podem ser descartados da briga pelo título. “Faz apenas um ano que estivemos nas finais da Conferência Oeste e claro que confio (no título), pois já fizemos isso antes. Ainda temos dois caras que se dedicam todos os dias, eu e Anthony Davis. Nós nos comprometemos com a excelência e com a vitória e não estamos tão longe (dos concorrentes)”, afirma o camisa 23.
Diferentemente de LeBron, Curry, aos 36 anos, renovou com o Golden State Warriors apenas por mais uma temporada em sua dura missão de buscar o quinto título na equipe. Sem peças importantes, casos de Klay Thompson e Chris Paul, que trocaram de casa, a tarefa, na verdade, é tentar voltar aos playoffs após vexame na temporada passada. O experiente jogador vai ter meninos e um elenco renovado a seu lado, já ensaiando a aposentadoria. Draymond Green também joga pensando no adeus, enquanto Kuminga deve ser um dos protagonistas do modificado time de San Francisco.
“Todo dia discutimos como vamos colocar todos esses (jovens) jogadores em quadra. Todos merecem jogar e sempre peço que mostrem bastante intensidade. Temos 12 ou 13 jogadores que são muito bons, o elenco mais profundo que já vi em termos de opções de rotações”, comemora o técnico Steve Kerr, satisfeito com peças como Moody, Taryce Jackson-Davis, Podziemski, Hield e Wiggins.
O atual campeão Boston Celtics manteve a força com Jayson Tatum, o MVP das finais, Jaylen Brown, Jrue Holiday e Derrick White, e ainda se reforçou com Lonnie Walker IV para defender o título e brigar de frente com rivais que chegam superpoderosos, como o Denver Nuggets, campeão de 2022/23 e que vem com gana para recuperar o reinado da NBA. Jokic mais uma vez contará com parcerias de peso, com Jamal Murray, Aaron Gordon e Russel Westbrook.
Sempre batendo na trave, o Los Angeles Clippers investiu pesado em James Harden, 20º maior pontuador da história da NBA, com 25.885 pontos, e terceiro mais certeiro nos lances de três, atrás apenas de Curry e Ray Allen, para desencantar e ganhar o primeiro título. Com o astro em parceria com Kawhi Leonard e Kevin Porter Jr., espera surpreender.
Vice-campeão, o Dallas Mavericks de Luka Doncic também aparece bem na “bolsa de apostas” graças à contratação de Klay Thompson, que pode tirar um pouco da pressão sobre o astro esloveno e o também veterano Kyrie Irving. O esloveno vem se recuperando de lesão – já jogou as finais passadas no sacrifício -, perdeu a pré-temporada, mas anda empolgado em mostrar nas 82 rodadas classificatórias que a equipe pode ir longe.
Além da boa parceria entre Antetokounmpo e Damian Lillard, o Milwaukee Bucks ganhou mais poder com a chegada do armador Gary Trent Jr. para também voltar a figurar entre os protagonistas – levou o título em 2021, mas caiu de cara nos dois últimos playoffs. O grego machucou nos embates decisivos passados e a temporada ruiu. A ideia é ficar bem e levar o time mais longe.
“Acredito que, quando Giannis, Damian e Khris (Middleton) estiverem inteiros, vamos ser imbatíveis”, mostra ousadia o gerente-geral dos Bucks, Milt Newton, confiante que a equipe precisa ser olhada com carinho e atenção pelos adversários.
O Philadelphia 76ers perdeu James Harden, mas trouxe o também fantástico Paul George e terá um time de respeito e que é bom ficar de olho. Além do ex-jogador dos Clippers, terá o pivô Joel Embiid desde o começo – sofreu com lesões na temporada passada – e Tyrese Maxey. André Drummond também foi contratado e pode ser outra peça importante.
E as forças não param por aí, com Indiana Pacers, um empolgado Orlando Magic, Minnesota Timberwolves, Sacramento Kings, New York Knicks, agora com Mikal Bridges, ex-Brooklyn Nets fazendo companhia a Jalen Brunson e Julius Randle, Miami Heat, New Orleans Pelicans, Cleveland Cavaliers, Memphis Grizzlies, entre outros, querendo provar que chegam bem preparados para desbancar os times mais badalados.
Vice-campeão em 2023 diante do Denver Nuggets e derrotado em vingança da decisão da Conferência Leste daquele ano pelo Boston Celtics nos playoffs da temporada passada, o Heat terá Jimmy Butler inteiro e o talento de Haliburton para continuar sendo uma pedra no sapato dos principais rivais. E o conjunto novamente é aposta para “comer pelas beiradas.”
“Não há dúvidas sobre todos nós de uma forma ou de outra, o que quer dizer que nosso quinteto inicial é bem forte. Então acredito que cada um tem motivações diferentes e acredito que isso só nos desafia como grupo, e acho que é também emocionante, porque é a razão pela qual houve tanto sucesso e fome no ano passado”, diz Haliburton, confiante em nova temporada em alta.
“Acreditamos em nosso grupo, crava Donovan Mitchell, que renovou com o Cleveland Cavaliers por três anos e uma fortuna de US$ 150,3 milhões (cerca de R$ 852,9 milhões). “Eu acredito em nós. Por isso assinei aqui novamente. Acho que agora cabe a nós sair e executar bem as jogadas.”
Confira os primeiros jogos da NBA:
TERÇA-FEIRA
- Boston Celtics x New York Knicks
- Los Angeles Lakers x Minnesota Timberwolves
QUARTA-FEIRA
- Detroit Pistons x Indiana Pacers
- Miami Heat x Orlando Magic
- Toronto Raptors x Cleveland Cavaliers
- Atlanta Hawks x Brooklyn Nets
- Philadelphia 76ers x Milwaukee Bucks
- Houston Rockets x Charlote Hornets
- New Orleans Pelicans x Chicago Bulls
- Utah Jazz x Memphis Grizzlies
- Los Angeles Clippers x Phoenix Suns
QUINTA-FEIRA
- Washington Wizards x Boston Celtics
- Dallas Mavericks x San Antonio Spurs
- Denver Nuggets x Oklahoma City Thunder
- Sacramento Kings x Minnesota Timberwolves
SEXTA-FEIRA
- Toronto Raptors x Philadelphia 76ers
- Orlando Magic x Brooklyn Nets
- New York Knicks x Charlote Hornets
- Cleveland Cavaliers x Detroit Pistons
- Houston Rockets x Memphis Grizzlies
- Milwaukee Bucks x Chicago Bulls
- Utah Jazz x Golden State Warriors
- Portland Trail Blazers x New Orleans Pelicans
- Los Angeles Lakers x Phoenix Suns