Hospital Universitário de Maringá atendeu 113 casos de violência sexual desde janeiro
O Hospital Universitário (HU) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) registrou 113 atendimentos de violência sexual envolvendo mulheres e homens desde o início deste ano, segundo dados do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NVEH). Desses casos, 97 envolveram mulheres (85,8%) e 16 homens (14,2%).
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A maior parte das vítimas é composta por menores de idade: 26 tinham entre 10 e 14 anos (23%), 21 tinham entre 2 e 4 anos (18,6%) e 19 tinham entre 20 e 29 anos (16,8%). Os números mostram que a violência sexual atinge principalmente mulheres na infância e adolescência.
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O HU da UEM é referência na 15ª Regional de Saúde no atendimento a vítimas de violência sexual, recebendo tanto procura espontânea quanto encaminhamentos de unidades de saúde de toda a macrorregião Noroeste.
O tema foi discutido no curso “Violência sexual: abordagem multiprofissional para os servidores da Farmácia Hospitalar do HUM”, realizado na última sexta-feira (22). A atividade teve como objetivo capacitar os servidores sobre os fluxos de atendimento, protocolos e formas de atuação em diferentes casos. A palestra de abertura foi ministrada pela enfermeira Viviane Dourado, do Ambulatório de Especialidades.
Segundo Viviane, é fundamental diferenciar violência aguda e crônica, pois isso determina o fluxo de atendimento: “A vítima que sofreu violência sexual em até 72 horas deve ser atendida pelo Pronto Atendimento, por livre demanda. Casos que ultrapassem esse período são encaminhados ao Ambulatório, para atendimento agendado e seguro, evitando revitimização.”
O Hospital também orienta que o atendimento imediato seja buscado dentro das primeiras 72 horas, período em que podem ser aplicados kits para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez. “Boa parte das mulheres que recorrem ao aborto legal em caso de violência não passou por esse processo, que é fundamental”, afirmou Viviane.
A diretora de Análises Clínicas e Farmácia Hospitalar, Gisela Dalla Rosa, destacou a importância da atuação multiprofissional, envolvendo enfermeiro, assistente social, psicólogo, farmacêutico e infectologista, garantindo atendimento integrado, seguro e ético. “A iniciativa reforça o compromisso com a formação contínua dos profissionais e com o cuidado sensível e qualificado das vítimas”, concluiu.
