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11 de dezembro de 2024

Arquitetura: casa de Maringá concorre ao prêmio Oscar Niemeyer 


Por Brenda Caramaschi Publicado 21/07/2024 às 07h34
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Maringá tem obras que chamam a atenção dos profissionais de arquitetura e daqueles que não são da área, mas são apaixonados pelo tema. Um desses projetos arquitetônicos, inclusive, está concorrendo ao Prêmio Oscar Niemeyer 2024. 

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Casa de Maringá concorre ao prêmio Oscar Niemeyer / Foto: Jefferson Ohara

A arquiteta maringaense Sara Watanabe, à frente do Watanabe Arquitetura, conseguiu a indicação por meio da vitória em outra premiação, a IAB 2023, promovida pelo Instituto de Arquitetos do Brasil. Chamada Casa Lazer, a obra fica em uma esquina na Zona 5. Érica Bernabé é vice-presidente do núcleo Maringá do IAB/PR e parte da comissão organizadora da premiação que classificou o projeto para o prêmio internacional. Ela diz que a casa carrega traços modernistas revisitando-os dentro de uma linguagem contemporânea. “Esse projeto emprega de forma muito assertiva materiais naturais tanto na estrutura quanto nos acabamentos, e o desenho resultante alcança, na visão do juri, uma espacialidade muito rica, que representa muito bem a casa brasileira”, afirma.

Aproveitando o suave desnível que se estende pelos 40 metros longitudinais do terreno, o projeto foi dividido em dois blocos principais, com o primeiro abrigando as áreas privativas e sociais e o segundo encaixando-se sob o primeiro, abrigando um depósito e a garagem. A intensa insolação foi contornada com o uso de uma trama de tijolos maciços em barro vermelho, que ainda contribui para a privacidade dos moradores e dá identidade à edificação. A área social da residência se estende em direção ao jardim. A obra mistura alvenaria e concreto e há destaque para o piso em ardósia mantido em seu estado natural, trazendo um toque fresco nos dias quentes de Maringá. 

Emoção em dose dupla

O projeto será um dos representantes do Brasil na premiação que é a mais importante do segmento na América Latina. “As demais obras que foram indicadas ao Prêmio Oscar Niemeyer são de escritórios que eu admiro muito, que têm uma produção de altíssimo nível e que representam um belo recorte da arquitetura contemporânea do Brasil e dos demais países. então para mim é uma alegria muito grande e uma honra poder estar junto com esse pessoal nessa edição”, diz Sara.

A emoção da indicação justamente por essa obra é ainda maior porque o projeto foi feito para amigos da arquiteta. Os donos da casa premiada são Daniel e Juliana Manzotti, que conhece Sara desde a adolescência, muito antes da decisão pela arquitetura surgir no caminho da amiga. “Eu sempre tive certeza que era ela quem iria fazer o projeto da nossa casa”, conta. O pedido da amiga de mais de 20 anos não era simples de atender: “falei para ela que eu queria uma casa como se fosse na praia, mas que teria que ser aqui em Maringá. A gente tem muitos amigos e eu queria poder reunir aqui para que quando eles olhassem a casa dissessem que é muito a nossa cara”, explica Juliana.

O projeto foi aprovado logo na primeira vez que Sara apresentou ao casal. As alterações foram muito pequenas. Mas a emoção de ver o sonho idealizado ali, ao vivo, a moradora diz que é difícil até descrever. “É a nossa casa para o resto da vida. É sentar e ficar admirando. Ela colocou todo o nosso sonho no papel. Se estou na piscina e olho para a casa, eu suspiro. Se estou na sala, eu penso ‘olha essa casa, e eu tô aqui dentro!’”, relata.

Se a arquiteta está ansiosa e orgulhosa pela indicação, a dona da casa está ainda mais. “Eu me senti orgulhosa dela e demorou para cair a ficha que era a minha casa. Olhei e pensei, ‘nossa, foi a Sara que desenhou! Olha onde ela chegou!’ e só depois percebi ‘é a minha casa que está aqui, com tudo o que eu sonhei, e as pessoas que escolheram o projeto tiveram o olhar que eu tive com esse carinho e asse amor. Acho que minha expectativa é maior que a dela, porque eu quero que a minha amiga ganhe”, torce a moradora da casa premiada. 

O resultado do Prêmio sai no dia 9 de agosto. “Mas para mim, só de poder participar e representar o Brasil nessa edição já é uma vitória. Foi muito legal poder colocar Maringá nesse contexto de prêmio internacional de arquitetura, fiquei muito feliz com isso”, conta a arquiteta. 

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