Carros elétricos em Maringá: Frota, locais de eletropostos e tudo o que se precisa saber sobre o assunto


Por Felippe Gabriel

A indústria e o mercado de veículos elétricos têm ganhado muita relevância nos últimos anos e se tornaram uma grande tendência já para um curto prazo. Dessa forma, Maringá não tem ficado de fora e a frota de veículos elétricos na cidade vem aumentando.

De acordo com dados do Ministério dos Transportes, em maio deste ano Maringá contava com ao menos 1.529 veículos elétricos e híbridos circulando pelas ruas. A lista (veja a seguir) apresenta diferentes tipificações para tais automóveis, mas que servem apenas como classificações no sistema de controle. Também vale destacar os dados que não são computados, o que pode significar um aumento nos números absolutos.

Para simplificar, é possível distinguir os automóveis eletrificados em duas categorias: elétricos e híbridos.

Fonte: Ministério dos Transportes/Maio de 2024

Elétricos x Híbridos: saiba a diferença

Os veículos classificados como 100% elétricos possuem um sistema composto por uma bateria elétrica e um motor elétrico, sem a necesidade do uso de combustíveis fósseis e, consequentemente, de um motor a combustão. A recarga desse veículos ocorre via energia externa, com a bateria conectada a uma tomada.

Já os veículos híbridos trazem os dois sistemas de funcionamento ao mesmo tempo: possuem bateria e motor elétricos, com a adição de um motor a combustão (com modelos para todos os tipos de combustível).

No entanto, a categoria dos híbridos conta ainda com uma subdivisão. Segundo o especialista em veículos elétricos Mateus Afonso, da Eletricarbr e que tem conteúdos publicados no GMC Online, existem os híbridos e os híbridos plug-in. Na primeira classe, o motor a combustão tem a função de gerar energia para a bateria, o que não acarreta na necessidade de carregar o veículo na tomada. Nos híbridos plug-in, o processo se repete, mas há a possibilidade de carregar a bateria na tomada, de forma mais eficiente, com energia elétrica externa.

Portanto, os híbridos, de uma forma geral, são veículos que permitem aos motoristas alternarem a forma de consumo, transitando entre o gasto de energia elétrica ou o gasto de combustível fóssil.

Foto: Freepik/Reprodução

O mercado e a estrutura para elétricos em Maringá

Nos últimos meses, muitas empresas do ramo automotivo elétrico se instalaram em Maringá, além da implantação da categoria nas concessionárias tradicionais. Isso foi crucial para o aquecimento do setor na cidade, o que se mostrou no aumento da frota de veículos elétricos.

Para Mateus Afonso, o momento do mercado em Maringá tem se mostrado propício para as marcas.

“Produtos novos e mais baratos estão chegando, junto de um aumento da infraestrutura. Esse avanço ocorre justamente pela maior oferta de veículos aliada ao aumento do investimento no setor, então considero [o momento] positivo”, afirmou.

O especialista explicou que, atualmente, já não considera o preço dos veículos elétricos como o maior problema, assim como a qualidade dos produtos. Para ele, as evoluções em autonomia das baterias, que hoje possuem uma média de 350 km de rodagem, não devem sofrer grandes avanços rapidamente, somente a longo prazo. Mesmo assim, os avanços anteriores se mostraram suficientes para se atingir um patamar atual de excelente qualidade.

Sob uma perspectiva de venda de mercado, Paulo Barros, diretor comercial da GWM e-Brun, que atua em Maringá, Londrina e Cascavel, ressalta o aumento gradual da procura pelos veículos elétricos na região.

“[A procura] tem aumentado mês a mês. No começo tínhamos os entusiastas que já sabiam que os modelos elétricos estavam chegando no mercado. De uns sete ou oito meses pra cá, a gente já começa a ter o público tradicional, que são pessoas que estão migrando do veículo a combustão para o veículo híbrido ou elétrico. Para se ter um exemplo, hoje, nossa média de fluxo de loja, em Maringá e Londrina, é de 100 clientes por mês”, explicou Barros.

A questão dos eletropostos

Uma vez que o preço está se adequando à realidade de consumo e a qualidade dos produtos tem dado a segurança necessária para o investimento, a estrutura para os veículos elétricos também avança em Maringá.

A grande questão para aqueles que ainda possuem receios em adquirir um elétrico se concentra nos pontos de carregamento. Veículos elétricos, apesar de sua autonomia de bateria ser suficiente para a mobilidade urbana, necessitam ser carregados nos chamados eletropostos, que são pontos específicos de recarga equipados com os dispositivos necessários.

