13 de junho de 2025

Conheça a história dos principais parques de Maringá


Por Redação GMC online Publicado 23/12/2021 às 11h43 Atualizado 21/10/2022 às 02h10
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Foto: PMM

Diversos parques constroem a história e a cultura de Maringá, sendo opções de lazer, esporte, descanso e turismo. Esses locais se constituem em Unidades de Conservação (UC), e Áreas de Proteção Permanente (APP), e formam a chamada Área Verde da cidade, em um total de 1.869.247,65 metros quadrados (186,9248 hectares). Clique aqui para ver a lista completa das Unidades de Conservação e Áreas de Proteção Permanente de Maringá.

Área de proteção permanente, de acordo com a Lei 12.651/12, é uma “área protegida coberta ou não por vgegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas”. As APPs estão presentes nas margens dos rios e córregos da cidade, para contribuir com a drenagem fluvial dos locais. 

As Unidades de Conservação, por sua vez, têm a função de proteger áreas naturais, como populações, habitats e ecossistemas de importância significativa para o território nacional, preservando o patrimônio biológico existente. De acordo com os seus objetivos, as Unidades de Conservação podem ser classificadas em dois tipos: Uso Sustentável e Proteção Integral.     

As de Uso Sustentável são as que têm como objetivo conciliar a conservação da natureza com o uso sustentável de recursos, e com isso, harmonizar a presença humana nas áreas protegidas. Já as de Proteção Integral têm como finalidade a preservação da natureza, sendo permitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, não envolvendo consumo, coleta ou danos desses recursos.  A implementação, administração e fiscalização de esfera federal é realizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Nas esferas estadual e municipal, a responsabilidade é dos órgãos estaduais e municipais do meio ambiente. 

Nas Unidades de Conservação, são realizadas diversas pesquisas visando a preservação, proteção, manutenção e a recuperação de áreas em torno da unidade. Tais pesquisas são extrema importância, pois além de trazer soluções, são essenciais na formação de um futuro profissional. As áreas verdes de Maringá estão cada vez mais sendo conservadas por meio de estudos e realização de plano de manejo.

O Parque Cinquentenário, no Jardim Imperial, é um exemplo de Unidade de Conservação em Maringá, sendo um dos mais ricos em biodiversidade da área urbana do município. Às margens do córrego Mandacaru, estendendo-se até o fundo de vale, pertence à formação original do conjunto Mata Atlântica, com espécimes vegetais expressivas e raras. como peroba-rosa, figueira branca, pau-marfim e pau d’alho. A fauna é composta por muitas espécies de peixes, aves e animais.

Conheça abaixo a história de alguns parques de Maringá

Parque das Palmeiras

Com 41 anos completados em 2021, o Parque das Palmeiras (Unidade de Conservação) é composto por um bosque de forma retangular de aproximadamente 60 mil metros quadrados e está localizado no Jardim Vitória. Em 2008, foi inaugurado após uma ampla revitalização, com melhorias na arborização e tratamento paisagístico à margem da Avenida São Judas Tadeu. A revitalização do Parque das Palmeiras reuniu várias propostas dentro de um só projeto. A intenção foi de recuperar toda área. A calçada no entorno do parque recebeu melhorias. O campo de futebol foi reformado e ganhou um novo alambrado. A nova estrutura foi entregue com equipamentos para atividades físicas, brinquedos, lanchonete, sanitários, depósito e sala de apoio. Foram fixadas mesas e assentos para maior conforto dos visitantes. Com a revitalização, foi instalada a primeira trilha ecológica e educativa dentro de uma reserva de mata nativa do município.

O Parque das Palmeiras conta ainda com uma biblioteca, que em 2021 completou 27 anos. Em 2016, a Secretaria de Cultura reinaugurou a Biblioteca Municipal Professora Maria Aparecida Cunha Soares, após a aquisição de um novo espaço, próprio para a biblioteca, que foi reformado e ampliado. No local, os moradores do Parque das Palmeiras e bairros próximos podem fazer pesquisas, estudar e ler livros.

Parque do Ingá

Inaugurado em outubro de 1971, o Parque do Ingá é uma reserva florestal de 47,3 hectares – mais de 480 mil metros quadrados – urbanizada. Declarada oficialmente como Área de Proteção Permanente em 1991, tem muitas espécies de animais de vida livre, entre aves, répteis e mamíferos selvagens. Em 1963, a área sofreu com uma grande queimada, após um período de seca no estado. Nesta época, o lugar era chamado de “Bosque 1”.

