11 pesquisadores da UEM estão entre os mais citados do mundo

A Universidade Estadual de Maringá (UEM) se destacou em um no ranking de pesquisadores mais citados do mundo. O levantamento que reconhece cientistas com impacto global em suas áreas foi elaborado e divulgado pela Universidade de Stanford (EUA).
A lista identifica aproximadamente 2% dos cientistas mais influentes do mundo com base em citações na base de dados Scopus e influência na produção científica no último ano. Os pesquisadores da UEM listados no ranking são Sidinei Magela Thomaz, da Biologia Marinha e de Água Doce; Marcos Luciano Bruschi, da Farmácia; Maurício Guimarães Araújo, de Odontologia; Valter Afonso Vieira, de Administração; Ângelo Antônio Agostinho, da Pesca; Jesuí Vergílio Visentainer, da Ciência dos Alimentos; Rosângela Bergamasco, da Engenharia Química; Danielle Katharine Petsch, da Biologia Marinha e de Água Doce; André Cazetta, da Engenharia Química; Haroldo Valentin Ribeiro, da Física; e Celso Vataru Nakamura, da Farmácia.

No topo da lista da UEM, o professor Sidinei Magela Thomaz credita o bom desempenho dos cientistas da UEM no ranking a vários fatores. “Inicialmente, é sempre bom lembrar que nós temos um grande incentivo institucional, de tal forma que na UEM nós temos um ambiente saudável tanto para o ensino como para a pesquisa. Há que se ressaltar também o constante aporte de fundos ou recursos financeiros, especialmente através do Ministério de Ciência e Tecnologia e do Ministério de Educação. São recursos federais. Além, é claro, dos recursos que são aportados também pela Fundação Araucária. Agora, eu diria que o mais importante para esse sucesso, por assim dizer, ou pela participação nesse ranking, é a colaboração com várias outras pessoas, com vários outros cientistas. Afinal de contas, a ciência se faz somente através da colaboração. Então, nesse sentido, embora o meu nome figure no ranking, eu gostaria de compartilhar essa honra com os meus alunos, ex-alunos e tantos outros colegas pesquisadores com os quais eu trabalhei e ainda trabalho”, afirma.
Danielle Katharine Petsch, recém-contratada pela Universidade Estadual de Maringá, traçou toda a trajetória acadêmica na UEM, incluindo graduação em Ciências Biológicas, mestrado em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais e pós-doutorado. Em fevereiro de 2025 ela tomou posse como professora efetiva na Universidade. Danielle diz que se sente honrada em integrar a lista de pesquisadores mais influentes do mundo, mas também frisa que estar no top 2% mundial é resultado de trabalho em equipe.

“Eu acho que eu atingi e consegui entrar nessa lista seleta por conta, principalmente, de alguns artigos que são muito citados em que eu sou a primeira autora. Esse é um índice que leva em consideração não apenas o número de citações recebidas pelos trabalhos científicos, mas também a posição de liderança. Eu acho que isso foi o que pesou também, especialmente nas sínteses que eu produzi relacionadas ao efeito de espécies invasoras, biodiversidade. Tem uma outra também que sumariza o efeito de impactos antrópicos na diversidade de riachos. Essas sínteses acabam sendo bem citadas, mas é claro que esse é trabalho coletivo, então apesar de liderar essas pesquisas, eu tive o apoio de pesquisadores sensacionais que me apoiaram desde a graduação e estão comigo até hoje, tanto pesquisadores brasileiros como também do exterior. E esse reconhecimento é também um grande incentivo para mim, que sou mulher, pesquisadora e início de carreira. E espero também que incentive e inspire outras mulheres a persistirem na ciência, especialmente as jovens pesquisadoras aqui da UEM”, torce a pesquisadora.
UEM é estadual com mais pesquisadores citados
Ao todo, 25 pesquisadores de Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES) do Paraná estão na lista que considera as citações de 2024. A UEM é a universidade que teve mais pesquisadores citados no ranking. A Universidade Estadual de Londrina (UEL) tem nove cientistas; a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) tem três; e a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), dois. O ranking também divulga os cientistas mais influentes, considerando as citações ao longo da carreira. Nessa classificação, figuram oito pesquisadores da UEM: Araújo; Agostinho; Bruschi; Thomaz; Visentainer; Nakamura e, além deles, Marcelo Moreira Cavalcanti, da Matemática; e Benedito Prado Dias Filho, da Microbiologia.
Para o reitor Leandro Vanalli, a posição dos pesquisadores da UEM fortalece a qualidade da pesquisa que é desenvolvida na universidade. “Isso é motivo de orgulho para a UEM, para toda a nossa comunidade interna, estudantes e servidores e também para nossa região. Isso é fruto de dedicação desses servidores, pesquisadores e também fruto de investimentos do governo do estado e também do governo federal em alguns projetos que fazem da UEM esse grande ativo científico e tecnológico, formando cada vez mais profissionais de nível superior e também cientistas”, afirma.
Apesar da presença na elite científica, de acordo com o levantamento, o professor da UEM melhor colocado no ranking pelas citações no último ano diz que o reconhecimento da produção científica brasileira tem muito a melhorar, mas para isso, precisa de mais investimento. “Os desafios para o aumento da visibilidade da ciência no Brasil são basicamente os mesmos enfrentados em qualquer país em desenvolvimento. Deve-se aumentar os aportes de recursos financeiros em ciência e tecnologia. Basta nós olharmos o que ocorre nos países desenvolvidos ou na China. O que a China fez nas últimas décadas? Por que a China chegou onde ela está? Apoio à ciência e à tecnologia. No Brasil nós tivemos uma melhora das condições de ciência e tecnologia a partir dos anos 90 até aproximadamente o ano de 2015 e 2016, particularmente pelos aportes do Ministério de Ciência e Tecnologia e Ministério da Educação. Após uma queda substancial entre 2015 e 2022, nós começamos a notar um aumento novamente, tanto dos recursos financeiros para a ciência e tecnologia, como na abertura de vagas para concursos públicos em universidades federais e universidades estaduais. Esse fato me deixa bastante otimista, tendo em vista que novos doutores e excelentes profissionais estão ingressando nas suas carreiras científicas. Certamente nos próximos anos o Brasil terá um aumento da visibilidade da sua ciência”, finaliza Sidinei Magela Thomaz.
