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24 de julho de 2024

Decio Rui Pialarissi fala sobre fundação e desafios do Observatório Social de Maringá


Por Redação GMC Online Publicado 24/07/2024 às 15h27
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OBservatorio social – Decio
Decio Rui Pialarissi, compartilha detalhes sobre a fundação, os desafios e a importância do Observatório Social. Foto: Divulgação

O Observatório Social de Maringá é uma entidade que visa promover a cidadania fiscal e a transparência no uso dos recursos públicos. Em entrevista, Decio Rui Pialarissi, um dos fundadores, auditor-fiscal da Receita Federal aposentado e consultor do Fundo Monetário Internacional (FMI), compartilha detalhes sobre a fundação, os desafios e a importância do Observatório Social.

Como foi o surgimento do Observatório Social e o que motivou sua criação?

Em 2006, o Observatório Social evoluiu de uma das diretorias da Sociedade Eticamente Responsável (SER), que atuava na cidadania fiscal por meio de um grupo de voluntários sem filiação político-partidária preocupado com o futuro. Realizávamos ações para sensibilizar a população sobre a importância de pagar impostos corretamente e acompanhávamos em tempo real as licitações e outros gastos da Prefeitura e da Câmara de Vereadores. Essa foi a principal motivação, que levou um grupo de pessoas a se engajar na criação do Observatório Social de Maringá. Foram muitas participações importantes. Posso citar a Irmã Cecília, Helena Bressan, professor Marcílio Hubner, Ariovaldo Costa Paulo, professor Wilson Matos, professores da Universidade Estadual de Maringá e Unicesumar, mas há muitos outros nomes importantes.

O que te motivou a abraçar essa iniciativa?

Eu era delegado da Receita Federal em Maringá e conhecia bem sobre o assunto de desvios em prefeituras. Sabia que o dinheiro público desviado raramente era recuperado e que o trabalho de fiscalização do Estado é insuficiente. A ideia foi atuar em tempo real nas licitações para evitar os ilícitos.

Pode exemplificar atuações do Observatório?

O superfaturamento na compra de remédios, materiais para creches municipais e produtos para a educação são exemplos de ações que geraram repercussão. Com o trabalho de prezar pela transparência realizado pelo Observatório, um conjunto de 64 medicamentos custou, em 2009, 40% menos do que havia sido pago em 2005. Uma grande economia, de mais de milhões de reais, e incentivo à gestão mais eficiente de recursos na cidade. 

Quais foram os principais desafios para tornar o Observatório uma realidade?

Recursos financeiros e pessoas. Os primeiros recursos vieram de um bazar de produtos apreendidos pela Receita Federal, doados ao Rotary, que repassou quase R$ 500 mil para a SER. Com o tempo, outras fontes de recursos se somaram.

Qual a importância de ter um Observatório Social em uma cidade?

Reduzir o analfabetismo em cidadania fiscal. Muitas pessoas não entendem a origem e a importância dos recursos públicos, vendo-os como benesses de políticos em vez de investimentos da sociedade.

Qual a sensação em relação ao seu legado no Observatório?

Sinto grande alegria ao ver resultados concretos, como a mudança de cultura e o maior respeito aos recursos públicos. O trabalho segue princípios importantes como a não vinculação a política partidária, não dar protagonismo a uma pessoa ou instituição e foco em resultados mensuráveis. Hoje participo a distância, seguindo o espírito de renovação constante do Observatório. Os desafios continuam sendo recursos financeiros e encontrar pessoas para administrarem o Observatório.

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