A parceria entre duas empresas de Maringá, a Bravo Empreendimentos, empresa de engenharia especializada, e a Moreira Suzuki Advogados, resultou no primeiro lugar do Real Estate Tokenization Challenge 2021. Trata-se de um concurso internacional organizado pela Fibree, rede internacional líder em troca de conhecimento entre o setor imobiliário e da tecnologia blockchain, e a BlockSquare, plataforma em blockchain especializada em tokenização de ativos imobiliários.
Em segundo lugar ficou a Kennedy & Goci, um grupo formado por dois empresários de Atlantic City, EUA. O terceiro lugar ficou com a Tokeniza, empresa espanhola de tokenização. Mais de 50 equipes do mundo todo participaram da competição, com o objetivo de desenvolver e executar a tokenização de um ativo real.
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Juntas, as empresas de Maringá realizaram a primeira tokenização brasileira de ativo imobiliário próprio. Para a conquista, foi utilizado como case um apartamento de um dos empreendimentos da Bravo, o BE Deodoro. Com a experiência da Moreira Suzuki, que é especializada na estruturação de negócios inovadores, foi possível atender às demandas legais da operação.
“Estamos, claro, muito felizes com o prêmio, pois foram cerca de 50 times de vários países participando. É um reconhecimento para o DNA inovador, tanto da Bravo quanto da Moreira Suzuki. Acreditamos que a tokenização causará uma verdadeira disrupção no mercado imobiliário, pois facilitará a estruturação de capital para os desenvolvedores de empreendimentos e, ao mesmo tempo, atenderá uma quantidade gigantesca de interessados em adquirir imóveis, mas que não dispõem de recursos para adquirir uma unidade inteira”, diz o sócio da Moreira Suzuki, Vicente Suzuki.
Suzuki acrescenta que o desafio regulatório e legal é bastante complexo, pois como é uma tecnologia muito nova, ainda não existem leis e normas para regrar a estruturação de um negócio como esse. “Mas essa é a essência do desafio. Não foi a primeira nem será a última vez que nós, na Moreira Suzuki, estruturamos um modelo de negócio em uma cenário inovador como esse”, destaca.
O CEO da Bravo Empreendimentos, Evandro Rodrigues, relata que com a participação no desafio foi possível mostrar a face da empresa, que é a de inovação e tecnologia. “Sempre lutamos muito para ter novidades e soluções que realmente façam a diferença no mercado, e quando um prêmio como esse, de reconhecimento internacional, acontece, vemos que estamos no caminho certo. Foi bem bacana. Toda a equipe ficou muito orgulhosa e ansiosa para os próximos passos”, conta.
Ele acrescenta que o desenvolvimento foi muito desafiador. “Tivemos que sair da caixa, buscar soluções não só convencionais, e tudo isso gera um desafio extremamente motivador e que exige que inventemos o caminho. Pudemos transmitir para a indústria da construção civil que é possível fazer diferente, trazer para o Brasil inovações que o mundo todo está buscando e começar uma nova rota de imóvel de construção que até então era desconhecida por nós”, destaca.
Prêmio
Como prêmio, as empresas receberam uma plataforma própria e completa de tokenização feita pela Blocksquare – um prêmio equivalente a 50 mil euros em licenças e serviços – o que equivale a cerca de R$320 mil.
O que é a tokenização
Segundo informações das empresas, para a tokenização imobiliária é necessário um imóvel, que pode estar na planta ou já finalizado. No processo de tokenização é emitido um número finito de ativos digitais, que são os tokens, que passam a representar frações do imóvel. Cada token pode ser vendido individualmente. O dono do token adquire direitos sobre a fração do imóvel e o token fica armazenado em uma carteira digital. A negociação de tokens atende a necessidade de capitalização das incorporadoras, sobretudo em fases iniciais dos projetos. E, ao mesmo tempo, satisfaz os consumidores interessados em adquirir imóveis em fase de construção, mas que caso não tenham recursos para adquirir unidades inteiras agora podem comprar de maneira fracionada, em tokens.
Próximos passos
O objetivo agora é estruturar novas tokenizações de imóveis próprios e de terceiros em escalas cada vez maiores.
“Estamos materializando agora o futuro do que será esse projeto. De agora em diante, estamos na busca de materializar esse projeto em um formato que a gente consiga transmitir isso para outras empresas, para que consigam ter benefícios desse modelo e plano de negócios. A nossa principal função agora é lapidar tudo isso, transformar em um produto, para que mais incorporadoras e pessoas possam ter contato e realmente fazer diferença na sociedade. Queremos inovar e trazer soluções tecnológicas que façam sentido para o mercado e para a indústria em que estamos inseridos”, adianta Rodrigues.