Com cerca de 80 mil pessoas sepultadas, o Cemitério Municipal de Maringá tem uma história que envolve várias administrações. O GMC Online decidiu, então, relembrar os acontecimentos sobre este equipamento da cidade.
Conforme o projeto Maringá Histórica, de 1936 a 1947, várias pessoas foram enterradas em Maringá. Apesar disso, não havia um cemitério oficial na cidade. Por isso, a administração do então distrito começou a estruturar um projeto para a construção de um cemitério.
A área escolhida, próximo da atual avenida Cerro Azul, foi prevista pelo urbanista Jorge de Macedo Vieira, responsável pelo projeto da cidade de Maringá.
Inocente Villanova Júnior, que foi prefeito de Maringá a partir de 1952, contratou os primeiros funcionários públicos para trabalhar no equipamento municipal.
Apesar disso, o sistema de arruamento foi implantado apenas na gestão de João Paulino Vieira Filho, de 1961 e 1964. Filho foi acusado, na época, de profanação por causa da remoção de alguns túmulos durante a adequação.
A gestão seguinte, de Luiz Moreira de Carvalho, contratou o arquiteto José Augusto Bellucci para realizar o projeto paisagístico. O prédio de entrada do cemitério foi idealizado por Bellucci, que também foi responsável pelos projetos da Catedral e do Edifício do Hotel Bandeirantes.
Uma curiosidade do local é que há um espaço reservado no cemitério para os prefeitos de Maringá, em ordem cronológica. O cemitério tem quase 20 mil sepulturas.
Túmulos mais visitados
O túmulo de Clôdimar Pedrosa Lô é o mais visitado do Cemitério Municipal de Maringá. O adolescente nordestino, na época com 15 anos, foi preso, torturado e morto por policiais, em novembro de 1967, suspeito de roubo.
O pai do adolescente, Sebastião Pedrosa Lô, veio do Ceará até Maringá e matou o acusador do seu filho, Atílio Farris. A história virou livro, filmes, música e documentário.
A segunda sepultura mais visitada é a do monsenhor Bernardo Abel Alphonse Cnudde, um padre popular que atuou por 31 anos como pároco da Paróquia Divino Espírito Santo, na Zona 7.
Nascido em Saint Saulve, na França, ele veio para Maringá após ser convidado, em 1965, quando ainda era diácono, por Dom Jaime Luiz Coelho, 1° Arcebispo de Maringá. Coelho o chamou para atuar específicamente na Diocese de Maringá, onde já haviam outros sacerdotes franceses trabalhando.
Segundo a Arquidiocese de Maringá, ele tinha um desejo: “não queria ser sepultado no cemitério Rainha da Paz que é dedicado aos religiosos da Igreja católica, ele queria ser enterrado com o povo.” Por isso foi sepultado no Cemitério Municipal. O túmulo fica na quadra 7, ao lado do cruzeiro principal do cemitério.
Outra sepultura bastante visitada no Cemitério Municipal de Maringá é a do pequeno Arthur Salomão. Ele tinha apenas 3 anos quando foi atingido e morto por um disparo durante troca de tiros no Jardim Alvorada, em 2012. O túmulo fica na quadra 47.
O túmulo de outra criança, localizado na quadra 53, também recebe muitas visitas. Ali foi enterrada Márcia Constantino, aos 10 anos. Ela teve o corpo queimado depois de ser estuprada e morta, em 2007.
Quer receber nossas principais notícias pelo WhatsApp? Se sim, clique aqui, e encaminhe uma mensagem informando o seu nome.