Boicote ou apoio? A reação dos clientes de Maringá em meio à polêmica das Havaianas

A campanha de fim de ano das sandálias Havaianas, estrelada pela atriz Fernanda Torres, colocou a marca no centro de uma nova polêmica política nas redes sociais e levou apoiadores da direita a defenderem um boicote aos produtos da empresa. A controvérsia começou após a divulgação de um comercial em que a atriz afirma preferir desejar que as pessoas iniciem 2026 “com os dois pés”, em vez da tradicional expressão “com o pé direito”.
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A fala foi interpretada por políticos, influenciadores e militantes conservadores como uma mensagem política velada. Nas redes sociais, críticas acusaram a marca de misturar publicidade e ideologia, o que motivou campanhas de boicote e incentivo à compra de produtos de marcas concorrentes.
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Entre os que se manifestaram estão o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) fez um trocadilho com o slogan da marca ao escrever: “Havaianas, nem todo mundo agora vai usar”. Alem disso, o recém-cassado pela Câmara dos Deputados, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também se manifestou contra a campanha publicitária da fabricante de sandálias. Em postagem publicada no domingo, 21, o parlamentar fez críticas à marca e afirmou que deixaria de consumir os produtos.
No vídeo divulgado nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro aparece jogando um par de sandálias no lixo. Na legenda da publicação, escreveu: “Eu vou começar o ano com o pé direito, sim, e não será de Havaianas”.
Diante da repercussão nacional, o Portal GMC Online ouviu comerciantes de Maringá para entender se o movimento teve impacto nas vendas locais. Em uma loja que trabalha com Havaianas e outras marcas, o proprietário Irineu Dioto relatou que houve comentários pontuais de clientes sobre o boicote. Segundo ele, uma consumidora chegou a afirmar que deixaria de comprar Havaianas e passaria a optar por sandálias da marca Ipanema.
Apesar disso, Irineu avalia que a queda nas vendas observada recentemente está mais relacionada ao cenário econômico do que à polêmica envolvendo a campanha publicitária. “Teve esse comentário isolado, mas, no geral, sentimos que a diminuição está muito mais ligada à questão econômica do que à propaganda em si”, afirmou.
Em outra loja, localizada na região central de Maringá, o comerciante Diego Esteves confirmou que a campanha virou assunto entre os clientes e provocou reações distintas. De acordo com ele, houve casos de consumidores que decidiram se posicionar a favor da marca, enquanto outros optaram por boicotar.
“Tivemos uma cliente que veio comprar Havaianas vermelha e quis colocar a bandeirinha do Brasil para se posicionar com a marca. Em contrapartida, também tivemos um casal que veio buscar Ipanema justamente para não comprar Havaianas e mostrar esse posicionamento contrário”, relatou.
Diego explicou ainda que, no balanço geral, as vendas de fim de ano foram positivas em comparação com 2024, resultado de um trabalho de divulgação feito ao longo do ano. Em relação às Havaianas, ele afirma que houve uma leve queda no movimento logo após a veiculação do comercial, mas sem certeza sobre a causa. “Ontem, especificamente, o movimento deu uma baixada. Não sabemos se foi o dia ou se teve relação direta com a propaganda, mas pode ter sido reflexo da repercussão”, disse.
