Ciclone bomba no Paraná? Saiba o que dizem os meteorologistas
Nos últimos dias, a informação de um novo ciclone bomba circulou e acendeu o alerta sobre um novo registro do fenômeno no sul do Brasil. No fim de junho, a passagem do sistema pelos estados da região, incluindo o Paraná, causou chuvas e ventos muito intensos, chegando a matar moradores de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O fenômeno também atingiu e causou estragos em Maringá.
Muito comuns na América do Sul, os ciclones extratropicais são áreas de baixa pressão atmosférica que, em geral, estão associados a frentes frias. Conforme o Climatempo, quando há queda de pressão de pelo menos 24hPa (hectopascais, unidade de pressão) em 24 horas, há a formação do que é chamado de “ciclone bomba”.
Mas, essa “nova versão” do ciclone representa algum risco ao Paraná? De acordo com o meteorologista Samuel Braun, do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), não. O sistema de baixa pressão, segundo ele, já passou pelo estado nesta segunda-feira, 14, e provocou ventos mais fortes apenas na região litorânea do Paraná.
Conforme explica Braun, o ciclone bomba se formou no oceano, na altura do Rio Grande do Sul e Uruguai, e, ao longo da segunda-feira, se afastou em direção ao mar.
No boletim emitido na manhã desta segunda, o meteorologista alertava para as chuvas isoladas que poderiam ocorrer nas cidades mais próximas à divisa com Santa Catarina e para os ventos no litoral. O ciclone bomba foi representado pela letra B no mapa (veja abaixo).
Segundo ele, passado o dia com ventos mais intensos, o fenômeno já não oferece qualquer risco às demais regiões do estado. “O impacto maior foi ontem. Hoje [terça-feira, 15], somente mar agitado”, explica.
O meteorologista ainda reforça que o Simepar acompanhou o deslocamento do fenômeno, mas em nenhum momento fez alerta sobre o sistema. As informações sobre um alerta para o ciclone, no entanto, foram transmitidas pelas redes sociais e o instituto precisou explicar os impactos no Paraná.
Região Sudeste
O ciclone bomba irá provocar agitação do mar e ventania sobre parte do Sudeste. O alerta emitido nesta segunda-feira pelo Climatempo indicava que as rajadas mais intensas podiam chegar a 70km/h no litoral de São Paulo, Rio de Janeiro, centro-sul do Espírito Santo e até em áreas da Zona da Mata de Minas Gerais. Na região da capital paulista, os ventos ocorreriam com até 60km/h.