Normalmente, esses pontos estão presentes em concessionárias e shoppings, ora gratuitos ora com um valor base de R$ 1,99/kWh. Nesse momento, há um aumento gradual de instalação dos eletropostos na cidade, em postos de combustível, supermercados e outros locais públicos.

O mapa dos eletropostos distribuídos em Maringá pode ser vizualizado na plataforma PlugShare. Nela é possível filtrar pontos de carregamento por quilowatts, quantidade de estações ou localidades, abrangendo um armazenamento de dados por compartilhamento no mundo todo.

Confira onde estão eletropostos de Maringá (clique na imagem para ver detalhes):

Foto: Reprodução/PlugShare

Logicamente, o consumidor que adquiriu um veículo 100% elétrico deve possuir um ponto de recarga em sua residência, para maior segurança e comodidade. Mas ainda existe a incerteza para casos de emergência e, principalmente, em viagens longas.

“As viagens longas são um problema justamente pela infraestrutura. Com carregadores rápidos você faz uma viagem longa com facilidade. Com 20 minutos você consegue recarregar super rápido. O problema é que precisamos mais desses carregadores. O ideal são os conhecidos como carregadores de corrente contínua. Mas custam caro, por isso a infraestrutura não cresce com tanta facilidade”, explicou Mateus Afonso.

O mercado atual oferece carregadores que levam cerca de sete a oito horas para a recarga total de um veículo, sendo os modelos mais presentes nas casas ou shoppings. Uma alternativa para viagens longas são os carregadores portáteis que, por possuírem uma potência mais baixa, demoram cerca de 16 a 18 para uma carregamento completo, o que geralmente inviabiliza a logística.

Para o diretor da GWM, a questão dos eletropostos ainda representa o grande desafio da modalidade, mas vem sendo solucionada cada vez mais rápido.

Esse é um dos grandes desafios para a mobilidade elétrica, também chamada de mobilidade limpa. O trabalho de criar eletropostos, criar mobilidade, criar confiança. Dia após dia são abertos novos pontos de recarga. A procura pela instalação de eletropostos também é muito grande. Hoje eu percebo que existe um movimento muito grande de empresários querendo colocar pontos de carregamento no seu estabelecimento comercial para ser um diferencial. Então acredito que ainda tenha um grande caminho a percorrer, mas já está em andamento, já vemos esse movimento acontecendo”, afirmou Paulo Barros.

Como alternativa, Barros salienta a propensão dos veículos híbridos serem mais procurados e vendidos em relação aos 100% elétricos, por não necessitarem de carregamento via eletropostos.

“O 100% elétrico é um carro voltado mais para a área urbana. Então como os eletropostos ainda estão em desenvolvimento, ainda não traz segurança plena para o consumidor ter um único carro 100% elétrico. Então normalmente o elétrico é o segundo carro do cliente, para uso urbano, do dia a dia. O híbrido ainda é mais vendido, numa proporção 80% contra 20% para o elétrico. A vantagem do carro híbrido é que você tem o melhor dos mundos do elétrico, com a segurança de poder usar o carro a combustão. Isso faz com que o consumidor tenha essa segurança muito maior de utilizar o híbrido. Eu brinco que o híbrido é um degrau para o elétrico. O cliente começa a aprender a utilizar o carro, começa a entender mais a funcionalidade, principalmente com o híbrido plug-in“.

O diretor comercial da GWM e-Brun ainda desmistifica a relação entre a procura pelos veículos elétricos ou híbridos e a preocupação e o cuidado com o meio ambiente. Para ele, os eletrificados naturalmente vão contribuir para a sustentabilidade, mas isso ainda não é visado como o principal elemento pelos consumidores.

“Nesse primeiro momento não. São entusiastas que gostam da dirigibilidade do elétrico. Depois que você anda em um carro elétrico ou híbrido dificilmente você vai andar em um a combustão e achar gostoso. Nos elétricos o torque é imediato, o nível de ruído é muito baixo e são carros muito ágeis. Depois dos estusiastas, agora vêm os clientes que são amigos de amigos que ouviram falar do produto. Mas ainda há um movimento muito leve das empresas falando de sustentabilidade. Na realidade, são dois pontos que são vendidos: a parte sustentável do negócio e a economia de combustível, que é visível”, explica Paulo Barros.

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