
Mais uma discussão sobre o projeto que cria o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa LGBTI+ em Maringá ocorreu na manhã desta quinta-feira, 2. A sessão da Câmara Municipal foi polêmica e houve distribuição de senhas para organizar o público favorável e contrário ao tema. Com a maioria contrária, a casa acabou rejeitando a criação do conselho.
A primeira discussão do projeto ocorreu no último dia 17 e a criação do conselho foi aprovada com folga. Na sessão, dez vereadores votaram a favor do projeto, que foi apresentado pelo Executivo, e outros três votaram contra.
No entanto, dois dias depois, após as forças contrárias se mobilizarem, a proposta acabou sendo retirada de pauta por quatro sessões depois da proposição de 20 emendas e pressão popular de religiosos.
A criação do conselho voltou a ser discutida nesta quinta-feira e, desta vez, foi rejeitada pelos vereadores. 15 parlamentares estavam presentes. 10 foram contrários à proposta, quatro votaram a favor e houve uma abstenção.
A diferença dos votos de alguns vereadores entre a primeira e a segunda votação causou estranheza. Muitos deles, desta vez, foram contrários à criação do conselho. O delegado Luiz Cláudio Alves foi um dos vereadores que fez essa mudança.
O primeiro voto, explicou o vereador, serviu para abrir o debate para que eles pudessem ouvir a sociedade e, para que o projeto pudesse tramitar, ele foi favorável. No entanto, nesse período, ele percebeu uma oposição da opinião pública à proposta e decidiu votar contra agora. “O que a sociedade revelou? Que ela não quer esse projeto! A gente não fez um levantamento, mas a grande maioria da população é contra. E nós, vereadores, estamos aqui representando”, explicou.
Ele disse que, durante a discussão para esta segunda votação, ele chegou a consultar a base política, que se posicionou de forma contrária. “Também temos critérios técnicos. Pelo menos dois conselhos que consultamos, um conselho que trata da diversidade racial e o conselho de Direitos Humanos, têm cadeiras para o público LGTB. Inclusive o conselho de Direitos Humanos de Maringá está inativo. Então veja, estamos discutindo a criação de um outro conselho, sendo que conselhos que já estão criados não funcionam. Meus votos aqui sempre foram pautados pela técnica, pela justiça e pela coerência”, destacou.