Magó e outras vítimas de feminicídio são lembradas em ato em Maringá


Por Victor Simião/CBN Maringá
Magó e outras vítimas de feminicídio são lembradas em ato em Maringá
Foto: Victor Simião/CBN Maringá

Conhecida como Magó, Maria Glória Poltronieri Borges foi assassinada por um homem no começo de 2020 na região de Maringá. Ela e outras vítimas do feminicídio, como Tetê e Anna Julia, foram lembradas nessa quarta-feira, 22, em mobilizações artísticas feitas por mulheres, no centro da cidade. 

Durante a tarde, familiares de Magó e representantes de grupos como a associação Nenhuma a Menos fizeram um ato ao redor da catedral, com dança e performance artística.  Daísa Poltronieri, mãe de Maria Glória e uma das articuladoras, pediu mais respeito às mulheres.

“Sociedade maringaense, sociedade paranaense, sociedade brasileira e mundial, temos um útero. Vocês todos só vêm ao mundo através dos úteros, então respeitem as mulheres. Respeitem todo o legado das Marias, Virgem Maria Santíssima, que trouxe Jesus ao mundo, salvador do mundo. Mulheres, eduquem seus filhos da melhor maneira possível, não sendo machistas”, frisou.

A dança ficou sob a responsabilidade de Mariana Barreto Poltronieri. Prima de Maria Glória, a artista falou que sente a presença de Magó. Para ela, participar do ato em homenagem a prima e a outras vítimas foi algo emocionante.

“Claro que é um momento de muita emoção, porque tenho muita saudade da minha prima. Eu morava fora do Brasil, e fazia alguns anos que eu não estava perto dela fisicamente, mas a gente sempre esteve dançando nas nossas conversas, por telefone, nos nossos encontros oníricos. PAra mim, estar aqui hoje é mais um dia que a gente está guerreando pelos nossos direitos, pelo direito da mulher existir e ser livre. Eu sinto muito a presença dela, sinto que ela dança comigo, com a irmã dela”, destacou.

Em 2019, 89 mulheres foram assassinadas no Paraná. No primeiro semestre de 2020, 23. Em linhas gerais, o feminicídio é motivado apenas pelo fato de a vítima ser mulher. 

A artista Valentina Piotto, uma das participantes da performance,  disse que a arte é uma das ferramentas na luta contra o machismo e o feminicídio.

“Acho que a arte tem um papel fundamental, arte é política, e lutar contra o feminicídio, lutar contra o patriarcado, é política, e a arte é uma das ferramentas mais potentes que a gente pode usar contra a violência que a gente vem sofrendo”, reforçou.

Blitz

Além das  ações artísticas, o ato contou com uma blitz no trânsito. Uma colher de plástico em um papel dizendo “Em briga de marido e mulher, meta a colher!” foi distribuído. Toda a sociedade deve fazer parte da luta, disse a co-fundadora da Nenhuma a Menos, Evelin Cavalini.

“Devido à pandemia da covid-19, estamos evitando aglomerações, então a ideia da blitz é porque ela é uma forma segura e a gente consegue conscientizar as pessoas entregam panfletos, que contém os números 180, de denúncia de violência contra a mulher, 153 que é o número da Patrulha Maria da Penha, e em caso de necessidades, ligue para o 190, para a polícia, o importante é denunciar,porque isso pode realmente salvar a vida de uma mulher”, orienta.

Em Maringá e região, foram registrados cinco casos de feminicídio em 2020. 

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