16 de julho de 2025

Bets ilegais são usadas por 3 em cada 4 apostadores no Brasil, aponta pesquisa


Por Agência Estado Publicado 12/06/2025 às 13h10
Ouvir: 02:55

Três em cada quatro brasileiros que apostaram online em 2025 utilizaram bets ilegais. É o que aponta uma pesquisa do Instituto Locomotiva, realizada entre abril e maio deste ano, com 2 mil entrevistas. O estudo mostra ainda que 77% daqueles que apostaram em plataformas ilegais este ano concentraram a maior parte, ou a totalidade, de seus gastos com apostas no mercado ilegal – desde outubro de 2024, só podem operar no Brasil as bets autorizadas pelo governo.

Financiado pelo Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), que reúne as principais bets do País, o estudo foi apresentado nesta quinta-feira, 12, em evento na sede do IBJR, em São Paulo.

Participaram do encontro Fernando Vieira, presidente executivo do IBJR; Carlos Manuel Baigorri, presidente da Anatel; Giovanni Rocco, secretário nacional de Apostas Esportivas do Ministério do Esporte; e o deputado federal Caio Viana, presidente da Subcomissão de Regulação de Apostas Esportivas da Comissão de Esporte.

A pesquisa serviu de base para um estudo econômico da consultoria LCA, que estima que entre 41% e 51% do mercado de apostas no Brasil está na ilegalidade. Apenas no trimestre entre fevereiro e abril de 2025, o mercado ilegal movimentou de R$ 6,6 bilhões a R$ 9,9 bilhões. Em um ano, esse volume pode chegar a R$ 40 bilhões, equivalente ao mercado regulado, estimado em R$ 38 bilhões.

Com uma carga tributária estimada em 27%, a evasão fiscal causada pelas plataformas ilegais pode alcançar até R$ 10,8 bilhões por ano. Em apenas três meses, a União deixou de arrecadar entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2,7 bilhões, segundo estimativa da LCA.

O uso de bets ilegais é maior entre jovens de 18 a 29 anos (83%) e na região Centro-Oeste (82%). A incidência também cresce entre pessoas de menor renda e escolaridade, público mais vulnerável pela ausência de mecanismos de proteção oferecidos por plataformas regulamentadas, como reconhecimento facial, limites de perdas e alertas de comportamento de risco.

A pesquisa também mostra que 73% dos apostadores admitiram ter usado pelo menos uma das principais marcas não autorizadas. Além disso, 46% já depositaram dinheiro em sites que depois descobriram ser falsos ou irregulares. A maioria (78%) relata dificuldade em identificar se uma plataforma é legal, e 72% admitem não verificar sempre as informações necessárias para garantir a legalidade do serviço.

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