Em meio a agitação e correria no centro da cidade existem lugares em que o tempo passa mais devagar. São as lojas tradicionais que atravessam gerações mantendo as portas abertas mesmo diante de um mercado totalmente competitivo. Em Maringá não é diferente. Uma singela loja localizada na Avenida Riachuelo, na Vila Operária, tem atravessado gerações e destaca-se pelo bom atendimento como estratégia durante os quase 50 anos.
Inicialmente, a loja era ocupada pela Quitanda Brasil, propriedade do casal Turikiti Sasaki e Tania. Anos depois, o espaço se transformou no bazar A Econômica.
“Tudo começou com minha avó. Hoje vendemos vários materiais especialmente para o lar. Hoje é minha mãe que administra o local, mas tenho estado com ela dando essa força desde que me lembro, até brinco que foi desde que nasci, mas trabalhar com a família é muito bom é muito gostoso”, diz Iara Sasaki, neta de Turikiti Sasaki.
Iara ainda ressalta que em todos esses anos não dá para mensurar qual produto ou material é mais vendido. Entretanto, ela afirma que o segmento mais procurado é o de artefatos para artesanato. “Todo dia o local está cheio de clientes de todas as idades em busca de linha, tecidos para roupas, para fazer guardanapo, além de botões para camisas”, comenta.
Desde 1977 no mesmo local, a família Sasaki viu muitos empreendimentos surgirem e outros desaparecem. A proprietária Neiva Sassaki está há 40 anos trabalhando no Bazar, e explica que o local é muito estratégico e hoje se tornou primordial para a história da Vila Operária.
“Aqui é um lugar muito estratégico, toda hora tem gente que vem atrás de um zíper, botão, material escolar. Tem dias que parece que as pessoas combinam de virem ao mesmo tempo. Meu marido, o Sr Sassaki, me ensinou tudo, desde o atendimento ao público até o fechamento do caixa. Em todos esses anos tenho a impressão de como se fosse a primeira vez, até hoje temos muita demanda de linha, zíper e de pedidos para pregar botão em camisa, jaqueta e calça jeans.
Atualmente, quem passa pela loja pode encontrar várias gerações trabalhando juntas, como a proprietária Neiva, a filha Iara, a sobrinha Valentina e o netinho, o pequeno Benício, que alegra os dias no bazar já demonstrando que será um bom vendedor para a família. Para Neiva, a grande fórmula para resistir ao tempo é o bom atendimento ao público. Ela afirma que esse é o grande segredo para se manter no mercado durante anos.
“Acredito que seja o nosso bom atendimento e a nossa tradição familiar que faz toda diferença. Temos uma clientela boa no bairro, além de várias pessoas que vem de outras cidades como Sarandi e Marialva para nos conhecer e fazer aquelas comprinhas”, comenta.
Em quase 50 anos de história, muita coisa já aconteceu. Neiva Sasaki aponta que a lembrança mais marcante para ela foi quando ela começou a trabalhar na loja e derrubou todas as gavetas de botão no chão. “Lembro que estava muito nervosa, pois estava começando e derrubei vários botões de todas as cores, tamanhos, dai deu aquele desespero na loja e todo mundo dizendo para me acalmar que daria tudo certo. Pegamos todos os botões e fomos separando devagarzinho, mas confesso que até hoje é possível encontrar um ou outro”, brinca.
Em todos os anos, a loja tem alcançado todos os públicos de diferentes idades e classes sociais. Neiva agradece, pois com o passar dos anos o bazar tem estado em pé. “Nosso público é variado, atendemos todas as idades. Antigamente vinha muitas crianças comprar papel de ceda, vareta e cola para fazerem pipa. Era até engraçado pois a calçada enchia de bicicletas. Hoje, ao passar do anos só tenho a agradecer a Deus primeiramente e aos nosso clientes que fazem estarmos presentes no bairro. Tem uns que até brincam para não ficarmos ricos para não irmos embora do bairro. Saber dessa importância para a história de Maringá é muito gratificante para nós”, finaliza.