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09 de dezembro de 2025

Técnico e atletas mirins de Maringá vão defender a Seleção Brasileira de Beisebol no Pan-Americano Sub-10 na Venezuela


Por Felippe Gabriel Publicado 28/09/2025 às 14h38
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William, Joaquim, Heitor e João Lucca. Esses são os nomes do técnico e dos atletas mirins de Maringá que vão representar o Brasil no Campeonato Pan-Americano de Beisebol Sub-10 de 2025. 

Entre os dias 1º e 8 de novembro, 18 jovens jogadores vão defender a Seleção Brasileira contra outros sete países, em Mérida, na Venezuela, pelo título continental da categoria. Todas as partidas serão realizadas no Estádio Libertador.

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Selecionados para defender a Seleção Brasileira no Pan-Americano 2025 | Foto: Reprodução

Para estarem entre os selecionados, Joaquim, Heitor e João Lucas, de 10 anos de idade, passaram por uma seletiva em julho, que reuniu 90 atletas no CT Yakult da Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS), em Ibiúna-SP. O responsável pela escolha dos nomes foi William Rosa, técnico da Seleção Brasileira de beisebol pré-infantil e do Maringá/Acema.

— Foram dois dias de muita observação, analisando cada ponto forte de cada atleta. Não vou mentir, foi uma escolha bem difícil, porque de 90 escolher apenas 18 é muito complicado — confessou William. 

Desde lá, o grupo se prepara para a competição e se reúne durante os fins de semana para concentração, treinos, torneios e partidas amistosas. Serão mais quatro encontros durante o mês de outubro, todos no interior de São Paulo. o embarque para a Venezuela está marcado para o dia 29 de outubro, com volta após o Pan-Americano, no dia 9 de novembro.

Além do Brasil, Heitor e João Lucca também defendem Maringá no time de beisebol da Acema (Associação Cultural e Esportiva de Maringá) e são treinados por William. Atualmente morando em Curitiba, Joaquim defende o Pinheiros.

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Heitor (esq.), William (centro) e João Lucca (dir.) representam o Maringá na seleção | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Evolução meteórica

Heitor Enumo Ozako nasceu em Maringá e hoje mora com a família em Nova Esperança. Mesmo antes de vir ao mundo, o menino já tinha contato com o beisebol, principalmente através do pai Alysson e do irmão Lucas.

Descendente de japoneses, cultura onde o beisebol é muito difundido, Alysson acompanhava o pai nos treinos, mas o engenheiro civil não seguiu praticando por muito tempo. Mesmo assim, anos depois passou a ser auxiliar técnico na Acema e já foi árbitro credenciado da CBBS. 

O envolvimento com o beisebol culminou na introdução do filho mais velho no esporte. Lucas treina desde os quatro anos e hoje, aos 16, é a maior inspiração para Heitor. Mas o irmão mais novo só começou a treinar no ano passado, depois de passar por outras modalidades e “não se encontrar”. 

O curto período de tempo, no entanto, não foi impeditivo para Heitor se mostrar um excelente atleta de beisebol e chegar à Seleção Brasileira.

— O Heitor teve uma evolução muito grande do ano passado para agora. Ele conseguiu conquistar a posição dele perante o time, o respeito dele perante o time  e está conquistando também perante a seleção. É um menino que realmente coloca na cabeça que quer algo e corre atrás e nunca desiste — contou o técnico William.

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Heitor começou a jogar beisebol somente no ano passado | Foto: Arquivo pessoal

A primeira prova de perseverança veio na seletiva para o Pan-Americano. Por ter menos experiência que outros meninos, a família Osako acreditava que ainda não seria a hora de Heitor, mas todos foram surpreendidos.

— No primeiro momento a gente foi meio sem acreditar que ele passaria, por ele ser muito novo, por ser o segundo ano de beisebol dele. Então pra nós foi uma surpresa, foi uma alegria muito grande. Nem ele acreditava. A gente reuniu a família e fez uma surpresa pra ele. Ele chorou bastante — revelou a mãe Ana Rubia, que vai acompanhar o filho na viagem até a Venezuela.