Foto de inauguração do Parque do Ingá, em 1971
Fonte: Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / Acervo Maringá Histórica.

A concepção do Parque se deu durante a gestão do prefeito Adriano José Valente (1969-1972), que defendia que as pessoas precisavam de um espaço público para desfrutar de momentos de lazer na natureza. Ele organizou uma equipe de técnicos e consultores agronômicos e ambientais para transformar o Bosque I em um equipamento público para o uso da comunidade. No início, o local era chamado de “clube do povo”. Foi construído com lago artificial, sete quilômetros de pavimentação em paralelepípedo (que foram retirados da Avenida Brasil), prédio administrativo, além de abrigar a locomotiva 608 (Maria Fumaça), que inaugurou a Estação Ferroviária da cidade em 1954. O lago artificial é resultado do represamento da nascente do córrego Moscados. A obra foi feita pelo engenheiro Romeu Egoroff.

Prefeito Adriano José Valente, juntamente do jornalista Antônio Augusto de Assis, acompanhando a estrutura que cumpriu a tarefa de criar o lago artificial do Parque do Ingá. Possivelmente, a foto seja de 1971. 
Fonte: Acervo Antônio Augusto de Assis / Acervo Maringá Histórica
Década de 1970, quando o local era considerado “Clube do Povo”.
Fonte: Currículo Dr. Adriano José Valente / Revista Manchete/ O Diário do Norte do Paraná, 7 de fevereiro de 2009.

Mas houve aqueles que desacreditaram na formação de um lago artificial gigantesco no meio do parque. Muitos achavam que o prazo estipulado não seria cumprido para o represamento da água. 

Assim, o então prefeito Adriano Valente estabeleceu que sua equipe calculasse quanto tempo a nascente nas imediações levaria para encher uma lata de 18 litros. Com a informação, foi estabelecida a referência para todo o preenchimento do lago e uma data foi cravada. O prazo foi cumprido com sucesso. 

Inauguração do Parque do Ingá em 1971
Fonte: Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / Acervo Maringá Histórica.

Pedalinhos

Os pedalinhos do Parque do Ingá estão na memória dos maringaenses. Entre as décadas de 1970 e 1990, esse era um dos principais programas dos moradores aos finais de semana.

Ilda Barbosa Arjona, Marcia Arjona e Marcos Arjona. O registro é de 1972.
Fonte: Acervo e contribuição de Ivan Luís Arjona / Acervo Maringá Histórica. 


Foto: Arquivo GMC online

Em 2014 foram inaugurados os novos pedalinhos, sendo cinco imitações de caravelas e cinco cisnes, um parque infantil da área verde e uma lanchonete.

Foto: PMM

Além da movimentação de pedalinhos pelo Parque do Ingá, no início da década de 1990 o lago também passou a ser ocupado por caiaques e canoas. Inclusive, a cidade chegou a realizar e sediar campeonatos dessa categoria esportiva. 

Canoas do Parque do Ingá em janeiro de 1991
Fonte: Revista ACIM – Fevereiro de 1991 / Centro de Documentação Luiz Carlos Masson / Acervo Maringá Histórica. 

O Portal de entrada do Parque do Ingá foi concebido como uma obra de arte que fazia alusão a derrubada da mata para o surgimento das selvas de pedra. Por isso, havia uma tora sobre duas colunas de pedras. Em dezembro de 2015, a Secretaria de Meio Ambiente inaugurou o novo Portal. Com investimento de R$273 mil do Governo Federal e formado por dois arcos – que se alongam por uma distância de 13 metros – executados com madeira laminada de reflorestamento (Pinus Oocarpa), o portal tem 6 metros de altura no ponto mais elevado. Um conjunto de tirantes sustenta, a 3 metros de altura, uma cobertura retangular (largura de 2,20 metros e comprimento de 12 metros) feita em policarbonato alveolar fumê. Outro detalhe do portal é a destinação exclusiva para pedestres (os veículos passaram a ter passagem ao lado) e a substituição dos paralelepípedos por piso de cimento, para facilitar o trânsito principalmente de crianças e idosos.

Portal de entrada do Parque do Ingá, em 1972.
Fonte: Revista Maringá Ilustrada – Maio de 1972 / Acervo Maringá Histórica.

