Um maringaense virou protagonista de um documentário que foi parar na Netflix. O que motivou a produção é que Marcelo Nascimento da Rocha foi considerado um dos golpistas mais notórios do Brasil entre as décadas de 1990 e 2000.
“Vips – Histórias Reais de um Mentiroso” mostra quem é o maringaense que ganhou fama depois de descobrirem um de seus golpes mais notórios: fingir ser Henrique Constantino, filho do dono da Gol durante o carnaval, em Recife, em 2001.
Na ocasião, Marcelo Vips, como ficou conhecido após o golpe, enganou diversos famosos que participavam do evento, como o empresário Edson Sá, dono de um camarote que acabou dando acesso vip a ele naquela festa.
O maringaense fez amizade com artistas, entre eles Ricardo Macchi, ator que o apresentou a outros famosos. Enganou até o apresentador Amaury Junior, que fazia a cobertura do evento. Quando a festa terminou, usando a identidade falsa ele alugou um jato para se reunir com um grupo de celebridades que conheceu no “Recifolia”.
No entanto, a Polícia Federal do Aeroporto Santos Dumont estranhou a situação e acabou prendendo Marcelo.
Esse foi só um dos golpes que o maringaense aplicou. Ele ainda ficou conhecido por fingir ser músico, atleta, policial e sobrinho do diretor de uma companhia rodoviária, o que o fez conseguir viajar várias vezes sem pagar. Foi por meio de suas falsas identidades que ele conseguia hospedagem, alimentação, transporte…e tudo mais que queria.
O GMC Online conversou com a diretora do documentário VIPs, Mariana Caltabiano. Para gravar o filme que está na Netflix ela teve que ir visitar Marcelo várias vezes na prisão, em Curitiba. Ela disse que se interessou pela história por ser uma pessoa que ganhou notoriedade no país e por ser um personagem muito divertido.
“Eu tinha acabado de fazer um curso de Cinema e estava procurando uma história interessante, divertida. Estava vendo televisão e me deparei com o Amaury Júnior contando como tinha sido enganado pelo Marcelo. Achei o personagem muito divertido, a cara de pau dele”, lembra.
Mariana também recorda que ela mesmo foi enganada por Marcelo no início das gravações, quando ele afirmou que iria gravar o filme com outro diretor e não mais com ela para conseguir benefícios.
“Ele é inteligente, consegue ler as pessoas rapidamente. Ele falou que consegue ser quem ele quiser.”
O documentário de Mariana inspirou o filme “Vips” que também está na Netflix. Quem assumiu o papel de Marcelo foi o ator Wagner Moura. O filme ressalta também que Marcelo aprendeu a pilotar aviões ao trabalhar para contrabandistas, que atuavam na fronteira do Brasil com o Paraguai.
Nos dias de hoje
Marcelo passou a cumprir pena em regime domiciliar com o uso de tornozeleira desde 2014, depois de passar quatro anos preso. Em 2018, ele chegou a ser preso novamente por 40 dias acusado de fraude processual para a progressão de regime.
Atualmente, ele trabalha em uma empresa de eventos em Cuiabá, no Mato Grosso e faz questão de deixar claro que é um “ex-falsário” e que mudou de vida.
O GMC Online entrou em contato várias vezes com Marcelo, mas não conseguiu gravar entrevista. Ele, no entanto, disse por telefone que gosta de Maringá e que de vez em quando viaja para sua cidade natal.
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