Conheça a moradora de Maringá que cria 20 tipos de abelhas em casa
Quem passa em frente à casa de Sônia Aparecida da Silva, no Jardim Olímpico, em Maringá, talvez nem perceba, mas, entre as plantas e flores que ela tem, há milhares de abelhas abrigadas em suas colmeias. No entanto, para andar por lá, não é preciso nenhuma roupa de proteção contra picadas, já que são abelhas sem ferrão; logo, não oferecem nenhum risco. Pelo contrário, fazem muito bem para o meio ambiente e para a saúde de quem consome o mel que elas produzem.
Conhecida como Sônia das Abelhas, a meliponicultora, que é natural de Janiópolis (PR), começou a criar abelhas sem ferrão em Maringá em 2019 e, atualmente, tem cerca de 20 espécies no jardim.
Espécies
“No meu meliponário urbano, tenho algumas abelhas com grande potencial de produtividade e outras nem tanto, mas a principal é a abelha conhecida popularmente como ‘Jataí’, cujo mel tem diversos benefícios para a saúde, como propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas e cicatrizantes”, diz.

Sônia também tem colmeias das espécies popularmente conhecidas como: Lambe-olhos, Mandaguari Preta, Uruçu Amarela, Mirim Guaçu, Iraí, Solitária Euglossa, entre outras, além da abelha Moça Branca, que está para chegar. “Essa última eu ganhei de presente”, diz.

No entanto, entre todas as espécies, a criadora tem a sua preferida: a abelha Mandaçaia, que, em tupi, significa “vigia bonita”. O nome se deve ao fato de que sempre fica uma abelha na ‘porta’ da colmeia, como quem estivesse protegendo as demais.

“É uma abelha muito dócil e fundamental para a polinização da vegetação nativa, além de ser muito bonita: ela é preta, tem listras amarelas e ainda produz um mel único, com acidez cítrica e baixo dulçor”, explica.
Dia a dia
Para garantir que as abelhas tenham um ambiente propício para se reproduzirem e produzirem mel, Sônia tem no quintal uma grande variedade de plantas e flores que fornecem os recursos naturais necessários para a sobrevivência das espécies. Veja o vídeo abaixo:
“A rotina é bem corrida. Preciso regar as plantas do jardim diariamente para que possam florescer e assim oferecer alimento para as abelhas. Além disso, é preciso fazer o manejo nas caixas ao menos uma vez por semana para verificar se está tudo certo e, quando necessário, fornecer alimentação suplementar”, explica.
A meliponicultora também dá palestras sobre as abelhas sem ferrão, ajuda outras pessoas a criar seus meliponários, faz oficinas de produção de ninhos, iscas em garrafa PET, dá orientação sobre como escolher as caixas que se adaptam melhor a cada espécie e ainda vende mel, colônias e produtos como bombons de pólen, cera mista, atrativo, sabonete natural e outros produtos derivados de mel.
Paixão
Segundo Sônia, investir na meliponicultura e empreender nesse ramo não é fácil. Entre os desafios estão o clima, a aplicação de veneno, predadores e até problemas financeiros. Porém, ela afirma que nada se compara ao amor e à paixão que ela sente pelas abelhas.

“Quando conheci as abelhas sem ferrão e a possibilidade de tê-las no meu quintal, senti uma grande alegria e empolgação, e isso me ajudou na luta contra a ansiedade e a depressão que eu enfrentava. Observar as abelhas é fascinante e eu acredito muito no potencial transformador da criação de abelhas nativas para uma sociedade mais conectada com a natureza”, diz.