 No Parque do Ingá ainda existe um Jardim Japonês, que foi inaugurado em 1978 durante a visita oficial do então príncipe do Japão, Akihito e a esposa Michiko, no 70º aniversário da Imigração Japonesa no Brasil.

Registro do interior do Parque do Ingá, possivelmente, no início da década de 1980. No destaque aparece o Jardim Japonês.
Fonte: Acervo IBGE / Acervo Maringá Histórica
Jardim Japonês no final da década de 1980
Fonte: Acervo Maringá Histórica

A gruta ‘dos milagres’ no Parque do Ingá

A gruta de Nossa Senhora Aparecida foi fundada em 10 de outubro de 1971 e fica no interior do Parque do Ingá, no lago das Lavadeiras – há histórias de que o lago recebeu este nome porque mulheres retirantes lavavam as roupas no local. Segundo documentos e depoimentos, por volta de 1969 o prefeito circulava com seus assessores no interior das matas dessa área quando encontrou uma pequena gruta formada pela nascente do córrego Moscados – inclusive, anos depois essa mina d’água serviria para abastecer o grande lago artificial no interior do parque. O local foi demarcado com muros de arrimo em tijolos furados.

Por conta de sua devoção, Adriano Valente sugeriu que fosse instalada uma imagem de Nossa Senhora Aparecida nesse ponto. Houve questionamentos e surgiu outra proposta, de que o espaço fosse ocupado pela imagem de Nossa Senhora de Lourdes. Embora ambas tivessem sido encontradas nas águas, segundo seus devotos, a opção proposta pelo então prefeito tinha procedência brasileira, e, por isso, foi a imagem selecionada para a gruta.

A réplica precisava ter caráter oficial. Para isso, descobriu-se na época que existiam dois padres em Aparecida, interior de São Paulo, que talhavam as imagens e as santificavam pelo contato direto com a verdadeira estátua de Nossa Senhora Aparecida. Foi quando Adriano Valente solicitou apoio ao então governador do Paraná, Haroldo Leon Peres, que havia residido em Maringá anos antes. Peres assumiu o compromisso de adquirir e doar a imagem ao Parque do Ingá.

Foi o diretor do extinto BADEP (Banco de Desenvolvimento do Paraná), Clóvis do Espírito Santo, que seguiu em 1971 até Aparecida do Norte para encontrar os padres talhadores. Também devoto da figura cristã, Espírito Santo descobriu na cidade que os artistas haviam falecido, mas que existia uma imagem que estava exposta em uma livraria religiosa. Essa estátua havia sido talhada por outro padre, Alfredo Morgado, tendo sido santificada em solenidade realizada no dia 12 de dezembro de 1953.

A imagem de Nossa Senhora Aparecida seguiu com o carro do Corpo de Bombeiros até a Catedral. Depois, para foi levada para a gruta do Parque do Ingá

No dia 10 de outubro de 1971, devido à chuva, o avião que trouxe a imagem de Nossa Senhora Aparecida, junto do então governador Haroldo Leon Peres, teve que descer em Londrina. Para Maringá, seguiram de carro até o Aeroporto Gastão Vidigal, onde uma grande multidão os aguardava. Depois, no carro do Corpo de Bombeiros, a imagem foi levada à Catedral e, de lá, para a gruta do Parque do Ingá.

Na entrada da gruta, Haroldo Leon Peres entregou a imagem para o bispo da cidade, Dom Jaime Luiz Coelho, que a dispôs em um pedestal localizado bem em cima da mina d’água. A partir desse dia, iniciou-se uma grande peregrinação de fieis até o local em busca de bênçãos e milagres. Jornais dos anos 1970 chegaram a registrar curas, muletas deixadas por lá, cartas e mensagens de graças alcançadas. Inclusive, um guarda do local afirmou que o ciclo da nascente aumentou muito com a vinda de Nossa Senhora Aparecida para a gruta. Em 1972, uma matéria da Folha de Londrina detalhou os milagres acontecidos na gruta Nossa Senhora Aparecida – veja abaixo.

