O aterro sanitário e a Pedreira Ingá viraram alvos de questionamentos de moradores em Maringá. Os vereadores Alex Chaves, Onivaldo Barris e Belino Bravin vêm se reunindo com moradores do Jardim São Clemente e dos bairros próximos.
Os moradores vivem perto da Pedreira Ingá e do Aterro Sanitário, que pertencia à Pedreira Ingá, mas que foi vendido, em abril deste ano, à empresa Serrana Engenharia, de Santa Catarina, e que foi contratada pela prefeitura para receber os resíduos orgânicos gerados na cidade.
O motivo das reuniões é que os moradores estão preocupados com os lençóis freáticos, com o mau cheiro na região e com as explosões na pedreira. Por isso, os vereadores propuseram uma série de requerimentos pedindo informações à administração. Um dos requerimentos entrou na pauta da sessão desta terça-feira, 14.
Os vereadores querem saber qual a distância entre o aterro e a área residencial mais próxima, como é realizado o monitoramento das águas no lençol freático e qual o material utilizado para eliminar o mau cheiro que exala dos dejetos.
É o que explica o vereador Alex Chaves, líder do prefeito na Câmara. “Nós tivemos uma reunião com a comunidade que mora ali no entorno e várias coisas foram apontadas, principalmente a proximidade dos bairros ali com a pedreira onde hoje está o aterro que recebe ali os resíduos da cidade de Maringá. Algumas coisas foram apontadas, desde a questão ambiental tá aí no requerimento sobre a questão das árvores e cheiro, mas também das explosões, que acabam de alguma forma causando alguns transtornos. Houve relatos de casas ali que teriam rachaduras, enfim, a gente quer entender melhor todo esse processo para poder tomar uma providência no futuro porque a comunidade não pode ser prejudicada e a gente precisa buscar soluções”, explica o vereador.
O gerente da Pedreira Ingá, Roberto Eduardo Pereira, diz que a empresa nunca foi procurada por qualquer morador e nunca foi notificada pelo município de qualquer problema em relação às detonações, que obedecem, segundo ele, aos padrões de segurança.
“Isso aí para nós é uma novidade, porém a empresa cumpre todos os requisitos, ou seja, tudo o que é estabelecido por lei federal, estadual e municipal ela cumpre, tanto que a detonação hoje da Pedreira Ingá é terceirizada por uma empresa especializada que é de São Paulo, ou seja, essa empresa ela vem fazer a detonação aqui pra nós. Então assim, em vários locais, eu acredito que até aqui no Jardim São Clemente e em vários outros locais da própria indústria, nós temos um equipamento que mede exatamente esse deslocamento de ar, esse abalo que é falado, e eu tenho certeza que todos esses requisitos são cumpridos, porque nós nunca tivemos uma notificação”, esclarece o gerente.
O diretor de aterros da Serrana Engenharia, o engenheiro civil Marciano Kuviatkoski, também diz que ficou surpreso com a reclamação dos moradores e que a operação do aterro segue padrão de manejo europeu.
“A gente tem tomado um cuidado muito grande nas operações do aterro e mudamos todo o modo de operação do aterro após assumirmos o aterro que era da Pedreira Ingá. A gente tem uma operação hoje que é padrão europeu, a gente trabalha com desnível, carga e descarga, onde os caminhões não tem nem contato com o resíduo, que são cobertos diariamente, justamente pra não proliferar odores e até mesmo animais e tudo mais, então é uma operação muito limpa e totalmente sem odor. Inclusive, eu deixaria o convite para esses vereadores e vizinhos para eu poder apresentar a nossa engenharia, o nosso trabalho e eles verem que não há odores e é uma operação muito limpa e segura”, diz o diretor.
A reportagem também tenta falar com o secretário de Meio Ambiente de Maringá. Os vereadores terão outra reunião com os moradores no mês que vem.
Ouça a reportagem completa na CBN Maringá.