Conheça a casa que foi construída com madeira da antiga Catedral de Maringá

A memória da antiga Catedral de Maringá está preservada em uma casa localizada na Avenida São Vicente de Paulo, no Jardim São Jorge. É que a madeira usada na construção do imóvel era da antiga igreja, que foi demolida em 1973. Sob os cuidados do Núcleo Social Papa João XXIII, a casa atualmente é um memorial, uma espécie de museu.
A catedral antiga ficava ao lado da atual. Dom Jaime Luiz Coelho, primeiro bispo de Maringá, imaginou para a cidade uma catedral imponente, que substituísse a construção de madeira. Foi então que ele encomendou ao arquiteto José Augusto Bellucci, de São Paulo, um projeto totalmente original, que se tornou o cartão postal da cidade.
A construção da catedral de concreto foi concluída em 1972 e, no ano seguinte, a antiga igreja, de madeira, foi demolida. O material foi utilizado na construção de casas populares, por meio do Núcleo Social Papa João XXIII, criado por Dom Jaime. Na época, foram construídos 50 imóveis, destinados à famílias em situação de vulnerabilidade social.


Hoje, todas as casas do Núcleo Social Papa João XXIII são de alvenaria. Apenas uma de madeira foi preservada. Inicialmente, ela ficava na esquina das ruas Santa Guilhermina e Jabuticaba, na quadra nº 31/32 – B – 2, e abrigou as primeiras Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo do Núcleo Social Papa João XXIII – até 1981. Depois, passou a acolher famílias pobres e com filhos pequenos.
Em 2012, a casa foi desmontada e reconstruída no lugar que está atualmente, com a finalidade de abrigar o Memorial do Núcleo. Na reconstrução, além da madeira da antiga Catedral de Maringá, foram utilizados alguns materiais não existentes na época, como forro de PVC.
Hoje o imóvel é um museu que conta a história do Núcleo Social Papa João XXIII, das casas populares construídas com madeira da antiga Catedral de Maringá e das irmãs, as primeiras moradoras dos imóveis. Atualmente a casa não está aberta para visitação devido à pandemia. Em dezembro, quando é comemorado o aniversário do núcleo, o local ficará aberto para receber visitantes.
Já a madeira das outras 49 casas que foram reconstruídas em alvenaria foi guardada, segundo informações do projeto Maringá Histórica.
Núcleo Social Papa João XXIII
Atualmente, o Núcleo Social Papa João XXIII conta com 75 casas para acolher famílias em situação de vulnerabilidade social e com filhos pequenos. Durante os 5 anos em que permanece no imóvel, a família recebe acompanhamento social, incluindo visitas domiciliares, atendimentos individuais, escuta qualificada e encaminhamentos sociais para a rede pública e privada. Além disso, a organização oferece oficinas culturais para crianças e adolescentes e cursos profissionalizantes de inclusão produtiva.
Dentro do Memorial do Núcleo, um painel com uma frase dita por Dom Jaime Luiz Coelho chama atenção: “Engana-se quem pensa que a minha maior obra é a Catedral. A minha maior obra chama-se Núcleo Social Papa João XXIII”.