Haroldo Leon Peres e Adriano José Valente entregam a imagem para o bispo Dom Jaime Luiz Coelho, na entrada da gruta
Fonte: Acervo Maringá Histórica / O Diário do Norte do Paraná, de 29/30 de junho de 1974
Matéria que detalhou os milagres acontecidos na gruta Nossa Senhora Aparecida 
Fonte: Folha de Londrina de 12 de abril de 1973

A Maria Fumaça

Dentro do Parque do Ingá encontra-se a primeira Maria Fumaça de Maringá, uma locomotiva 608 da marca Baldwin, que chegou para inaugurar a Estação Ferroviária de Maringá em 31 de janeiro de 1954. Doada pela Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), a popularmente conhecida como “Maria Fumaça” foi levada do pátio de manobras da estação ferroviária, que ficava localizada próxima da avenida Tamandaré, até o interior da reserva ambiental, por meio de uma grande e complexa operação que foi concluída em 26 de dezembro de 1972.

Até aquele período, a “Maria Fumaça” estava prestando serviços na região de Mafra, em Santa Catarina, onde foi vista pelo então prefeito Adriano José Valente, que solicitou imediatamente sua doação para que pudesse ficar exposta como um símbolo do progresso de Maringá.

O pedido foi prontamente atendido pela Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA). No mesmo dia que ela regressou à cidade, o representante da RFFSA, o engenheiro João Antonio Calvo, assinou o termo de entrega e doação à Prefeitura.
Naquele mesmo dia, o prefeito Adriano José Valente anunciou que a locomotiva 608 seria transferida para o Parque do Ingá.

Raríssimo registro da locomotiva de prefixo 608, recém-instalada no interior do Parque do Ingá. A imagem foi feita, possivelmente, nos últimos dias do ano de 1972
Aparecem na imagem, o pequeno Marcos Arjona (na cabine do maquinista), o seu tio, Walter Barbosa M. Arjona, além de outra criança.
Fonte: Acervo e contribuição de Ivan Luís Arjona / Acervo Maringá Histórica

Uma cobertura, chamada de Estação Ferroviária dos Pioneiros, foi inaugurada em agosto de 1984. Foi quando a “Maria Fumaça” também recebeu o seu primeiro restauro, com alteração de algumas de suas cores originais. 

Em 2016, o equipamento entrou em processo de tombamento como patrimônio cultural do município. Em fevereiro de 2019, a locomotiva 608 foi completamente restaurada. 

O zoológico

Uma atração que fez muito sucesso no Parque do Ingá foi o Zoológico, que abrigava leão, onça, jacaré, veado, jabuti, macaco-prego, tucano e muitos outros bichos. Eram mais de 200 animais entre aves, répteis e mamíferos. A desativação do espaço ocorreu em 2007, após uma série de polêmicas e determinações legais.

Um estudo de revisão do Plano de Manejo da reserva mostrou que as instalações estavam fora de padrão e que para criar as condições ideais para os animais seria necessário derrubar parte da mata, o que não seria possível, pois configuraria crime ambiental.

As grandes atrações do parque, o leão Kimba e leoa Doty, ficaram cerca de oito anos confinados em uma jaula com pouco mais de 100 m², enquanto deveriam ter, pelo menos, 3 quilômetros quadrados de espaço cada, informou, na época, a adminstração municipal. 

Outro problema relatado era sobre as instalações inadequadas para visitação, que faziam com que as pessoas ficassem muito próximas dos animais. Muitos que faziam piquenique no parque davam alimentos que não poderiam ser dados aos bichos.

O estudo ainda apontou que animais ameaçados de extinção, como uma macaca-aranha, que apresentava comportamento agressivo por ter sido retirada de um circo, não deveria estar ali e sim em um programa de reprodução assistida. Tudo isso levou à retirada dos animais do parque, a partir de agosto de 2007. Eles foram transferidos para locais indicados pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama). Para saber mais sobre o zóologico do Parque do Ingá e ver fotos, clique aqui!

O Parque do Ingá hoje

Com uma pista de aproximadamente três quilômetros, além de uma academia da terceira idade (ATI), o Parque do Ingá recebe, durante a semana, entre 300 a 600 pessoas. Aos sábados esse número costuma chegar a 5 mil, e aos domingos cerca de 8 mil pessoas passam pelo local.

Aos domingos e feriados, a Prefeitura interdita a pista ao redor da área para que as famílias possam ter um dia de lazer e diversão. Nestes dias, também costuma haver espaço gastronômico e feirinha de artesanato.

