Otero brilha, Santos supera o Vila Nova e seca o Ceará para festejar o acesso à elite
Após 11 meses de agonia, desde a derrota em casa para o Fortaleza que culminou no rebaixamento do Santos para a Série B do Campeonato Brasileiro, a torcida alvinegra está muito próxima de, enfim, comemorar o retorno à elite. O triunfo da equipe da Baixada por 3 a 0 sobre o Vila Nova, na Vila Belmiro, neste sábado, na abertura da 35ª rodada da competição, possibilitou que o acesso seja confirmado neste domingo. Para isso, basta que o Ceará não vença o Avaí, às 18h30, no Castelão.
A três rodadas do encerramento da competição, o Santos lidera a Série B com 65 pontos. Em caso de tropeço nesta rodada, o conjunto cearense, atualmente na quinta colocação, com 54 pontos, não poderia mais alcançar essa pontuação. O Vila Nova, por sua vez, permanece com 52 e praticamente dá adeus à briga pela vaga na Série A.
Nem tudo, no entanto, foi festa. O futebol burocrático e pouco produtivo da equipe de Fábio Carille irritou a torcida, que chegou a vaiar o treinador. O sorriso só voltou ao rosto do torcedor após a entrada de Otero, que participou da construção do primeiro gol, sofreu o pênalti no segundo e ainda fechou o placar.
Empurrado pela torcida que esgotou os ingressos na Vila, o Santos partiu para o ataque nos minutos iniciais diante de um fechado Vila Nova, que, sem a bola, ficava acuado no campo de defesa com uma linha de cinco defensores e mais quatro no meio. Sem espaço para agredir e com Giuliano bem vigiado, o time da casa apostava nas subidas pelas beiradas quando Guilherme e Serginho atraíam a marcação.
Foi em um tiro de canto, pela direita, que o conjunto da Baixada criou a primeira grande chance de abrir o placar, aos 6 minutos, quando Serginho levantou a bola para o meio da área, em cobrança de escanteio, e Giuliano cabeceou no travessão. Apesar do susto inicial, a defesa do Vila Nova acertou a marcação e conseguiu segurar a pressão diante de um Santos afobado.
Aos poucos, a equipe goiana passou a se arriscar mais à frente, aproveitando, principalmente, as arrancadas de Apodi pela direita e a habilidade de Alesson no meio, mas pouco ameaçava a meta de Gabriel Brazão. Do outro lado, o grupo alvinegro continuava insistindo nos cruzamentos, que, por vezes, rendiam boas oportunidades, como em cabeceada de Hayner próximo ao segundo poste, defendida por Dênis Júnior.
O Santos pressionava a saída de bola, mas faltava capricho para aproximá-la do gol. Em uma das raras investidas pelo meio, aos 27 minutos, proporcionada por uma falha da defesa visitante, que teve a bola roubada na meia-lua da área, Giuliano emendou uma bicicleta e quase fez um golaço, mas Dênis Júnior caiu no seu canto esquerdo para defender.
O ritmo diminuiu nos minutos finais do primeiro tempo. O time alvinegro continuou rondando a área do Vila Nova, mas a falta de inspiração e de efetividade em campo transformou a festa e apoio na arquibancada em vaias à equipe e xingamentos voltados ao técnico Fábio Carille antes do intervalo.
A dinâmica do jogo parecia que seria a mesma no segundo tempo, porém, logo nos primeiros minutos, Serginho sentiu dores e deu lugar a Otero. Aos 10 minutos, em sua primeira participação na partida, o venezuelano cobrou falta da direita da intermediária, a bola chegou a João Basso no meio da área e o zagueiro bateu alto para inaugurar o placar na Vila Belmiro, sob protestos do Vila Nova, que pediu toque no braço do camisa 15 antes da finalização.
A entrada de Otero reanimou o time da casa. Aos 19 minutos, novamente em cobrança de falta, o atacante arriscou o tiro de longe, Dênis Júnior rebateu e Giuliano quase ampliou na sobra, mas o goleiro voltou a salvar o Vila Nova. Aos poucos, o time visitante foi ao ataque em busca do empate, levando perigo com Alesson e Deni Junior. A angústia dos torcedores santistas durou até os acréscimos, quando o árbitro, com o auxílio do VAR, flagrou um empurrão de Alesson em Otero na área. Guilherme, aos 49 minutos, cobrou a penalidade no ângulo esquerdo de Dênis Júnior e fez 2 a 0.
Quando já tinha seu nome gritado na Vila Belmiro, Otero fechou sua atuação com chave de ouro: aos 53 minutos, o venezuelano encheu o pé em cobrança de falta da intermediária, a bola quicou em frente ao goleiro e entrou no gol, confirmando o triunfo santista e deixando a equipe a um passo do acesso.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 3 X 0 VILA NOVA
SANTOS – Gabriel Brazão; Hayner (JP Chermont), Gil, João Basso e Escobar; João Schmidt (Rincón), Diego Pituca e Giuliano (Willian); Serginho (Otero), Wendel Silva (Julio Furch) e Guilherme. Técnico: Fábio Carille.
VILA NOVA – Dênis Júnior; Vanderley (Gabriel Silva), Jemmes, Dankler; Apodi (Rian), Cristiano, Arilson e Rhuan; Alesson, Emerson Urso (João Lucas) e Júnior Todinho (Deni Junior). Técnico: Thiago Carvalho.
GOLS – João Basso, aos 10, Guilherme (pênalti), aos 49, e Otero, aos 53 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – João Schmidt, Diego Pituca e João Basso (Santos); Vanderley e Jemmes (Vila Nova).
ÁRBITRO – Yuri Elino Ferreira da Cruz (RJ).
RENDA – R$ 609.920,00.
PÚBLICO – 14.029 presentes.
LOCAL – Vila Belmiro, em Santos (SP).