Juan Pablo Vojvoda deixou a Vila Belmiro no domingo com um sentimento claro: alívio. O treinador, que conduziu o Santos à permanência na última rodada, destacou que a missão cumprida não traz celebração, mas a convicção de que o clube precisa reencontrar seu tamanho. O 3 a 0 sobre o Cruzeiro serviu apenas para encerrar um ano de tensão permanente.
O treinador revelou conversas constantes com Neymar, que atuou no sacrifício e fará cirurgia agora que a temporada terminou. Mesmo assim, sua continuidade em 2026 é incerta. “Precisamos dele, o clube precisa. Neymar e Santos representam muita coisa. Mas vamos deixá-lo descansar”, afirmou Vojvoda, ressaltando o compromisso do camisa 10 mesmo diante das limitações físicas.
Vojvoda também destacou o impacto emocional de uma campanha marcada pela pressão. “Há jogadores que nunca lutaram contra o rebaixamento. Neymar lutando contra isso? Não conhecia. Foram meses muito difíceis”, disse, lembrando ainda que a torcida fez diferença nos momentos-chave: “Durante 90 minutos, a Vila sempre respondeu”.
O treinador evitou personalizar críticas e pediu uma reconstrução coletiva. Para ele, o trabalho não começa do zero. “Não são só cinco meses meus. Não quer dizer que tudo que veio antes estava ruim. Se algo funciona, precisa continuar. É preciso humildade para ouvir, dialogar e integrar as áreas”, afirmou, reforçando que a evolução depende de organização interna.
Vojvoda também defendeu que a retomada passe pela base, tradição histórica do clube. “Se queremos planejar o futuro, precisamos começar pela estrutura e pela formação. Santos viveu momentos difíceis, mas vejo gente preocupada em tirar o clube dessa situação”, disse, valorizando a união institucional durante a reta final do campeonato.
Agora, com o risco afastado, o Santos inicia um processo decisivo de planejamento para 2026 – incluindo definir o elenco, prioridades e o futuro de Neymar.