Em 2019, a Secretaria de Inovação e Desenvolvimento Econômico (Seide), por meio da Gerência de Turismo, reativou a loja de suvenires no interior do Parque do Ingá. Artesãos de associações trabalham com as lembranças de Maringá e comercializam os produto. A loja funciona aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 16h30.

Também em 2019, os visitantes passaram a ter uma experiência diferente com a instalação das placas informativas para a visita autoguiada, com o sistema de QR Code (resposta rápida em código de barras que pode ser escaneado por celulares equipados com câmera) espalhadas pelo interior do parque.

Para usar o sistema de QR Code, não é necessário baixar algum tipo de aplicativo. Todos os celulares equipados com câmera podem ter acesso a informações que o código pode disponibilizar. O objetivo é disponibilizar a informação para moradores e turistas que visitarem o parque. As informações são exibidas em texto e em sistema de áudio, facilitando a acessibilidade aos visitantes com deficiência visual.

As placas estão fixadas em pontos estratégicos do parque, como o museu biológico, lago, pedalinhos, gruta Nossa Senhora Aparecida e Jardim Japonês.  O percurso dentro da reserva é uma oportunidade para conhecer a história do Parque, biologia da fauna e flora, programas de preservação da mata, além dos cuidados necessários com a natureza. As visitas guiadas podem ser feitas de terça a sexta-feira, com horário agendado (parquedoinga@maringa.pr.gov.br).

O Parque do Ingá conta ainda com o Museu Biológico, com um acervo com exposição de fungos, vegetais, insetário, exemplares da flora e fauna, rochas e pegadas de animais em gesso. O local faz parte dos projetos de educação ambiental do parque. Outros atrativos são os pedalinhos e o restaurante.

Em outubro deste ano, o Parque do Ingá passou a contar com o Espaço Zen. A iniciativa, segundo a Prefeitura de Maringá, é uma proposta para valorizar, ocupar novos espaços e ampliar as opções de lazer dentro do parque. Para aproveitar o espaço, o visitante pode levar a própria rede e instalá-la no local ou emprestar uma gratuitamente na recepção do Parque do Ingá.

Para o empréstimo, é preciso apresentar um documento com foto na portaria. A Prefeitura disponibiliza até quatro redes, que é o número máximo que comporta o espaço.

Outra novidade deste ano, é a Geladoteca do Parque do Ingá, inaugurada em novembro. O projeto das geladotecas foi lançado em 2019 e paralisado devido à pandemia. O nome do projeto é uma junção das palavras geladeira e biblioteca. O objetivo é estimular a cultura e a leitura, já que a geladeira é grafitada por artistas locais. No interior da geladeira são colocados livros para empréstimo ou troca.

Foto: PMM

A geladeira fica à disposição do público no mesmo horário de funcionamento do Parque do Ingá. Os interessados em realizar a doação de livros podem procurar a Diretoria de Juventude na rua Luiz Gama, 89. Dependendo da quantidade a ser doada, os servidores poderão buscar as obras. Mais informações pelo telefone (44) 3221 7758.

Também em 2021, foi aprovado o Plano de Manejo do Parque do Ingá, documento que determinará todas as ações ambientais realizadas no Parque pelos próximos anos, elaborado pelas instituições de ensino superior de Maringá, Uningá, Unicesumar e Universidade Estadual de Maringá (UEM). 

A partir dos estudos realizados, as equipes técnicas propuseram ações de recuperação e melhoria da qualidade ambiental do Parque, envolvendo desde orientações de educação ambiental, controle de serviços e produtos no interior do parque, manejo da fauna e da flora entre outros.

O plano de manejo tem o objetivo de alinhar a função de Parque Municipal, que contempla tanto melhorias e recuperação do impacto da urbanização sobre a área, quanto da melhoria do turismo e dos objetivos prioritários de Educação Ambiental do Parque.

Parque Alfredo Werner Nyffeler, o ‘Buracão’

Localizado na Vila Morangueira, o Parque Alfredo Werner Nyffeler foi inaugurado em outubro de 1988. Com 104 mil m², é considerado um dos equipamentos ambientais mais belos da cidade de Maringá. O parque conta com pista de caminhada, anfiteatro a céu aberto, batistério, parque infantil, parque para portadores de necessidade especiais, estação saúde para exercício físicos, lago para pescaria e chafariz de água natural.

Fonte: Folha do Norte do Paraná de 15 de novembro de 1975 / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / Acervo Maringá Histórica. 

