Trio brasileiro do atletismo vai a Paris tentar liberação para disputar Jogos Olímpicos


Por Agência Estado
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Foto: Wagner Carmo/CBAT

Cortados da Olimpíada de Paris-2024 por não terem feito exames antidoping, os brasileiros Hygor Gabriel, do revezamento 4×100 metros, Lívia Avancini, do arremesso de peso, e Max Batista, da marcha atlética, não desistiram de participar dos Jogos Olímpicos. Eles embarcam nesta segunda-feira rumo à França para tentarem validar a classificação olímpica que haviam conseguido segundo os critérios estabelecidos pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e pela World Athletics, a federação internacional de atletismo.

Para garantir a vaga nos Jogos Olímpicos, é necessário que cada atleta da modalidade tenha passado por, no mínimo, três testes antidoping, com intervalo mínimo de três semanas entre cada um. Sem ter esses critérios cumpridos, o trio foi cortado da Olimpíada.

A World Athletics é a entidade que estabelece a necessidade da realização dos testes-surpresa nos atletas, para que estejam aptos a disputar os Jogos. Eles deveriam ter sido realizados entre setembro de 2023 e julho de 2024 – quando foi divulgada pela CBAt a lista com os 43 atletas brasileiros que compõe a delegação na modalidade.

Segundo apurou o Estadão, a CBAt está custeando a viagem dos atletas e sua permanência na França, mas opta por não se manifestar oficialmente, por estratégia jurídica da defesa, até que a apelação junto à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) tenha um retorno, seja positivo ou negativo. Isto ocorrerá por meio da CAS AdHoc Division, que julga os casos extraordinários em até 72 horas – e funcionará ativamente durante os Jogos de Paris.

Nas redes sociais, Hygor se mostra o mais confiante em garantir a vaga em Paris. “Estou confiante que a CBAt irá fazer um ótimo trabalho no tribunal para garantir não só minha vaga, mas também a dos meus colegas”. Lívia, em rápido contato com a reportagem, informou que já está em Guarulhos para realizar o embarque para a França. “Espero que o desfecho seja o melhor e o único possível”, afirma.

ENTENDA O CASO

A CBAt definiu critérios técnicos para a realização dos testes antidoping ao longo dos últimos meses. Todos os que já tinham índice olímpico ou que estavam no ranking “Road to Paris” receberam a testagem. Não foi o caso de Hygor, Lívia e Max.

Em nota, a Agência Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) informou, no dia 10 de julho, que realizou os testes em 102 atletas, que foram identificados pela CBAt como uma lista prioritária. Max e Lívia estiveram nesta lista, mas a World Athletics recusou os testes da duplas.

“Os atletas Max e Lívia entraram na lista prioritária para testes, por indicação da CBAt e passaram por dois testes de urina e um de sangue, fora de competição, além de um teste de urina em competição nos últimos 10 meses. Contudo, a WA questiona o intervalo entre os testes, afirmando o descumprimento da regra por eles estabelecida”, informou a entidade, que é responsável pela realização dos testes no País.

Além disso, a ABCD fez questão de garantir que acompanha o julgamento e a atualização dos casos dos atletas junto à CAS. “A exclusão dos atletas Lívia, Max e Hygor dos Jogos de Paris não decorre de uma falha de procedimento da ABCD ou da CBAt. A ABCD tem como principal atribuição garantir a todo atleta o direito de competir de forma justa e limpa e assim seguirá atuando.”

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