Marcos geodésicos: saiba o que são as ‘tampinhas metálicas’ nas ruas de Maringá

Por Redação GMC Online Publicado 19/08/2023 às 08h28

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Você já reparou nas ‘tampinhas metálicas’ que ficam no chão de praças e avenidas de Maringá? Já se perguntou ou sabe o que são? O GMC Online entrou em contato com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para buscar essa explicação.

Essas chapas metálicas tem 6 centímetros de diâmetro e são chamadas de marcos geodésicos, que constituem o Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) e começaram a ser implantados em 1939.

Segundo o técnico em informações geográficas e estatísticas da agência do IBGE em Maringá, Sérgio Ricardo, o marco geodésico é a representação física da chamada estação geodésica. “Essa representação física pode ter diferentes formatos, como, por exemplo, uma simples coluna de concreto com uma plaquinha do IBGE afixada. O marco seria como uma “etiqueta”, um “rótulo”, físico para dizer que ali há uma estação geodésica”, explica.

Estas estações geodésicas são, portanto materializadas, em sua grande maioria, como monumentos de concreto que recebem uma chapa de metal no seu topo identificando a respectiva matrícula, o IBGE e o tipo de estação. De acordo com o IBGE, as coordenadas, altitudes e/ou gravidade destas estações são determinadas por meio da aplicação de procedimentos e modelos geodésicos de alta precisão, compatíveis com as finalidades a que se destinam, e estão disponíveis através do Relatório de Estação Geodésica (REG) gerado pela aplicação.

Esses marcos materializam coordenadas exatas, são pontos de referência de latitude, longitude e atitude, e usados como orientação na construção de rodovias, ferrovias e barragens, para a demarcação de propriedades e para a confecção de mapas.

Os marcos geodésicos garantem a precisão que os GPSs de celulares e smartwatches nem sempre entregam. Para determinar a localização exata das placas, topógrafos utilizam equipamentos que, juntos, chegam a custar mais de R$ 100 mil. São eles: estações totais, teodolitos, níveis, trenas, bastões e rastreadores de sinais de satélite (GNSS). Essas apurações são tão precisas que servem como marcadores para todo o território nacional, inclusive para a elaboração de mapas.

Marcos geodésicos em Maringá

Segundo o IBGE, há 30 marcos geodésicos ativos em Maringá. Um dos mais antigos da lista, de 1981, está na Avenida Getúlio Vargas, região central, na quadra entre as ruas Santos Dumont e Néo Alves Martins. “Uma estação ativa é tipo um computador, que envia sinais, são aquelas estações que estão ligadas na energia elétrica. Passivas seriam aquelas que servem apenas de referências, são as plaquinhas no chão”, explica o o técnico em informações geográficas e estatísticas da agência do IBGE em Maringá, Sérgio Ricardo.

Segundo ele, existem oito tipos de estações geodésicas e em Maringá há quatro delas:
GPS, RN, EG e RBMC. “Cada uma delas tem uma função. Por exemplo, as estações geodésicas do tipo GPS são aquelas cujas coordenadas foram obtidas com equipamentos de alta precisão. Aqui em Maringá temos 9 estações GPS. Todas essas 9 estações estão identificadas com marcos de concreto e cada uma delas tem uma coordenada geográfica associada para ela e são usadas apenas para referência”, diz.

Isso porque, conforme o técnico, elas não emitem sinal nenhum, ou seja, nenhum satélite “lê” ou recebe nenhuma informação dessas placas, porque, na prática, são, de fato, apenas placas de bronze fixadas em pedaços de concreto. “Mas são importantes, pois quando alguém ou alguma empresa for fazer algum estudo para saber se o equipamento de GPS que ela está usando está correto, usa essa estação mais próxima como referência. Na prática, o engenheiro pode até ir até o marco da estação geodésica com seu equipamento GPS e ver se as coordenadas que o equipamento dele está mostrando são as mesmas daquela estação geodésica (considerada a referência). Até você mesmo pode fazer isso com seu celular, indo até qualquer uma das estações e ver se os valores que mostram no seu celular são os mesmos que estão associados àquela estação. O mesmo pensamento vale para as estações do tipo RN e EG, o que muda são os tipos de equipamentos GPS que foram usados para pegar as coordenadas associadas a ela. Na prática, as estações do tipo GPS são mais precisas do que as EG e RN. Mas todas elas podem usar o mesmo tipo de marco geodésico, ou seja, uma plaquinha de bronze no concreto”, explica.

Conforme o técnico, em todas as estações essa coordenada geográfica só é obtida uma vez, na criação dela. Depois, são feitas apenas visitas ocasionais para saber o estado delas. “Diferente é o caso da estação do tipo RBMC, pois é a única dessas, onde, de fato, há um equipamento funcionando sete dias por semana, 24h por dia, atualizando as coordenadas. Em Maringá, temos uma única estação dessas, que fica na UEM, cujo equipamento foi substituído em maio desse ano. Essa estação é de altíssima precisão e produz, além de coordenadas de latitude e longitude, dados de altitude e esses dados são publicados diariamente no site do IBGE, de forma pública, para uso de órgãos públicos, empresas e organismos internacionais e todos aqueles que precisam dessas informações sempre muito bem atualizadas. Além disso, ainda existe a possibilidade de algumas empresas receberem essas informações em tempo real diretamente da estação”, destaca.