O local era ocupado antigamente pela Fazenda Maringá, do Alfredo Werner Nyffeler, suíço que veio para o Brasil em 1923 e deu nome ao parque. O parque é conhecido como o “Buracão”, pois antigamente o local tinha muitas árvores e, entre elas, um buraco, com uma nascente que formava uma pequena cachoeira que caia em um lago.

O parque foi criado para revitalizar essa área degradada por erosão, com o objetivo de proteger a nascente do rio Ribeirão Morangueiro.

Para resolver o problema, a gestão do prefeito Silvio Magalhães Barros firmou contrato por meio do Serviço Autárquico de Obras e Pavimentação (SAOP) e a ISA S/A, em novembro de 1975. O acordo previu a construção de galerias pluviais em concreto armado ao longo da avenida Tuiuti, entre a avenida Colombo e a rua La Paz. Os investimentos foram orçados em Cr$ 2.729.952,00, com previsão de execução das obras em 150 dias. Entretanto, a situação só foi de fato resolvida em outubro de 1988, quando o espaço foi revitalizado e inaugurado como Parque Alfredo Werner Nyffeler. 

Projetos
Em setembro deste ano, o prefeito de Maringá, Ulisses Maia, anunciou a reforma do Parque Alfredo Werner Nyffeler,
As obras propiciarão mais acessibilidade, com previsão de implantação de uma pista de caminhada emborrachada e revitalização como um todo, com vários equipamentos esportivos e de lazer, além de parquinhos e mirante. As obras deverão ser entregues em 2022.

Parque Florestal dos Pioneiros – Bosque II

Considerado uma floresta urbana e declarado por Lei Municipal 1556/82 como Área de Preservação Permanente, abrange 59 hectares, 594 mil metros quadrados, e representa 17,9% da área total da bacia hidrográfica do córrego Cleópatra. Está localizado em anel central do perímetro urbano da cidade de Maringá e é fechado à visitação pública.

O interior do parque parque conta com presença de animais selvagens de vida livre principalmente macacos-prego (Sapajus nigritus) que podem ser observados diariamente pelos pedestres. Conta com 3,3 quilômetros de pista de caminhada em seu entorno, com postes ornamentais e luminárias, além de uma academia da terceira idade (ATI).

O local ganhou o nome de Parque Florestal dos Pioneiros em 1983 e, em 1984, os próprios vereadores revogaram a lei de 1982, passando a autorizar o poder Executivo a dar nova finalidade ao lugar. A ideia do prefeito à época, Said Felício Ferreira, era proceder uma recuperação ambiental com vistas à urbanização de parte do parque, prevendo um complexo arquitetônico com museu, mirante, trilhas, salão de convenções, biblioteca municipal, pista de motocross e um hotel cinco estrelas. Houve os que discordaram do projeto, fazendo com que o mesmo fosse engavetado.

Quando Said Ferreira retornou à prefeitura para a sua segunda gestão, em 1993 ele propôs um novo plano de manejo ao Bosque II. Resgatou a ideia dos anos 1980 e previu a implantação de um portal de entrada, na avenida Itororó, de onde sairia uma extensa trilha mata adentro. Pelo caminho, um museu com centro de visitação, lago artificial, pontes e mirante, além de outros equipamentos de interação com o público. Esse projeto, como segunda tentativa de Said Ferreira de dar uso ao Bosque II, também não prosperou.

Parque do Japão

Inaugurado em 2014, o Parque do Japão está instalado em uma Área de Preservação Permanente (APP) de 100 mil metros quadrados, com nascentes e um córrego que estavam muito degradados. O local foi totalmente recuperado para a construção do parque, que foi viabilizado com recursos dos governos Federal, Estadual, Municipal e da iniciativa privada, para se tornar um complexo cultural, gastronômico, esportivo e turístico

No local, se destacam diversas referências à cultura japonesa, como monumento à imigração japonesa, bonsais, carpas, jardins temáticos e Casa de Chá de modelo tipicamente japonês. Um dos maiores destaques é o jardim japonês, o maior fora do Japão, com cerca de 50 mil metros quadrados. No local há também ginásio de esportes, centro de eventos e restaurante, lagos, centro de oficinas e artes, entre outros.