Diante do maior desafio de sua vida, Heitor já vislumbra o futuro após defender o Brasil: quer se tornar jogador profissional de beisebol, morar no CT da Seleção e atuar fora do país.

— Ele tem um caminho bem longo para percorrer, porque a gente sabe que aqui no Brasil o beisebol é um esporte difícil. Eu falo pra ele, se ele for se dedicar, que Deus abençoe e que as portas se abram para ele. E eu vou estar sempre ali, torcendo e apoiando no que a gente puder — disse Ana Rubia. 

Um multiesportista determinado

João Lucca Cassemiro é outro exemplo de determinação. Multiesportista nato, o jovem maringaense joga beisebol desde sempre, mas também pratica futsal, já passou pela natação e quer começar no tênis de mesa. 

E graças à “família do beisebol” isso foi possível. O irmão de João Lucca, Pedro, de 16 anos, é atleta da Acema, e inspirou não só o irmão, mas os primos Davi, Nicolas e Jordana. Assim, desde muito cedo, a família se acostumou com a atmosfera dos campeonatos, da torcida, e do ambiente do esporte.

Além da aptidão desportiva, João Lucca mostra uma maturidade muito além da sua idade, que está atrelada ao amor pelos esportes. Mesmo com apenas 10 anos, o atleta mirim traça seus objetivos e os coloca à frente de qualquer coisa.

— No começo do ano ele disse: “Esse ano terá a seletiva e eu quero participar, vou passar” — contou a mãe Cassia Oliveira. Meses depois, João Lucca não pestanejou ao escolher entre participar da seletiva da Seleção ou viajar para os Estados Unidos para assistir a um jogo da MLB (Major League Baseball). — Eu não tive argumentos depois que ele disse “Mãe, o meu objetivo deste ano é passar na seletiva. Não quero outra coisa” — continuou Cassia, que irá para a Venezuela com o filho.

— Quando saiu o resultado ele ficou muito feliz. E quando eu cheguei em casa à noite, eu perguntei para ele “Filho, você ficou feliz?”. Ele me disse “Sim, objetivo 1 cumprido”. Ele não me disse quais são os outros (risos). 

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João Lucca é capitão e foi campeão brasileiro pelo Maringá com apenas oito anos | Foto: Arquivo pessoal

Pelo Maringá, João Lucca foi campeão brasileiro em 2023, com apenas oito anos de idade e jogando em uma categoria acima, entre os atletas de nove e dez anos

Ele é um dos melhores jogadores que eu já pude treinar. É um menino que realmente se esforça muito, muito dedicado. Hoje, ele é o capitão da equipe de Maringá. Ele que comanda e orienta o time nas competições. É um orgulho ele fazer parte da seleção e principalmente me ajudar no time de Maringá. […] Fez a diferença nesse campeonato brasileiro, pois ele foi um dos melhores rebatedores, o melhor defensor naquele campeonato — lembrou o técnico William. 

Beisebol 24h por dia

Joaquim Katsuhiro Backes Gravena nasceu em Curitiba e se mudou para Maringá com a família com um ano de idade. Quatro anos depois, durante a pandemia, os Gravena retornaram para a capital e lá Joaquim pôde começar no beisebol, no clube Pinheiros.

O pai, Júnior Gravena, foi o grande entusiasta do filho. Natural de Arapongas, ele costumava acompanhar o avô nos jogos e treinos de beisebol, quando ainda não havia categorias infantis. Com a possibilidade para Joaquim, Júnior não pensou duas vezes. 

O Joaquim levou uma bolada no rosto no primeiro dia, chorou um monte. Achei que não ia querer voltar, mas voltou e tá até hoje.

Desde então, o jovem atleta respira beisebol 24h por dia. Pratica, assiste aos jogos na TV, joga videogame de beisebol, finge estar arremessando e rebatendo em qualquer lugar e, claro, não gosta de faltar aos treinos. 

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Joaquim defende o Pinheiros, de Curitiba | Foto: Arquivo pessoal

Assim, o sonho de carreira não poderia ser outro a não ser se tornar jogador profissional. O destino também já está traçado: Japão. O pai revelou que as conversas com o filho sobre o futuro já acontecem, mas ainda sem muito compromisso. Isso se deve, principalmente, à qualidade de Joaquim. O menino vem sendo muito elogiado pela habilidade no beisebol, além do perfil de liderança.

