A receita do típico cachorrão prensado de Maringá atravessou o Oceano Atlântico e está fazendo sucesso em Madrid, capital da Espanha. Por lá, o sanduíche se chama “Maringá Salsicha” e faz parte do cardápio do restaurante e cafeteria “Jack Masqdelicia Brasileña”, que fica na rua Julio Antônio, 4. Para agradar todos os gostos, o estabelecimento oferece, ainda, o X-Maringá, que tem hambúrguer no lugar da salsicha.
À frente do estabelecimento está uma maringaense, é claro. Jacqueline Guilherme Rosa, de 43 anos, mora em Madrid há mais de dez anos e é proprietária do restaurante desde 2017. A ideia de compartilhar a receita com os espanhóis deu tão certo que o cachorrão prensado é o mais vendido no local, e é o queridinho até de famosos, como os jogadores dos clubes de futebol Real Madrid e Atletico de Madrid.
Jacqueline descreve o estabelecimento como “um cantinho brasileiro em Madrid”, que funciona como restaurante e cafeteria. No local, ela e o marido André Luis Sevilha, de 46 anos, que é natural de São Paulo, oferecem opções como coxinha, risoles, pastel de feira, refeições típicas do Brasil e até Tubaína. A ideia de fazer o cachorrão prensado de Maringá surgiu no ano passado, no início da pandemia, e o lanche foi oficialmente lançado no dia 17 de junho de 2020.
“Com a pandemia, que fechou tudo na Espanha há cerca de um ano, nós ficamos 53 dias confinados. Foi quando eu e meu marido começamos a conversar sobre a possibilidade de começar a fazer lanche. Explique para ele sobre o lanche de Maringá e tudo foi acontecendo. Arranjamos a chapa, conseguimos uma padaria que se dedica só em fabricação para fazer o pão e eu mesma comecei a fazer os lanches. Hoje, o cachorrão prensado é nosso lanche mais vendido, porque é grande, completo e vai muito queijo – os lanches de Madrid quase não têm queijo”, detalhou Jacqueline em entrevista ao GMC Online.
A única diferença é que em Madrid o cachorrão prensado é vendido sem a famosa maionese verde, já que as leis do País não permitem a manipulação desse tipo de molho.
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Como tudo começou
Natural de Maringá, Jacqueline Guilherme Rosa cresceu em Mandaguaçu e mudou-se para Madrid em 2010, aos 32 anos. Em uma história que parece ser de filme, conheceu o atual marido e sócio, André Luis Sevilha, na sala de visitas da “prisão” de imigrantes.
“Após uma separação, vim sozinha para Madrid para tentar recomeçar a minha vida. Fiz uma conexão em Paris e lá a imigração me levou para uma sala. Me entregaram uma folha perguntando por que que eu estava ali, quanto tempo ia ficar e tudo mais. Eu ia ser deportada. Então meu primo, que já morava em Madrid, pediu para um amigo dele – meu atual marido – fazer a carta convite. Ele foi até Paris para tentar me tirar dessa situação e nós nos conhecemos na sala de visitas da ‘prisão’ de imigrantes, na França. Na primeira semana já surgiu o interesse e ficamos juntos”, relembra.
Em Madrid, Jacqueline trabalhou em obras, cuidou de uma idosa durante cinco anos e, enfim, começou a trabalhar em restaurantes. Foi então que ingressou como garçonete no Masqdelicia, que na época pertencia a outro brasileiro. “Posteriormente, o então proprietário vendeu para uma moça, que ficou somente por três meses e me ofereceu o negócio, em 2017. Como eu não tinha dinheiro para comprar, paguei em 20 vezes”, conta.