Foto: André Renato

O sonho de criar o Parque do Japão teve início em 2005. Ao tomar conhecimento da ideia, o prefeito de Kakogawa, Shoichi Tarumoto, colocou a equipe dele à disposição para elaborar o projeto do parque, garantindo no papel a fidelidade das características culturais, paisagísticas e arquitetônicas. O acordo de irmandade entre as cidades Maringá-Brasil e Kakogawa-Japão, assinado em 2 de julho de 1973, com a oportunidade de possibilitar a troca de informações sócio-culturais e econômicas para o desenvolvimento das duas cidades, oportunizou a criação do Parque do Japão.

Ao mesmo tempo em que o projeto arquitetônico era elaborado, criava-se em Maringá a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) de nome Parque do Japão – Memorial Imin 100, com o objetivo de viabilizar recursos e tirar o empreendimento do papel. Em 2006, a Prefeitura de Maringá e a Oscip “Parque do Japão – Memorial IMIN 100” lançaram a pedra fundamental para a construção do local.

Para garantir a aplicação do projeto do Jardim Japonês, a Jica enviou um jardineiro japonês, Sr. Hiroshi Kawashimo para iniciar os trabalhos e ensinar os brasileiros a trabalhar de acordo com as técnicas da cultura nipônica. Essa contribuição foi fundamental para assegurar a manutenção da identidade original do Jardim Japonês, bem como das construções.

Em 2007, cerca de 150 moradores do Jardim Industrial e do Parque Itaipu compareceram à audiência pública em que representantes da Prefeitura de Maringá e da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público “Memorial Imin 100” apresentaram à comunidade as obras previstas no projeto Parque do Japão. Realizado na Escola Municipal Oscar Pereira dos Santos, no Jardim Industrial, o encontro foi aberto à toda a população maringaense.

Auxiliados por materiais gráficos, audiovisuais e uma maquete com as construções previstas, técnicos da Prefeitura de Maringá liderados pelo coordenador de Políticas Urbanas e Meio Ambiente da Prefeitura de Maringá, Guatassara Boeira, fizeram uma explanação de detalhes e benefícios que a obra traria ao município.

No dia 22 de Junho de 2008, já com vários equipamentos construídos, o Parque do Japão recebeu o príncipe herdeiro Naruhito para a inauguração do Monumento da Imigração Japonesa. Posteriormente, os esforços para viabilizar o Parque continuaram. Além de doações da comunidade, houve grande apoio do Ministério do Turismo e Ministério dos Esportes e Paraná Cidade.

Moradores próximos à área onde o Parque do Japão foi construído acompanharam as exposições feitas por técnicos da Prefeitura de Maringá e representantes de entidades parceiras
Foto: Ricardo Lopes/PMM

O Parque do Japão se tornou uma das principais atrações da programação de Natal de Maringá e um dos espaços mais visitados por maringaenses e turistas. Neste ano, mais de 30 mil visitantes já prestigiaram o cenário luminoso, em todo o perímetro do ponto turístico, preparado especialmente para o Natal.

Bosque Anníbal Bianchini da Rocha – o Parque das Grevíleas

Uma das principais áreas verdes de Maringá (Unidade de Conservação), o Bosque das Grevíleas tem um total de 44,6 mil metros quadrados. Conta com pista para cooper, local para ginástica, ciclovia e academia da terceira idade (ATI). É popularmente conhecido como Bosque das Grevíleas, por ter a árvore grevíleas como espécie principal.

Serviço

Parque do Ingá: terça a domingo, das 8h às 18h

Museu Biológico do Parque do Ingá: Terça a sexta-feira, das 08:45 às 11:10 e das 13:45 às 16:10
Sábado e domingo das 09h15 às 11:10 e das 13:45 às 16h30
*O museu fecha em dias de chuva.

Pedalinhos: 9h às 18h. O valor atual é de R$7,00 por pessoa, mas nos próximos dias será alterado para R$8, segundo a Prefeitura.

Restaurante: Terça a domingo, das 9h às 18h

Loja de suvenires: sábados, domingos e feriados, das 9h às 16h30.

Parque do Japão: terça a domingo, das 8 às 18h. Durante o período de Natal, o Parque do Japão funciona de domingo a domingo, das 8h às 23h. Fechará nos dias 24, 25 e 31 de dezembro, e 1º de janeiro de 2022. O restaurante serve almoço e jantar.

Parque Alfredo Nyffeler, ‘Buracão’: domingo a domingo, das 6h às 20h30.

Com informações do Maringá Histórica

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