‘Cada cavalo e aluno têm uma história’, diz treinador da Escola de Equitação na Expoingá
Na rotina agitada da 51ª Expoingá, em Maringá, um espaço chama atenção pelo som dos cascos no chão e pela conexão silenciosa entre cavaleiros e seus animais: é a Escola de Equitação da Sociedade Rural de Maringá (SRM), onde o treinador José Eduardo Pereira, de 36 anos, compartilha experiência, técnica e paixão com novos competidores do mundo equestre.
Figura conhecida na feira, José Eduardo participa todos os anos como orientador das provas de três tambores e laço, duas modalidades típicas do universo agropecuário brasileiro. Segundo ele, a procura pelas aulas cresceu nos últimos anos e não apenas entre pessoas do meio rural.

“Hoje em dia, o mundo rural virou uma espécie de ‘moda’. Muita gente da cidade quer aprender a montar, competir. E aqui a gente acompanha desde as primeiras aulas até o momento em que o aluno está pronto para entrar em pista”, explica.
As mulheres costumam se interessar mais pelas provas de três tambores, que exigem velocidade e agilidade, enquanto os homens tendem a buscar a modalidade de laço, tradicional em festas e rodeios. Ambas as categorias exigem treinamento físico e técnico não apenas dos cavaleiros, mas também dos cavalos.
“Trabalhamos com os dois como atletas. O cavalo precisa estar em excelente forma para que o conjunto funcione. São dois atletas buscando o mesmo resultado”, afirma José Eduardo. As raças mais utilizadas nas provas são o quarto de milha, os paint horses e os appaloosas, todos reconhecidos por sua explosão muscular, resistência e inteligência.
Além do aspecto competitivo, o treinador destaca a relação emocional entre os praticantes e os animais. “O cavalo é um animal muito especial. Ele esteve com a humanidade nas guerras, nas plantações, nos transportes… e hoje, virou quase um pet. Mas, acima de tudo, ele devolve carinho e cria laços com as pessoas. Trabalhar com cavalo é gratificante demais”, diz.
Com mais de uma década de dedicação ao ensino da equitação e ao treinamento de cavalos, José Eduardo se orgulha de já ter revelado diversos campeões em pistas pelo Brasil. “A cada ano aparece alguém com talento nato. A gente lapida essas pedras preciosas e transforma em competidores de verdade”, comemora.