Cães servidores passarão a ter função terapêutica nas escolas municipais de Maringá; entenda

Por Luciana Peña e Walter Téle Menechino Publicado 18/12/2025 às 10h52

Ouvir: 00:00

Um projeto público inédito no país está em desenvolvimento em Maringá: trata-se do adestramento de cães abandonados para exercer diversas funções, como suporte terapêutico para crianças da rede pública de ensino com Transtorno de Espectro Autista (TEA), espantar animais e aves das pistas do aeroporto e ajudar na busca de pessoas perdidas.

No momento estão sendo adestrados 50 animais resgatados das ruas. À frente do projeto, anunciado pelo prefeito Silvio Barros na última edição do ano do Maringá + Comunicação, está a Secretaria Municipal de Bem-Estar Animal, que tem cerca de 150 cães abrigados. Somando os animais que estão em ONGs e os que estão sendo cuidados por protetores independentes, são mais de 3 mil.

Durante o evento realizado na quarta-feira passada, 17, o prefeito Silvio Barros informou que o projeto é prevê um cão servidor em cada escola da rede pública municipal. A expectativa é que o contato com o animal acalme a criança, a crise seja superada e a rotina escolar volte ao normal. E citou como exemplo: “Imagine um aluno com autismo em crise na sala de aula. Algumas vezes fica difícil acalmá-lo e é aí que entra o cão servidor: Olha, o Totó veio te chamar para brincar lá fora, Vamos?“. Além disso, o projeto assegura qualidade de vida para o animal.

Os cães servidores vão morar na escola e nos finais de semana, se algum pai quiser levá-lo para casa, será permitido. “Com o tempo, se os pais de uma criança com TEA entenderem que o suporte terapêutico do cão servidor está sendo efetivo para o seu filho, a família também poderá adotá-lo”, afirmou o prefeito.

O secretário municipal de Bem-Estar Animal, Wlademir Garbuggio, disse, em entrevista à CBN, que no início do próximo ano deverão ser contratados adestradores profissionais para aumentar o número de cães em treinamento. E explicou que os adestramentos dos cães servidores são específicos para cada área de atuação.

“Os cães que darão suporte terapêutico, por exemplo, estão sendo treinados para não se incomodaram com o comportamento de algumas crianças, que gostam de apertar os cães ou puxar o rabo do animal. Já o cão que está sendo treinado para cuidar da fauna do aeroporto é um caçador, que vai espantar as aves e os bichos, sem ele próprio entrar nas pistas”, disse Garbuggio.