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19 de dezembro de 2025

Após 50 mil anos, cometa verde volta a passar pela Terra; saiba onde ver em Maringá


Por Ivy Valsecchi Publicado 01/02/2023 às 21h28
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Foto: Divulgação Dan Bartlett/Nasa.

Visto pelo última vez há 50 mil anos, quando a terra ainda era habitada por Neandertais, o Cometa C/2022 E3 (ZTF), também conhecido como ‘Cometa verde’, está novamente de passagem e já pode ser visto no Brasil – veja abaixo as dicas para enxergar o corpo celeste em Maringá e região.

O cometa verde tem uma órbita ao redor do sol que passa pelos confins do sistema solar, e é por isso que ele levou muito tempo para passar pela Terra novamente, de acordo com a Sociedade Planetária.

Segundo o professor e astrônomo amador de Maringá, Maico Zorzan, o Cometa C/2022 E3 (ZTF) é um pequeno corpo de gelo e poeira vindo da borda do Sistema Solar, e atinge coloração verde por conta de gases que emite quando é descongelado pelo Sol. “De forma grosseira, é o reflexo a luz solar nesses gases que dá a cor para ele”.

Contudo, ele explica que cometas são bolas de gelo sujo e podem ter cianeto, o que dá a cor esverdeada, além de moléculas de de carbono. A cor verde, portanto, não é exclusividade deste cometa. “Uma boa parte dos cometas é verde, e outra uma parcela bem grande é azulada, porque como eles são da mesma região do espaço, têm a mesma proposição química praticamente. Tem uma pequena variação, mas uma boa parte da composição é igual. Talvez esse receba esse nome para ficar mais chamativo e mais fácil de usar na mídia”, analisa.

Segundo o professor, o cometa passou pelo ponto mais próximo do Sol (chamado de periélio), baseado em sua órbita, e agora retorna para a fronteira do Sistema Solar. “No hemisfério sul ele só vai ser visto por um pequeno período de tempo no lado norte, próximo da constelação do Cocheiro”, diz.

Como ver o cometa em Maringá e região?

Zorzan explica que o cometa poderá ser visto já neste fim de semana, no começo da noite, logo após escurecer. “E ele vai sempre estar baixo no horizonte. O ideal é usar um binóculo, ou fazer fotografia de longa exposição, pois a olho nu ele vira uma ‘estrela esfumaçada'”, ensina.

Ele explica que em Maringá é preciso olhar para a região norte, na constelação do Cocheiro. “Recomendo usar um aplicativo de mapa estelar para localizar essa região no céu, localizar essa constelação, logo após escurecer. Os aplicativos Safari, Stellarium, Google Skymaps são gratuitos”, dá a dica.

O lado norte, conforme o professor, precisa ter um horizonte limpo. Portanto, em Maringá, o ideal seria ir para a saída para Astorga, por exemplo, ou no final da cidade, na Avenida Guaiapó. “Focar em encontrar um ponto difuso, esverdeado no céu, bem baixo no horizonte. Essa mesma condição vale para toda a região de Maringá. Basicamente todo o Paraná deve ter uma visão bem parecida do cometa.

Para quem tiver interesse em ver, será preciso se apressar. Zorzan diz que o tempo de permanência do cometa muda de noite para noite, mas será possível observá-lo em até 1 ou 2 horas no máximo. “Cometas são como adolescentes rebeldes. Podem ficar vários dias, podem não aparecer, podem dar espetáculo ou podem ser tímidos. Não tem como prever com exatidão quantos dias serão bons para vê-lo. E de um dia para o outro tudo pode mudar, para melhor ou pior”, destaca.

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