A segunda apresentação do conjunto do Brasil na ginástica rítmica nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 teve contornos dramáticos. Faltando dez minutos para o início, a ginasta Victoria Borges, integrante da equipe, sentiu uma dor na panturrilha. Ela competiu machucada, mas sem fazer os movimentos de maior dificuldade. Ao fim da apresentação, chorando muito, Victoria saiu mancando e foi carregada.
As atletas já tinham feito a primeira apresentação, com o arco, e tinham tirado a quarta maior nota da fase classificatória. A boa apresentação gerou expectativas para a segunda série, com as fitas e os arcos. A lesão aconteceu enquanto Duda Arakaki, Deborah Medrado, Nicole Pircio, Sofia Madeira e Victoria Borges passavam a série pela última vez, antes de entrar em quadra pela segunda vez para competir.
“Quando a gente desceu para a última quadra, faltando 10 minutos para entrar, ela sentiu uma dor muito forte da panturrilha, o médico desceu, deu toda a assistência. Ela não estava aguentando fazer muita coisa, ela foi muito guerreira”, afirmou Duda para a TV Globo.
Logo no começo da apresentação foi possível ver que Victoria não acompanhava as ginastas em movimentos de maior complexidade. Ao final da apresentação ela desabou em lágrimas e foi consolada pelas treinadoras e companheiras de equipe, também emocionadas. “O nosso sonho era uma final, mas a gente só fez isso, só deu o nosso máximo. Mas hoje era isso que ela tinha para dar, ela estava com muita dor”, completou Duda.
Veja a entrevista das ginastas após a apresentação:
🥺🥺 Muito emocionadas, as ginastas do conjunto brasileiro falam sobre a lesão de Victoria Borges, que competiu com dores durante a segunda apresentação da classificatória e saiu carregada. Vocês foram GIGANTES! 💚💛 #OlimpíadasNoGe #Paris2024 #JogosOlímpicos pic.twitter.com/qlJByVcrx8
— ge (@geglobo) August 9, 2024
- HOMENAGENS
As apresentações das brasileiras fazem homenagens ao País e a ícones como a Pelé, Rebeca Andrade e Gisele Bündchen. A apresentação havia estreado na Copa do Mundo da modalidade, disputada em Atenas, em março deste ano. O conjunto tem como trilha sonora a clássica “Aquarela do Brasil”, de Toquinho, junto de “Amarelo, Azul e Branco”, de Anavitória e Rita Lee, além de “Bruninho Team Song”, música feita por Bruno Mars após passagem pelo País e “Samba do Brasil”, do grupo de eurodance alemão Bellini, originalmente de 1997, mas relançada em 2014, em homenagem à Copa do Mundo 2014 e à Olimpíada do Rio-2016.
“A gente tem uma identidade brasileira muito forte, sobretudo na parte artística, elemento que vem sendo mais valorizado no código de pontuação da Federação Internacional. Adicionamos também mais dificuldades com o objetivo de fazer a diferença na nota final. Mas a grande novidade é que trouxemos um mix de músicas brasileiras. Nossa ideia é mostrar a brasilidade, toda a ginga, toda a alegria do povo brasileiro nessa nova coreografia”, explicou a técnica da seleção, Camila Ferezin, na época.
Um trecho da apresentação tem passo que simulam um desfile, em referência à modelo Gisele Bündchen. Outro movimento é o mesmo que Rebeca Andrade faz na apresentação de solo quando começa a tocar a música “Baile de Favela”. Já a homenagem a Pelé é com um soco no ar, como o Rei comemorava seus gols.