A Prefeitura de Maringá está com inscrições abertas para o serviço de Família Acolhedora, iniciativa voltada ao cuidado temporário de crianças e adolescentes afastados judicialmente de suas famílias de origem. O serviço, ativo na cidade desde 2007, já acolheu 396 crianças e adolescentes ao longo dos anos.
A abertura de novas vagas ocorre em um momento em que a cidade enfrenta dificuldades no abrigo institucional, o que reforça a importância de ampliar o número de famílias acolhedoras. Atualmente, Maringá conta com 36 famílias cadastradas, mas 20 delas estão temporariamente inativas por motivos pessoais.
Durante o período de acolhimento a criança permanece sob os cuidados da família acolhedora, que recebe o termo de guarda e presta toda a assistência necessária. O acompanhamento é feito por uma equipe técnica composta por psicóloga e assistente social. A reinserção da criança na família biológica ou em um processo de adoção só ocorre mediante decisão judicial.
O processo para se tornar uma família acolhedora é criterioso e pode levar alguns meses. Os principais requisitos incluem: residir em Maringá, ter mais de 21 anos, disponibilidade para participar de formações e atividades do serviço, e concordância de todos os moradores da casa. Além disso, nenhum integrante da residência pode ter problemas psiquiátricos graves, dependência de álcool ou drogas, nem responder a processos judiciais.
Um dos pontos centrais é que a família acolhedora não pode adotar a criança acolhida. O acolhimento é temporário e tem caráter protetivo, não substitutivo.
Cada família recebe uma bolsa-auxílio de um salário mínimo por criança acolhida. É permitido acolher mais de uma criança apenas em casos de irmãos, respeitando sempre a capacidade de cuidado da família.
Segundo Karolline Baretta, diretora do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora, os maiores desafios estão no acolhimento de grupos numerosos de irmãos e adolescentes. “Inserir três ou quatro crianças ao mesmo tempo em uma dinâmica familiar é mais complexo. E, por lei, não podemos separá-las”, explica.