Cinema: Conheça filmes que foram rodados em Maringá
A produção audiovisual é complexa e, na maioria dos casos, demanda muito investimento para que os projetos consigam sair do papel e sejam exibidos nas telonas para o grande público. É comum que, neste meio, grandes cidades brasileiras – onde estão centralizadas grandes produtoras – apareçam com mais frequência. No entanto, o potencial do cinema brasileiro vai além e boas produções podem surgir de diferentes espaços.
Na história, Maringá reúne exemplos de produtores que, mesmo enfrentando diversos obstáculos, conseguiram perpetuar as suas ideias e as viram estrear nas telonas dos cinemas.
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De acordo com o levantamento feito pelo jornalista e colunista do GMC Online Elton Telles, as primeiras informações sobre uma produção cinematográfica de ficção 100% maringaense datam da década de 1960. O filme contava a história de um “Tarzan paranaense” e teve as cenas gravadas na mata onde hoje é o Parque do Ingá.
“Não há muitos detalhes sobre a história, nem o título do filme consta nos registros, porém o crédito da direção tem um nome e é atribuído ao finado Antônio Del Grossi, proprietário do saudoso Cine Horizonte quando ainda era uma casa de madeira. No entanto, como tantos outros filmes com locações em Maringá, o nosso Tarzan infelizmente se perdeu na selva. E lá se mantém”, destacou o jornalista, que assina a coluna Favor Rebobinar no GMC Online.
Felizmente, outras produções desenvolvidas totalmente em território maringaense foram produzidas de lá para cá e expandiram a história do cinema local.
Em 2010, estreou nas telonas da cidade, de municípios vizinhos e até de outros estados brasileiros o longa-metragem “Escolha Única”, totalmente rodado em Maringá. A produção, dirigida e estrelada por Érico Alessandro, contou a história do policial Ruan, que durante um coma faz contato com a população de uma outra dimensão e acaba se tornando peça-chave para solucionar a disputa entre o bem e o mal na Terra.
Segundo informações divulgadas pelo jornal Gazeta do Povo à época, o filme teve custo de aproximadamente R$ 500 mil e levou cinco anos para ser concluído. O investimento, porém, trouxe reconhecimento ao longa, que ganhou o prêmio Candelabro de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Florianópolis.

Outra produção 100% maringaense é “Ritual: você pode estar nele”. O filme de terror, em que um casal de jornalistas investiga eventos sobrenaturais e acaba envolvido na teia de acontecimentos, tem duas horas de duração e foi todo rodado em Maringá e região.
O longa-metragem estreou em agosto de 2019 e teve como produtores e roteiristas dois irmãos que sempre sonharam em ser cineastas.
Todo o trabalho para tirar a ideia do papel começou muito antes da estreia. Em entrevista à CBN Maringá, um dos produtores explicou que o roteiro foi desenvolvido em 2014 e as gravações levaram quatro anos para serem finalizadas.
“Neste ano de 2019 fizemos a pós-produção com a regravação de algumas cenas. E graças a Deus está aí o longa-metragem, com o linguajar norte-paraense. Ele é um filme de ficção, mas muitos fatos relatados são coisas que realmente aconteceram”, disse Chico Santos.
Confira o trailer:
Também em 2019 foi lançada outra produção cinematográfica rodada inteiramente em Maringá. O filme “Lú” chegou às telonas prometendo promover um debate sobre a depressão.
Com verba de incentivo municipal à cultura, por meio do “Prêmio Aniceto Matti 2018”, a obra foi escrita por Victor Machado, que também assinou a direção.
O roteiro do filme foi criado especialmente para o edital e narra a história de uma jovem estudante de artes visuais que, após perder os pais, se vê na obrigação de cuidar do avô com depressão.
Em meio a essa nova fase, repleta de grandes responsabilidades, ela teve que aprender a lidar com seus próprios medos e encarar uma mudança expressiva em sua personalidade. “A história nos apresenta o drama vivido por quem está enfrentando o luto”, afirmou Machado durante o lançamento do longa.
O elenco foi formado totalmente por atores e equipe técnica de Maringá e região e o filme teve as cenas gravadas entre maio e julho do mesmo ano em que foi lançado.
Assista ao teaser:
“23.11.1967: Documentos do Caso Clodimar Pedrosa Lô”, de 2011, e “Momentos Roubados”, de 2014, também fazem parte do catálogo de longas-metragens produzidos em Maringá. O primeiro título é um documentário produzido simultaneamente ao livro assinado pelo historiador e responsável pelo projeto Maringá Histórica, Miguel Fernando. Com direção de Eliton Oliveira, a produção retratou nas telonas o trágico episódio de um garoto assassinado pela polícia em Maringá.
Já a segunda produção, dirigida por Ribamar Nascimento, é mais uma obra de ficção que contou a história de um repórter que é acusado de um crime e que, durante uma investigação, chega a uma quadrilha que apaga memórias sob encomenda.
Os dois filmes podem ser vistos no Youtube.
