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19 de maio de 2024

Gravidez ‘salva’ mãe de leucemia aguda em Maringá


Por Fábio Guillen Publicado 04/05/2021 às 11h57 Atualizado 01/02/2023 às 13h28
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Fabricie Marcele Wilbert e a filha Liz Wilbert – Foto: Arquivo pessoal

A história de Fabricie Marcele Wilbert, de 47 anos, e da filha Liz Wilbert, de 8 anos, é daquelas que facilmente se transformaria em enredo de filme. Enquanto se preparava para realizar o sonho de ser mãe, em 2012, no primeiro exame de pré-natal Fabricie foi informada pelo médico que algo estava errado no sangue dela. 

Muito preocupada, a bióloga decidiu investigar e encarar o problema de frente. Foi então, que dias depois, veio o diagnóstico difícil: Leucemia mielóide crônica. Fabricie tinha motivos de sobra para encarar o momento com muita tristeza e dor, mas decidiu focar no sonho de ser mãe para depois iniciar o tratamento contra a doença. A bióloga não tem dúvidas que a gravidez a salvou. 

“Minha filha me salvou. Eu nunca fui de ficar fazendo exames de rotina e só descobri a leucemia de forma precoce por causa do pré-natal. Quando eu descobrisse já estaria num estágio muito avançado e que dificilmente teria cura. A Liz é uma benção na minha vida. Os médicos usaram uma medicação na gravidez para frear a doença no estágio em que ela estava para que eu pudesse ter a minha filha”, disse Fabricie Marcele Wilbert. 

Ainda na gravidez, Fabricie descobriu que a cura para a doença poderia estar dentro da barriga. As células-tronco do cordão umbilical são usados no tratamento da leucemia. Existem vários casos de cura pelo mundo por meio desse material. Uma empresa de São Paulo, a Cordcell, presenteou Fabricie com o armazenamento do cordão umbilical e o material genético permanece guardado na capital paulista. 

Fabricie Marcele Wilbert grávida de Liz – Foto: Arquivo pessoal

Sessenta dias após o nascimento de Liz, a bióloga recebeu a notícia de que existia uma certa compatibilidade entre ela e o material genético do cordão umbilical de Liz. No entanto, até hoje não foi preciso usar o material porque, segundo Fabricie, a medicação funcionou e aos poucos o câncer foi se afastando. 

“A medicação funcionou no meu caso. Estou indetectável para a leucemia e faço controle a cada três meses e uma vez por ano faço um exame molecular para ver como está a doença. Então eu não precisei do transplante porque estou indetectável. Mas graças a Deus o cordão umbilical está guardado na Cordcell e se um dia eu precisar ou a Liz podemos usar. Nesse momento eu tenho que usar medicação constante ainda. Nos Estados Unidos tem como deixar de tomar a medicação, mas você precisa fazer o exame molecular uma vez por mês e custa muito caro, mais de R$ 1 mil por exame e eu não posso pagar. O governo me dá somente uma vez por ano aqui no Brasil o exame. Queria muito parar de tomar a medicação porque tem muitos efeitos colaterais sabe. Quem sabe um dia, né. Mas o importante é que está indetectável”, explicou Fabricie. 

Fabricie disse que sempre quis ser mãe de menina. Era um sonho que ela precisava realizar logo por conta do tempo que estava passando. “Deus foi tão generoso comigo que esperou o momento certo para me presentear com a minha filha. Ela veio no momento certo e me salvou de uma leucemia aguda. Os médicos mesmo falam que se eu não tivesse descoberto precocemente teria se agravado”, disse emocionada. 

Foto: Arquivo pessoal

Mãe e filha vivem sempre juntas e unidas 

Fabricie sempre faz questão de contar para Liz todos os detalhes dessa história de luta e vida que nasceu com a gestação. Liz, agora com 8 anos, é uma menina muito inteligente, educada e amorosa com a mãe. 

“Ela é uma menina muito amorosa e sabe de cada detalhe do que aconteceu. A gente sempre fala sobre esse assunto. Ela pede pra mim mamãe conta pra mim a história de quando você ficou grávida, conta pra mim a história do meu nascimento. Ela tem muito orgulho de tudo. Eu mostro vídeos para ela e ela fica toda feliz”, contou Fabricie. 

Outra história que envolve as duas e que chama a atenção foi que elas nasceram no mesmo dia e na mesma hora. O dia 15 de outubro é muito comemorado por Fabricie e Liz em Maringá. 

“Coincidentemente nascemos no mesmo dia e na mesma hora. Foi muita coincidência nas nossas vidas. Ser mãe é um sentimento que só quem é sabe. Você acha que ama alguém até ter um filho. Não existe sentimento maior. É indescritível. É muito forte”, contou Fabricie emocionada. 

Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

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