03 de junho de 2025

Com dois ouros em concurso nacional, queijos de Maringá vão disputar prêmio estadual; conheça

Produção artesanal vendida na Feira do Produtor há mais de três décadas está em sua quarta competição e já conquistou seis medalhas


Por Camila Maciel Publicado 25/05/2025 às 08h35
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queijo
Foto: Arquivo Pessoal

Na família Zanetti, o que começou como um costume familiar se tornou fonte de renda e motivo de muito orgulho. Desde que se casou com Mário Zanetti, em 1969, Dona Cida tem uma especialidade na cozinha: a produção de queijos. No passado, a família cultivava café, mas a renda era pouca, e eles buscaram alternativas para incrementar a produção. Foi aí que, em 1985, o casal introduziu a produção de leite na propriedade, que fica na Estrada Centenário, em Maringá, e passou a ter matéria-prima suficiente para expandir a produção de queijos, que antes eram feitos apenas para consumo próprio.

Em 1994, o casal passou a vender os queijos na Feira do Produtor. Eles produzem queijo minas frescal, queijo minas meia cura, ricota fresca, doce de leite e manteiga. “Temos também a linha sem lactose: queijo branco, queijo meia cura, ricota, doce de leite e requeijão cremoso, para atender quem tem problema de intolerância”, afirma Eliane Zanetti, filha do casal Mário e Cida Zanetti, que trabalha junto com os pais e o irmão, Marcelo Zanetti, na queijaria.

Produção Artesanal

Já são 31 anos de trabalho só na Feira do Produtor, tempo que fez com que a família conquistasse uma clientela sólida e fiel. “Embora alguns estabelecimentos nos procurem para fazer a revenda, nossa produção vai toda para os três dias de Feira do Produtor, e a gente não vence produzir”, afirma. De acordo com Eliane, para que a família aumentasse a produção, seria necessário migrar para um modelo industrial, mas essa ideia está descartada.

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Foto: Camila Maciel

“Isso é uma coisa que eu me nego a fazer. Nossos produtos são muito bons, e as pessoas têm valorizado cada vez mais a produção artesanal e os produtos naturais”, afirma. Segundo ela, para manter a qualidade dos queijos, uma das práticas da família é estar atenta ao bem-estar animal. “Fazemos tratamentos homeopáticos nos animais e evitamos ao máximo o uso de medicação. Então, podemos praticamente dizer que nosso leite é orgânico, e isso faz uma diferença muito grande no produto final”, diz.

Premiações

A participação da Queijaria Zanetti em concursos de queijos começou em 2023, quando a família foi convidada pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) a participar da primeira edição do Prêmio Queijos do Paraná. “A gente sabia da qualidade dos nossos queijos, mas nunca tivemos a pretensão de participar de um concurso. Isso era algo distante para nós”, lembra.

O incentivo para fazer a inscrição veio do fato de o concurso oferecer palestras, minicursos e workshops, pelos quais Eliane se interessou para ampliar o conhecimento na área. No entanto, para participar, era preciso inscrever um queijo no concurso.

“Foi aí que fizemos a inscrição do nosso queijo frescal e do queijo Minas meia cura na primeira edição do Prêmio Queijos do Paraná. E fomos felizes: recebemos uma medalha de bronze, que, para nós, veio como um ouro, porque nunca imaginávamos esse resultado”, diz.

Depois de ganhar a primeira medalha em nível estadual, a família Zanetti voou mais alto: no Mundial de Queijos, ganharam mais uma medalha de bronze com o queijo Minas meia cura e, no Queijo Brasil, vieram dois ouros e duas pratas — ouro para o queijo Minas frescal e para o Minas meia cura, e prata para o requeijão e para a ricota.

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Foto: Arquivo Pessoal

Para a segunda edição do Queijos do Paraná, a família Zanetti inscreveu o Minas frescal, o meia cura, a ricota fresca e o requeijão — todos nas versões com e sem lactose. A intenção, claro, é trazer mais medalhas para casa.

“A expectativa sempre é grande, mas a concorrência está bastante acirrada. De qualquer forma, nosso objetivo principal é a troca de experiências e o conhecimento que adquirimos nesses eventos. A gente aprende e replica na produção, para poder oferecer um produto cada vez melhor aos nossos clientes”, diz.

Sobre o Prêmio Queijos do Paraná

Promovido pelo IDR-PR, Sistema Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Sebrae-PR, Sistema Fecomércio-PR e Sindileite-PR, o Prêmio Queijos do Paraná teve recorde de inscritos neste ano. São 515 queijos de 107 produtores e laticínios de 76 municípios, superando os 290 participantes da primeira edição.

O evento será realizado nos dias 29 e 30 de maio, no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba. São 21 categorias, que contemplam queijos elaborados a partir de leite de vaca, cabra, ovelha ou búfala, além de criações especiais.

A premiação é uma vitrine para a diversidade e a excelência da produção queijeira do Paraná, que é o segundo maior produtor de leite do Brasil, com uma produção média de 13 milhões de litros por dia, dos quais cerca de 6 milhões são destinados à produção de queijos.

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