Mais que peças, histórias: artesanato encanta visitantes da Expoingá
O artesanato é mais do que uma forma de expressão: é identidade e história. Na Expoingá, o Pavilhão Azul se transforma em um verdadeiro templo da arte manual, reunindo mais de dez tipos de produtos artesanais que encantam pelo cuidado e autenticidade. Sob a organização do artista Leonil Lara, o espaço é um dos destaques da feira.
Leonil, referência no cenário do artesanato em Maringá, destaca a diversidade de técnicas e materiais presentes: madeira entalhada, esculturas, móveis rústicos, crochê, tricô, bijuterias em couro e até pedras semipreciosas. “O artesanato tem que ter qualidade, ele representa a cultura de um povo, a nossa identidade”, afirma o artista.
O cuidado com a originalidade é uma das marcas do espaço. Segundo Leonil, o desafio dos artesãos é se reinventar constantemente, evitando a repetição e a perda de autenticidade. “Se a feira começa a parecer com qualquer outra loja popular, o cliente perde o interesse. O artesão precisa inovar, criar peças únicas e com alma.”
Maringá já foi referência nacional na arte em madeira, lembra Leonil. “Há 40 anos, tínhamos grandes mestres entalhadores. Hoje, com a escassez da madeira apropriada, os artesãos buscam novas formas de manter viva essa tradição.” Um dos nomes citados é Conrado Moser, artista que marcou época na cidade com esculturas sacras feitas à mão.
A valorização do artesanato também passa pelo apoio institucional. Leonil elogia a atual gestão municipal por dar mais espaço aos artesãos locais: “É importante abrir portas para novos talentos e mostrar que o artesanato é cultura viva, não algo do passado.”
No Pavilhão Azul, o convite é claro: mais do que comprar, é sobre prestigiar. “Mesmo que não venha comprar, venha nos visitar. O artesão também precisa ser reconhecido como alguém criativo, que está ali todos os dias colocando a alma em cada peça.”