12 de junho de 2025

Empresa de formatura contratada por alunos de medicina não tinha intenção de cumprir o contrato, diz delegado


Por Geovan Petry/CBN Maringá Publicado 25/01/2023 às 17h45
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Foto cedida pelo escritório de advocacia contratada pelos formandos

Desde o último sábado, 21, quando a empresa Brave Formaturas, de Florianópolis, deixou 123 formandos do curso de medicina sem a festa, o delegado Fernando Garbelini, da Delegacia de Estelionato, acompanha os desdobramentos do caso.

Ainda no fim de semana, de acordo com Garbelini, foram ouvidos os responsáveis pela Brave e dez estudantes que fazem parte da comissão de formatura. Na tarde desta segunda-feira, 25, os primeiros boletins de ocorrência chegaram até a delegacia.

“Desde sábado quando aconteceu o episódio a gente vem acompanhando a situação. Os responsáveis pela empresa foram conduzidos ao plantão policial, foram ouvidos e desde então estamos acompanhando. Na segunda-feira e na terça ouvimos dez estudantes, todos com relato semelhante, e no final da tarde desta terça-feira começou a chegar novos boletins de ocorrência de prestadores de serviço que tiveram prejuízo. Aparentemente o prejuízo não ficou restrito somente aos formandos…as pessoas que foram contratadas para prestar serviço também não receberam”, disse.

O prejuízo dos estudantes chega a R$ 3 milhões. Porém, ainda precisam ser contabilizadas as perdas com os prestadores de serviço contratados pela empresa. A Brave Formaturas pode responder pelo crime de estelionato.

“O que apuramos é que a condução desse contrato foi feita desde o início de forma inapropriada. Os alunos não tiveram quase nenhuma informação do destino dos valores, quando procuraram a empresa não tiveram resposta. Então, os indicativos que a gente conseguiu até o momento levantar é que existe uma fraude na prestação desse serviço, nesse contrato, e a intenção dessa empresa aparentemente seria se apropriar dos valores…não tinham a intenção e nem mesmo a condição de cumprir o contrato”, afirma.

O delegado Fernando Garbelini quer concluir o inquérito em 30 dias. Ele pede que quem sofreu algum tipo de prejuízo procure a delegacia de estelionato.

Procon multa a empresa

Na segunda-feira, o Procon de Maringá esteve reunido com os formandos de medicina e advogada dos estudantes que ficaram sem a festa de formatura. No mesmo dia a justiça concedeu liminar onde determinou o aresto dos bens da empresa no valor de R$ 3 milhões.

Nesta quarta-feira, 25, o Procon multou a Brave em R$ 528 mil. A multa foi enviada pelos Correios para a sede da empresa em Florianópolis, Santa Catarina. 

O órgão de defesa do consumidor também proibiu que a empresa preste serviços em Maringá até que ela compareça ao Procon para prestar esclarecimentos e faça um acordo com os universitários. A empresa tem um prazo de dez dias para a defesa.

Outros casos

A empresa que deveria prestar o serviço aos formandos do curso de medicina de uma instituição privada de Maringá, no último fim de semana, é suspeita também de não atender o contrato na formatura dos cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em novembro de 2022.

Estudantes de medicina de uma instituição de Cascavel, por conta da pandemia, não tiveram os valores devolvidos.

Uma estudante de Florianópolis, que também contratou a Brave para organizar a festa de formatura, conta que ela e outros colegas não encontraram a empresa aberta e nem os funcionários no local.

“Estamos tentando se precaver porque também temos a Brave como contratada para nossa formatura em julho e estamos atrás deles e realmente estão sumindo, as sedes aqui em Florianópolis não foi encontrado ninguém, um endereço fica em uma casa que está fechada, e outro endereço é uma sala comercial. Alguns formandos foram lá, mas as recepcionistas do prédio disseram que passaram o fim de semana inteiro carregando notebook, documento e esvaziando toda a sala. Então, a gente também vai ficar a ver navios”, disse.

Ouça a reportagem completa na CBN Maringá.

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