No dia 14 deste mês acontecerá um dos principais eventos astronômicos de 2023: o eclipse anular do Sol, que será visível em todo o Brasil, de forma parcial ou total, dependendo da região. No Paraná, incluindo Maringá e região, o eclipse solar será visível de forma parcial. Ou seja, será possível ver parte do Sol eclipsado pela Lua – veja abaixo. Na última vez em que ele ocorreu, em 2021, foi registrado apenas na região do Ártico.
Segundo o professor e astrônomo amador Maico Zorzan, um eclipse solar anular ocorre quando a Lua passa entre a Terra e o Sol, mas o tamanho aparente da Lua não é grande o suficiente para cobrir completamente o disco solar. “Isso resulta em um anel de luz solar visível ao redor da borda da Lua, dando origem ao termo anular, que se refere a essa forma de anel”, explica.
Raridade
Por isso o fenômeno raro também é conhecido como “anel de fogo”, e acontece, portanto quando a Terra, o Sol e a Lua se alinham, da mesma forma que no eclipse total. Mas em algumas ocasiões, o satélite natural pode estar mais distante para cobrir completamente o disco solar.
“É importante mencionar que os eclipses solares anulares são menos comuns do que os eclipses solares totais. Durante um eclipse solar total, a Lua cobre completamente o disco solar, resultando em um período de escuridão temporária conhecido como “totalidade”. Nos eclipses anulares, mesmo que o anel de luz seja visível ao redor da Lua, ainda é perigoso observar diretamente o fenômeno sem proteção ocular adequada, pois a intensidade da luz solar pode causar danos aos olhos”, destaca Zorzan.
De acordo com Zorzan, o eclipse começará às 15h30, mas os melhores horários para visualização ocorrem a partir das 16h, quando já se vê com clareza um pedacinho do Sol sendo encoberto.
Melhores locais para observação
O eclipse anular terá visão parcial no Brasil em boa parte das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Para quem mora nestas áreas, vale à pena olhar para o céu por volta das 15h, no dia 14 de outubro, tendo a chance de ver parte do fenômeno, desde que as condições climáticas colaborem.
Já quem mora nas regiões Norte e Nordeste poderá visualizar o anel de fogo ao redor do Sol em sua totalidade, durante alguns minutos. A faixa de anularidade vai passar por Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Tocantins, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Só duas capitais poderão ver a anularidade: Natal (Rio Grande do Norte) e João Pessoa (Paraíba). Em todo o restante do Brasil será possível ver um eclipse parcial. Por volta das 16h48 (horário de Brasília), o fenômeno inicia a sua jornada final, que se encerrará ao pôr do sol, em mar aberto.
O eclipse anular do Sol na região de Maringá
O eclipse anular vai ser visível em parte do Norte e nordeste do Brasil, enquanto na região de Maringá haverá um eclipse parcial, que, segundo Zorzan, ocorre quando a Lua cobre apenas uma parte do Sol. “Então, assim, surge uma cena em que o Sol fica parecendo uma Lua minguante. Nossa região, de Maringá, vai ter entre 30 a 40% do Sol encoberto, o que já causará uma excelente visualização”, diz Zorzan.
Observação em Sarandi
Na região, teremos uma observação no Observatório Estrela do Sul em Sarandi. Contudo, segundo Zorzan, trata-se de um local com restrição de espaço, então quem tiver interesse poderá entrar em contato diretamente com o Observatório pelos telefones deles, que é o (44) 99176-2171.
Cuidados com a visão
No entanto, independentemente da região, Zorzan destaca que observação do eclipse requer cuidados, não sendo recomendado olhar diretamente para o Sol, o que pode causar danos permanentes à visão. Há filtros especiais para esta atividade, atendendo a padrões de segurança internacionais, para uso em câmeras, binóculos e telescópios.
“Quem quiser olhar para o céu, pode usar filtros adequados. Ou filtro de solda N°14 (ou maior, ISO 12312-2), que é barato e fácil de achar. Lembrando que nunca deve olhar para o Sol sem proteção”, diz. Além do filtro de soda nº14, outra recomendação do profissional é visualizar o eclipse por projeção, sem o auxílio de qualquer instrumento óptico.
“Quando eu estou, por exemplo, debaixo de uma árvore e vejo a luz do sol entre as folhas, geralmente são bolinhas, porque é projeção do sol. Então se eu pegar um furo no telhado, ele vai projetar uma bolinha no sol, porque ele projeta o sol. Se eu fizer um furo em um papelão, a luz que atravessa esse furinho vai fazer uma bolinha, porque vai estar projetando o sol. No dia do eclipse, se eu fizer isso ele vai mostrar o sol eclipsado. Então se eu olhar a sombra das árvores eu vou ver o desenho de um ‘mini sol’ com um pedacinho faltando que está encoberto pela lua. E o mesmo se eu fizer uma projeção com papelão, um furo no telhado. A maioria das pessoas nunca presta atenção nisso, porque acha que a gente vê redondo na luz que passa por um buraco na árvore ou um furo de telhado ou algo assim, porque é um furo redondo? Não, é porque projeta o sol, então no dia do eclipse ela vai projetar o sol como o sol está se mostrando ali”.
Óculos de sol protege?
Sobre a necessidade de proteção, ele ainda alerta que óculos de sol não servem como proteção para observar eclipse.
Transmissão online
A transmissão do Observatório Nacional, numa iniciativa que envolve diversas instituições brasileiras e uma parceria internacional com o Time and Date, organização internacional que fornece serviços relacionados ao tempo, clima, fenômenos astronômicos e fusos horários, vai acontecer aqui.