— O Joaquim é um ótimo atleta, com uma qualidade diferenciada. No Pinheiros, ele conduz o time. É um grande rebatedor, joga bem na defesa. Se eu pudesse, até puxava para o Maringá — elogiou o treinador da Seleção Brasileira. 

— Ninguém esperava, na verdade. A gente levou ele pra brincar, né? E aí foi tomando gosto. Então, assim, não tem outra palavra a não ser orgulho dele — disse o pai Júnior. 

A capacidade do jogador do Pinheiros o levou à Seleção Brasileira para a disputa do Pan-Americano na Venezuela. Um dos organizadores da viagem, Júnior acredita que os jovens atletas estão se divertindo acima de tudo.

— Acho que vai ser bem mais difícil como pai. Por conta da torcida, por conta de ser seu filho que está ali. Eu não sei se ele tem essa dimensão do que é, sabe? Vestir uma camisa, cantar o hino, essas coisas. Eu não sei se caiu a ficha deles ainda. 

Um sonho realizado

Willian Douglas Aparecido Rosa tem 30 anos e é engenheiro eletricista, mas tem uma vida dedicada ao beisebol. Aos nove anos de idade, sem nem saber o que era, iniciou no esporte através de um amigo de escola e integrou a equipe da Acema. Foi paixão à primeira vista. Até os 23 anos, foram muitas conquistas com o Maringá, que alimentavam o sonho de ser profissional.

O destino não permitiu que o sonho se realizasse, mas William continuou se entregando como podia. Virou árbitro de beisebol e depois começou como treinador das categorias de base, para crianças de três a oito anos. Em 2017, foi convidado para ser auxiliar técnico da Seleção Brasileira em um campeonato no Japão e, em 2022, assumiu a categoria pré-infantil do Maringá. 

Iniciando um trabalho do zero, pós-pandemia, o time foi moldado para a temporada seguinte, quando o Maringá se sagrou campeão invicto de todos os campeonatos daquele ano. Em 2024, sob o comando de William, a equipe pré-infantil maringaense levou o título internacional do Campeonato Summer U-10, disputado na Argentina. 

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William Rosa é técnico do Maringá e do Brasil pré-infantil | Foto: Arquivo pessoal

As ótimas campanhas credenciaram William para o posto principal da Seleção Brasileira.

— Começaram a conversar comigo, perguntar se eu teria interesse de  ser o técnico da seleção. E isso para mim sempre foi um sonho, conseguir tocar uma seleção brasileira. Então esse ano tive essa oportunidade e eu consegui estar abraçando, junto com o apoio da minha família, ser o treinador dessa categoria, agora do Brasil — contou William. 

O primeiro objetivo na nova função será o Pan-Americano. Comandando a seletiva e a preparação da equipe desde então, William acredita que o Brasil possa fazer uma grande competição, diante de seleções que têm tradição no beisebol, como Venezuela, México e Cuba.

— Eu não quero simplesmente chegar lá e apenas jogar. Eu quero pegar esses 18 atletas que chegaram até mim e transformá-los, para devolver pros clubes jogadores melhores. Claro, queremos alcançar a melhor colocação possível, mas quero fazer esses meninos terem a melhor experiência da vida deles. Eu sempre vou incentivar essas crianças a sempre correr atrás do sonho, porque a maioria deles tem um sonho em comum, que é ser jogador de beisebol profissional e ser campeão brasileiro.

Pais promovem rifas e buscam apoio

Ainda pouco popular no Brasil, o beisebol carece de apoio midiático e financeiro para poder ser difundido no país. Assim, a ida da Seleção Brasileira Sub-10 para a Venezuela será quase toda custeada pelos pais dos atletas, com apoio da CBBS.

O grupo de pais está promovendo rifas para arrecadar fundos para a confecção dos uniformes, custos de transporte e alimentação. Eles também estão em busca de patrocinadores, que poderão expor suas marcas no uniforme dos atletas. 

Todos os detalhes das campanhas estão sendo divulgados pelo Instagram.

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