Bronzeamento com fitas adesivas tem adeptas em Maringá
O verão já acabou, mas o calor ainda continua e o que muitas mulheres querem é exibir a marquinha do biquíni. Só que a ida na praia ou na piscina muitas vezes não é suficiente para deixar uma marquinha evidente. Por isso, muitas recorrem ao bronzeamento com fitas adesivas. Aqui em Maringá, há muitas adeptas da prática e empresas que oferecem esse serviço costumam ficar lotadas.
Em um estabelecimento da cidade, por exemplo, as clientes usam biquínis de fita isolante colorida e é passado no corpo um produto acelerador para queimar mais rápido. Deitadas em uma maca, elas ficam expostas ao sol por 40 minutos de barriga para cima e depois mais meia hora de costas.
Cada sessão custa R$ 70 e, segundo a proprietária, a recomendação é de no mínimo três sessões para que o bronzeamento fique do jeito que as clientes gostam, ou seja, bem aparente. Ela diz que indica o horário das 8h às 10 e depois somente após às 16h, no entanto, algumas clientes acabam tomando sol no horário não indicado.
Em outro estabelecimento de Maringá, o bronzeamento é feito com biquíni de fita esparadrapo. De acordo com a proprietária, é aplicado protetor solar em todo o corpo e depois colocada a fita. Na sequência, a cliente fica 20 minutos de costas e outros 20 minutos de barriga para cima tomando sol. São necessárias cerca de seis sessões, segundo ela, para que alcance o efeito desejado.
Cada sessão custa R$ 60 e o local só recomenda o bronzeamento nos horários em que o sol não é considerado prejudicial.

O que dizem os especialistas
Três especialistas consultados contra indicam a prática e afirmam que a fita isolante pode causar alergias na pele. Eles também alertam para os riscos da exposição excessiva ao sol.
“A parafina [utilizada nos produtos para acelerar o bronzeamento] pode causar queimaduras e irritação na pele. A fita isolante pode causar irritação, alergia, e ao ser removida pode causar lesão na pele”, diz a dermatologista Karla Assed, membro da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) e da AAD (Academia Americana de Dermatologia).
Ela afirma que, apesar de existir uma conscientização geral da população sobre o uso de filtro solar, costuma receber bastante gente em seu consultório com problemas de pele ocasionados por exposição excessiva e/ou desprotegida ao sol.
Para quem deseja o bronzeado perfeito, Assed dá quatro dicas: Comer alimentos ricos em betacaroteno -como damasco e cenoura, por exemplo-, bronzear-se gradativamente evitando horários entre 10h e 17h, usar filtro solar e aplicar muito hidratante para manter o bronzeado da pele.
Para o dermatologista Murilo Drummond, professor titular do Instituto de Pós-Graduação Carlos Chagas, membro efetivo da SBD, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Academia Americana de Dermatologia, o ideal é que as pessoas restrinjam ao máximo seu contato com o sol, visto que uma breve saída de casa para entrar no carro ou no ônibus já oferece boas quantidades de vitamina D para a pele.
“Às 8h o sol já está fortíssimo. Hoje, minha recomendação é que a exposição ao sol seja rápida, entre 8h e 9h, se possível com roupas UV.”
Segundo ele, basta a radiação para que, em dez anos, aumente o número de casos de câncer de pele. “Acho que saiu um pouco de moda [bronzear-se no sol para ficar com marca de biquíni]. Hoje é até meio esquisito. É um sinal de desconhecimento […] O protetor solar não evita o câncer de pele.”