Caminhada Contra o Bullying promove conscientização no Parque do Ingá

Na manhã deste domingo (6), a rádio MIX FM levou uma série de atividades interativas ao coração de Maringá. Em volta do Parque do Ingá, brincadeiras mostravam o quanto o bullying é coisa séria.
Enzo Ruzza, de nove anos, encontrou diferentes formas de bullying ao desvirar cada uma das peças do jogo da memória: de violência verbal e física ao cyberbullying. “É que as pessoas tiram foto, depois postam falando mal do outro. Isso é muito feio”, explica o menino, de forma simples.

Mas o avô do garoto, Nizan de Souza, que observava a brincadeira educativa, sabe que o assunto é mais complexo do que parece. “Eu mesmo tinha vários apelidos. Me chamava de Kiko, de lebre, porque eu tinha os dentes um pouco para frente. Eu não gostava, tanto é que eu fui usar aparelho para endireitar os dentes. A geração de hoje é uma geração mais sensível, mais emocional na verdade. Então eles sentem bastante isso quando são excluídos com algum tipo de bullying. A gente vê muitas pessoas que sofrem muito com isso. Crianças que se excluem da sociedade, até no meio familiar da gente. Tem que estar bem atento a esses sinais. A gente vê pessoas que chegam até ao suicídio, pessoas que se revoltam por causa disso. Tem que conscientizar que bullying não é legal”, diz.
Além das ações do Parque, que incluiram peças teatrais e uma caminhada, a Coordenadora de Marketing do Grupo Maringá de Comunicação, Mayara Alonso, explica que a rádio preparou um material exclusivo com orientações para combater o bullying em diferentes contextos, como escolas, ambientes de trabalho e círculos sociais. “O grupo Maringá de Comunicação e a Rádio MIX estão sempre preocupados com a comunidade, com temas importantes, o que o pessoal ainda não está falando. Dia 7 é o Dia Nacional de Combate ao Bullying e a Violência das Escolas. A gente produziu um material com dicas de como agir em situações de bullying nas escolas, no trabalho, que também acontece, e na roda de amigos, dicas de como abordar, como evitar, ajudar o próximo em uma situação de bullying”, detalha.
O Sinepe, sindicato das Escolas Particulares, é parceiro da ação. Agnaldo Rossini, vice-presidente do sindicato, diz que as escolas têm abordado o tema para explicar o que é o bullying e fazer a criança perceber como uma brincadeira de mal gosto e outros tipos de violência podem fazer o outro sofrer, mas ressalta que hoje esse tipo de atitude se tornou mais comum fora do ambiente escolar, nas redes sociais, e diz que muitas vítimas sofrem em silêncio.

“Nós que estamos ali no dia a dia, junto aos nossos alunos, sabemos o quanto impacta na vida de uma criança quando ela sofre bullying. E o sofrimento dela muitas vezes é silencioso, causa vários danos emocionais, até mesmo físicos. Então hoje a gente vem aqui despertar isso: pai, converse com seu filho. Às vezes pode estar acontecendo tanta coisa ali e ele não consegue revelar, falar, realmente dizer pra alguém o quanto ele está sofrendo”, diz. Notas baixas e mudanças de comportamento podem ser alguns dos sinais de alerta, explica Rossini.
A Prefeitura de Maringá também participa da ação com o projeto Zoeira Tem Limites, que oferece atendimento psicológico gratuito a jovens vítimas de bullying. Lançado pela Secretaria de Juventude, Cidadania e Migrantes (Sejuc) em parceria com instituições de ensino, o projeto oferece suporte emocional e orientação para alunos do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio.
“O bullying é uma situação que causa dor, causa doença e consequências. E não tem uma vacina contra ele. A vacina somos nós, pais e professores, nós cidadãos. Nas escolas públicas nós estamos indo com o grupo das faculdades, as universidades estão em parceria conosco e nós fazemos uma palestra, uma conscientização e o jovem que quiser atendimento, ele tem um canal particular para entrar em contato conosco e daí nós começamos o tratamento dele em parceria com as universidades. A gente tem que cortar o mal pela raiz”, resume a secretária Sandra Franchini.