Finados: a história da família de Maringá que há 30 anos vende flores artificiais
Nos dias que antecedem Finados, a família Bergamo, de Maringá, trabalha até à noite para montar vasos de flores artificiais. A família era proprietária de uma funerária em Maringá. E há 30 anos abriu uma floricultura em frente ao Cemitério Municipal. A loja continua no mesmo endereço. É uma empresa familiar.
Neste período do ano as vendas aumentaram 200% e a família está fazendo hora extra para atender todos os pedidos. O carro-chefe são as flores artificiais, feitas com seda e numa base de cimento. É um trabalho que começa um mês antes, conta uma das proprietárias, Gislange Bergamo.
“Então durante o ano todo o pessoal visita o cemitério de sábado ou domingo, às vezes compra uma florzinha natural, mas o forte mesmo para essa época é o artificial […] Um mês antes nós já começamos as compras, a montagem e já fazemos o estoque. Inclusive, nós estamos indo até 23 horas montando alguns vasos”, explica Bergamo.
As flores artificiais não podem ser de plástico e nem de E.V.A, por causa do acúmulo de água e risco de dengue, por isso o uso da seda.
“As flores são seda, que é um tecido. Choveu, com o sol já logo ela seca. Nós já temos orientações da prefeitura, nós temos reuniões”, afirma.
Gislange explica também que tem gente que prefere montar vasos em casa, mas utiliza pó de gesso e a Prefeitura recolhe e descarta para evitar acúmulo de água.
“Eles querem porque o custo fica mais em conta, mas aí acabam fazendo com pó de gesso. Vamos supor que você pegue três/quatro dias de chuva, o que vai acontecer? Vai começar a amolecer o gesso, vai molhar ali, afundar e começar a juntar água. A prefeitura recolhe e joga fora, por causa da dengue”, expõe uma das proprietárias.
A família Bergamo comprou uma betoneira para preparar o cimento que vai ser utilizado nos vasos. Até a matriarca, de 75 anos, trabalha na montagem.
“Ela monta o arranjo, corta, ajeita ele pra ele ficar um arranjo floral, depois ele vai pra montagem. Eu e minha irmã batemos o cimento na betoneira, enchemos os vasos e começamos a montagem dele pra depois etiquetar o preço e por para frente”, diz.
Nesta sexta-feira, 1º, véspera de Finados, foi preciso convocar outros parentes para reforçar a equipe e estão todos trabalhando num mutirão familiar.
“Se você vir aqui hoje, nós estamos em torno de 8 a 10, tudo família. Aí chamamos irmão, cunhada, sobrinho…quem pode ajudar nós, vem socorrer”, destaca Gislange Bergamo.
As flores naturais vêm de produtores rurais de Maringá e região.