Empresa que presta serviços aos Correios demite e não paga acerto, dizem funcionários

O fim de ano está difícil para um grupo de trabalhadores que eram contratados pela MG Terceirização, uma empresa de Curitiba que presta serviço para os Correios. A empresa demitiu 13 funcionários que trabalhavam na Central de Distribuição dos Correios em Maringá. A função deles era separar as correspondências e distribuir por setores.
Eles foram demitidos em outubro, cumpriram o aviso prévio, que terminou em novembro, mas não receberam o salário do último mês trabalhado e nem o acerto. Também, segundo eles, não receberam o vale-alimentação de outubro.
Ewerton Camilo é um dos funcionários. Ele diz que não consegue sacar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e nem dar entrada no pedido de seguro-desemprego. Ele tem dois filhos pequenos e está passando dificuldades.
“Eu recebi meu último pagamento foi do mês de outubro, novembro eu não recebi agora em dezembro. O acerto era para receber dia 16 [de dezembro], não recebi, o 13º não recebi. Meu vale alimentação não recebi novembro, nem dezembro. Ainda no mês de novembro foi pago, eu fui no mercado, eles me estornaram o pagamento, passei maior vergonha. Estamos nessa situação. Em casa mesmo eu pago aluguel, tenho compra para fazer, tenho uma filha de três meses que depende de fralda, leite e a gente está no escuro. Infelizmente, devido a pandemia não está fácil conseguir outro serviço. Eles poderiam ter liberado minha carteira para eu dar entrada no seguro-desemprego, ter pego FGTS que já dava uma ajuda e nem isso foi feito”, explica Camilo.
Andréia Siqueira também está enfrentando dificuldades, que poderiam ser amenizadas se ela recebesse o que tem direito.
“O meu contrato, quando me chamaram, era para dois anos. Quando chegou no mês de outubro, nos chamou, a gente é em 11 funcionários, e falaram que a gente estava assinando um aviso e que estava todo mundo dispensado. No entanto, não pagaram nosso salário do mês de novembro e, também, não pagaram o nosso vale-alimentação do mês de outubro. A gente liga na empresa, a empresa não atende, a gente tenta entrar em contato com os Correios, que também não dá explicação para gente, fala que não sabe. Eu sou uma mãe e pai ao mesmo tempo, tenho dois filhos, tenho aluguel meu que está atrasado por conta dessa empresa. E, no dia que me contrataram, falaram que meu contrato seria de dois anos. Eu estou passando dificuldade […]. Nem sequer o meu exame, para entrar na empresa, eles pagaram, me ressarciram, falaram que era para eu fazer que iam me ressarcir, até hoje [nada]”, conta Andréia.
Além de ficar sem o dinheiro do acerto, Junior Soares também teve descontada parte do salário de outubro porque estava com covid, em isolamento domiciliar.
“Peguei um atestado de covid, escrito e assinado pela doutora e eles não me pagaram, 15 dias vieram descontados do meu salário. Metade do meu salário que eu fiquei em casa e assinei até um termo de responsabilidade que não iria sair na rua para não prejudicar os outros cidadãos e eles não me pagaram. Disseram que a empresa não paga atestados. […[ Eles sempre atrasavam salários. Sempre. Do dia 5, às vezes, caia no dia 19. E, agora, o que está acontecendo é que aconteceu uma demissão em massa, mas eles não pagaram nem o salário, o aviso prévio, que a gente trabalhou todo o mês de novembro cumprindo”, afirma Junior.
A reportagem entrou em contato com os Correios e aguarda um retorno. A produção ligou para os telefones da MG Terceirização em Curitiba e na sede da empresa no Rio Grande do Sul, mas ninguém atendeu.
Atualizado às 14h38 para acréscimo de informações.
A reportagem conversou com um responsável pelo setor de RH da empresa. Ele disse que o departamento jurídico já está resolvendo a situação destes funcionários.
Ouça a reportagem completa na CBN Maringá.
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