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04 de maio de 2024

Alunos da UEM se manifestam contra a suspensão das aulas presenciais após 3 dias de retorno


Por Letícia Tristão/CBN Maringá Publicado 20/01/2022 às 14h49 Atualizado 20/10/2022 às 11h54
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Alunos na UEM
Foto: Letícia Tristão/CBN Maringá

Na noite desta quarta-feira, 19, uma informação da Universidade Estadual de Maringá (UEM) pegou os alunos de surpresa: A instituição iria suspender as aulas presenciais que haviam sido retomadas na segunda-feira, 17, após mais de 700 dias.

Na manhã desta quinta-feira, 20, foi marcada uma coletiva de imprensa para esclarecer sobre suspensão das aulas na UEM, após três dias de retorno. Durante o evento, dezenas de alunos se reuniram e se manifestaram a favor da continuidade das aulas presenciais. Houve até uma interrupção da coletiva.

Muitos graduandos da UEM estão revoltados com a suspensão das aulas. Muitos acadêmicos não são de Maringá e alugaram apartamentos e se instalaram na cidade devido ao retorno que ocorreu na última segunda-feira, 17.

Antes da coletiva, a reportagem conversou com o acadêmico do curso de agronomia, Rodrigo Vieira, que se mudou de Marília, no interior de São Paulo, para Maringá e agora vai ter que voltar pra casa.

“A gente já reservou apartamento, teve o gasto e agora a gente não sabe como vai ficar. Eu sou do quarto ano de agronomia e falta pouco tempo para me formar, comecei a fazer TCC agora e precisava estar aqui em Maringá para fazer, para ter acesso ao professor, desse jeito não dá, né? O Ensino Remoto é difícil. […] Essa parte que ficou no remoto para que pulou do curso, a gente não lembra de quase nada”, explica Vieira.

Contrários à decisão da UEM, alunos interromperam a coletiva de imprensa. O acadêmico Tiago Samuel falou nos microfones.

“Muitos de nós, assim como eu, alugamos apartamento para estarmos em Maringá e não temos condições, eu trabalho, eu dependo da bolsa [de um] programa aqui da Universidade. E é muito difícil da gente se manter em Maringá. Então, eu vou voltar para minha cidade, eu vou pagar meu aluguel onde meu apartamento vai estar vazio, isto é despesa e é muito difícil. […] Queremos que enxerguem nosso lado como universitário, porque estamos revoltados sim”, declarou.

Depois da interrupção, foi preciso mudar de sala. A coletiva seguiu e o presidente do Grupo Técnico de Enfrentamento a Covid-19 da UEM, Denis Bertolini, explicou que a decisão de suspender novamente as aulas se pautou na evolução dos casos e mudança da bandeira verde para amarela no último boletim epidemiológico em Maringá, além do último decreto municipal

“Com a redução do número de leitos, que é o que também nos preocupa, nós conversamos com o município e houve a informação de que não haveria mudança no quadro e que, durante essa semana, haveria possibilidade de que houvesse uma diminuição inclusive. Nós discutimos tudo isso. Epidemiologicamente, nós achamos que isso não estaria correto, mas nós tínhamos que aguardar o documento que comprovasse essa situação. Só mediante os boletins epidemiológicos é que nós poderíamos tomar a decisão”, explicou o presidente do grupo.

“Foi o que nós cobramos, porque embora hoje nós tenhamos um boletim epidemiológico da data de ontem [quarta], houve uma falha, um ‘gap’, de 30 de dezembro até [inaudível]. Então, nós ficamos sem saber aonde caminhar. Foi aí que nós procuramos a Secretaria Municipal de Saúde e, diante dessa informação, a decisão da administração e a decisão do Grupo Técnico foi de manter, porque estávamos documentalmente na bandeira verde, que permitia isso. Agora, com o crescimento e com essa nova variante […], o quadro se modifica rapidamente. Evitando consequências mais graves, nós preferimos tomar a decisão agora do que pagarmos um preço mais caro depois”, complementou Bertolini.

Segundo o reitor da UEM, Júlio Damasceno, não há previsão de retorno das aulas presenciais, mas os dados são analisados diariamente para tomada de decisão.

“Conforme o professor Denis deixou claro, essa comissão analisa os dados continuamente. À medida que os dados são mais formalmente divulgados, nós já redesenhamos as coisas e tomamos as decisões. Qual a nossa expectativa? Nós estamos numa situação totalmente diferente do que estávamos no ano passado, no ano retrasado, é uma perspectiva de ciclo curto pelo comportamento da covid-19. O que nós esperamos? Que brevemente, estaremos aqui anunciando justamente o contrário, a volta às atividades presenciais seguindo o mesmo critério estabelecido pelo CEP, lembrando que bandeira verde é a bandeira que nos permite o retorno com segurança Às atividades presenciais”.

Alunos na UEM
Foto: Letícia Tristão/CBN Maringá

Prefeitura de Maringá

Diante da repercussão, a Prefeitura de Maringá também se manifestou sobre o assunto. Em nota, afirmou que “em suas determinações em prol da vida e que visam exclusivamente controlar os casos de covid-19, não fez referência alguma ao retorno às aulas em instituições de ensino da cidade. Relembra ainda que, em 2022, os decretos municipais tratam da obrigatoriedade do uso de máscara e da organização de evento com no máximo até mil pessoas, reiterando que os decretos não proíbem o retorno às aulas das instituições de ensino”.

Ouça a reportagem completa na CBN Maringá.

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