Aos 83 anos, pioneiro maringaense tem museu com mais de 80 veículos antigos


Por Monique Manganaro, com informações do projeto Maringá Histórica
Foto: Screenshot/Maringá Histórica

Para muitos, a história fica guardada apenas em recordações, que às vezes acabam sendo apagadas da memória por causa da ação do tempo. Para Laurindo Cordiolli, pioneiro maringaense, a história de vida foi eternizada por objetos e, principalmente, veículos antigos, que conquistou ao longo da trajetória. 

Há pelo menos 60 anos o pioneiro dedica parte da vida para os veículos antigos, uma paixão que sempre existiu, segundo ele. Hoje, toda a coleção – composta por mais de 80 exemplares – está exposta no museu criado por ele mesmo, o Museu Cordiolli

Foto: Reprodução/Museu Cordiolli
Foto: Reprodução/Museu Cordiolli

Maringá Histórica

Laurindo Cordiolli foi personagem do Maringá Histórica no ano passado. O projeto do historiador Miguel Fernando visitou o espaço onde o pioneiro guarda todo o acervo de antiguidades e conheceu a história de algumas das peças mais especiais. 

Cordiolli nasceu em 1937, em Lusitânia, distrito de Jaboticabal (SP), e se mudou para Maringá em 1951. Inicialmente, decidiu seguir os passos da família, que trabalhava em fazendas de café, mas aos 18 anos quis se aventurar na cidade. 

De acordo com o Maringá Histórica, ele trabalhou na Casa Vila Real e na Hermes Macedo S/A. Foi prestando serviços a essas duas empresas que o jovem conseguiu a sonhada Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e, posteriormente, uma lambreta. 

Mais tarde, a lambreta foi trocada por uma debulhadeira de milho que, anos depois, “virou” um caminhão. O primeiro caminhão de Cordiolli foi um Ford F600, ano 1966.

Na década de 1970, o envolvimento com veículos ainda era latente e  Laurindo fundou a Cordiolli Transportes, empresa existente até hoje. Atualmente, segundo levantamento do Maringá Histórica, o empreendimento tem mais de 200 caminhões e aproximadamente 350 colaboradores. 

A paixão pelos veículos antigos sempre fez parte dele. Cordiolli restaura e coleciona carros e caminhões antigos. O acervo criado por ele, inclusive, é conhecido como um dos mais importantes do sul do Brasil. 

Foto: Reprodução/Museu Cordiolli
Foto: Reprodução/Museu Cordiolli

O Museu Cordiolli 

Na visita que fez ao Museu Cordiolli, o historiador Miguel Fernando pode conhecer outro exemplar do famoso Ford F600, de 1966. “Era uma aventura”, comentou Cordiolli sobre a época em que rodavam com os antigos caminhões pelas estradas de terra da região. 

A coleção de veículos antigos foi iniciada com um Jeep, de 1961. Mas, entre os caminhões, outro modelo guardado com carinho pelo colecionador é um Mercedes Benz, de 1957, que pertencia à fábrica de refrigerantes Ouro Verde. “Esse estava em um leiloeiro e eu comprei. Nós tivemos uma venda [mercearia] no Guaiapó por muito tempo. A gente comprava bebidas deles e eles iam entregar com esse caminhão, por isso eu comprei”, explicou. 

São exemplares das mais diversas marcas, modelos e cores espalhados pelo galpão. A história, com certeza, é o quesito mais importante para cada veículo. O lado afetivo de cada exemplar é o que chama a atenção. 

O caminhão que tem espaço especial no coração de Cordiolli é um Toyota Bandeirante 1982, que fez parte da frota da Cordiolli Transportes por décadas. “Esse é relíquia! Foi comprado [quase] zero [quilômetro] de um distribuidor de remédios de São Paulo. Ele [o caminhão] trabalha na firma até hoje quando precisa. Então, não tem dinheiro que pague e não vai ser vendido nunca”, garantiu. 

Foto: Screenshot/Maringá Histórica

Assista à entrevista do Maringá Histórica com o pioneiro Laurindo Cordiolli: 

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