11 de junho de 2025

Gasolina sobe mais de 40% no ano em Maringá; aumento é o maior entre as principais cidades do PR


Por Drª. Juliana Franco Afonso Publicado 29/10/2021 às 16h50 Atualizado 20/10/2022 às 21h22
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Foto: Jonas Oliveira/AEN

Segundo pesquisa realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre janeiro e outubro de 2021, Maringá registrou um aumento de 42% no preço médio da gasolina, sendo este aumento maior que o verificado nos maiores municípios do estado.

Maringá também é a cidade que registrou o maior preço do combustível, com um preço médio em outubro de R$ 6,25 o litro, seguido por Cascavel ( R$ 6,16/Litro) e Londrina ( R$ 6,12/Litro).

A pesquisa feita pela ANP foi realizada com uma amostra de 50 postos de combustíveis em Maringá, cujo menor preço de venda do combustível encontrado em outubro de 2021 foi de R$ 6,00/litro e o maior preço foi de R$ 6,93/litro.

Para dezembro estima-se que o litro da gasolina possa chegar a R$ 7,44 o litro. Veja gráfico a seguir:

Mas quais as causas do aumento do preço da gasolina?

Uma confluência de fatores — alguns de ordem mundial e outros de ordem estritamente doméstica — explica o aumento contínuo do preço da gasolina no Brasil.

A política de preços da Petrobras (Política de Paridade de Preços de Importação) é um dos principais fatores. Ela define que a empresa acompanhe a cotação do barril do petróleo no mundo (Brent) e leva em consideração a desvalorização do real frente ao dólar. Desta forma, estes são os dois principais motivos do aumento da gasolina no Brasil em 2021.

Devido ao aumento mundial do consumo de petróleo agora em 2021, decorrente da retomada econômica de vários países, com a ampliação da imunização da população contra a Covid-19, o barril do petróleo vem aumentado.
De acordo com a OPEP ( Organização dos Países Exportadores de Petróleo) a expectativa é que em 2021 a demanda global por petróleo saia de 5,9 milhões de barris por dia para 95,9 milhões de barris. Como a OPEP vem adotando uma política de aumento gradual da oferte de petróleo o resultado não é outro que o aumento mundial do preço do barril, que interfere no preço nacional.

Só para termos uma ideia, o barril de petróleo aumentou de US$ 51,09 em janeiro de 2021 para US$82,64 em outubro de 2021, o que representa uma alta de US$31,55 ou 61,7%.

Além disto, outro fator que vem impactando também no aumento do preço da gasolina para o consumidor final é o reajuste realizado pelas distribuidoras e revendedoras decorrente do aumento do custo operacional.

Qual o impacto do aumento do preço da gasolina no orçamento familiar?

Pelo menos 13,5% do orçamento familiar é comprometido com despesas com combustíveis, energia elétrica e gás de cozinha, de acordo com o IPCA (índice de inflação oficial do Brasil). Só a gasolina representa 6,09% no orçamento das famílias e o seu aumento afeta o orçamento das famílias com renda mais elevada, que usam transporte individual para trabalhar. Já o gás de cozinha, que registrou um aumento no seu preço médio entre Janeiro a Outubro na ordem de 29% em Maringá, tem maior impacto no orçamento das famílias com renda mais baixa.

Além disto o aumento do preço da gasolina, gás de cozinha e energia elétrica pressiona o aumento da inflação. A inflação medida pelo IPCA deste ano (Janeiro a Setembro) é de 6,7%, com previsão de terminar o ano em torno de 9,4%. Isto quer dizer que as famílias brasileiras perderão em poder de compra 9,4% de seu orçamento familiar.

O que esperar para o futuro?

No caso dos combustíveis, espera-se que a partir de 2022, como o aumento da produção mundial de petróleo para atender a demanda crescente, o preço do barril volte a cair internacionalmente e consequentemente de todos os seus derivados como a gasolina e gás de cozinha.

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