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29 de junho de 2024

Casal de Maringá oferece lar e cuidados a aves em situação de risco


Por Rafael Bereta Publicado 26/02/2023 às 09h42
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Foto: Rafael Bereta/GMC

Há cinco anos um casal de Maringá tem se destacado na cidade após dedicar a vida para cuidar diariamente de 82 aves silvestres, entre papagaios, tucanos e araras. A maioria foi apreendida em operações ambientais contra o tráfico internacional de aves. Além dos pássaros que se tornaram da família, o casal ainda tem duas lhamas, mamífero dócil da América do Sul muito comum na Cordilheira dos Andes.

Apaixonado por animais, o casal tem recebido as aves de órgãos ambientais justamente por dar dignidade aos animais. O empresário Carlos Fernandes Amorim Neto, conhecido como ‘Neto das Araras’ diz que a paixão pelas aves surgiu na infância.

“Desde pequeno eu sempre gostei e cuidei de aves, meu pai sempre teve, então fui criado nesse meio. Quando adulto, comprei minha primeira ave legalizada com um amigo nosso e a paixão só foi aumentando. Até que fiz toda a documentação com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), agora IAT (Instituto Água e Terra) para poder receber aves de apreensão. Foi daí que tudo começou, chegou dois, depois quatro, seis, até que resolvemos construir a mantenedora para abrigar melhor os animais”, disse.

No local, os pássaros ficam livres e vivem em constante harmonia, Neto afirma que apesar de todos viverem tranquilos, muitos animais chegaram debilitados e o processo de recuperação foi um pouco longo, já que a maioria havia sido apreendida em situações irregulares e de maus-tratos.

“Algumas aves conseguem voar, então realizamos o voo livre aqui na região e por incrível que pareça elas voltam. Entretanto, temos aqui algumas espécies que ficaram muito tempo presas em gaiolas pequenas e infelizmente atrofiaram a musculatura das asas e não conseguem voar, por conta do tempo que ficaram em gaiolas”, comenta.

Depois de realizado todos os cuidados necessários, muitos animais são devolvidos à natureza, outros ficarão no local com o casal. A empresária Camila Amorim é formada em Direito e afirma que a paixão pelas aves a levou para a faculdade de Biologia. A graduação será concluída este ano.

“Desde pequena eu gosto de animais, meus pais eram apicultores e sempre fui muito ao sítio e tive uma infinidade de bichos. Na época, tinha uma ‘casinha de boneca’ e pegava os filhotes de pombo que estavam machucados, levava para casa, cuidava e depois soltava de volta. Nesse percurso, tive galo, coelho, cachorro. Embora, minha primeira formação seja o direito, faço biologia também estou terminando e quando comecei a namorar o Neto ele já cuidava de aves e quando compramos a primeira arara legalizada, comecei a ajudar e esse amor só foi crescendo. Hoje é um privilégio poder cuidar das aves, é uma verdadeira paixão”, comentou.

Rotina das aves

No Instagram @zoocasadasararas, Neto e Camila mostram o dia a dia das variadas espécies na mantenedora. Com mais de 40 mil seguidores, os animais encantam com a beleza, graciosidade e felicidade. Camila Amorim ainda ressalta que todos os dias a rotina é bem cronometrada para poder cuidar de todos os animais. “No período da manhã servimos as rações, fazemos a limpeza do recinto, oferecemos frutas, legumes e verduras e durante à tarde é oferecido para eles as papinhas”, pontua.

O tráfico de animais silvestres no Brasil, segundo dados do Ibama, provoca a retirada anual de aproximadamente 38 milhões de exemplares das florestas e matas. Destes, cerca de 4 milhões são comercializados ilegalmente.

De acordo com a bióloga Joseli Cristina da Silva, existem casos que os animais acabam se machucando principalmente em rodovias. Ao encontrar um animal silvestre machucado, o ideal é ligar imediatamente para o Centro de Controle de Zoonoses de sua cidade.

O mantenedouro não é aberto para a população, por isso as aves ficam no recinto tranquilas. Pensando nisso, os moradores de Maringá e região poderão conhecer em breve esses animais de perto, pois um espaço novo está sendo criado para ser aberto ao público.

“O zoológico (Zoo Casa das Araras) será aberto dentro do completo do parque aquático Ody Park e lá sim vamos poder abrir ao público para todos que tenham interesse em conhecer o projeto. Para nós é muito gratificante poder realizar esse sonhos, pois de todo modo estamos dando uma segunda chance para cada ave”, explica Neto ao GMC Online.

O casal Camila e Neto Amorim com a Bióloga Joseli Cristina cuidam das aves e lhamas da mantenedora. Foto: Rafael Bereta/GMC

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