
A Secretaria de Saúde de Maringá está em alerta após a confirmação laboratorial de dois casos autóctones de dengue tipo 3 no município. É a primeira vez que se tem registro da circulação deste tipo de vírus na cidade.
No ano passado houve um caso de dengue tipo 3 importado. O vírus já circulava em outras cidades do Paraná.
Segundo o secretário municipal de saúde, Antônio Carlos Nardi, o tipo 3 é o mais grave da doença. “O tipo 3 tende a se manifestar de forma mais agressiva e evolui clinicamente com mais rapidez, podendo causar quadros graves mesmo em pessoas que nunca tiveram dengue anteriormente”, diz.
Este ano foram registrados até o momento 2.291 casos da doença. Destes, 201 casos foram com sinais de alarme e 10 casos graves. As duas confirmações de dengue tipo 3 foram destes casos graves, mas os pacientes se recuperaram. Maringá tem quatro mortes por dengue registradas este ano e nenhuma das mortes foi em função do vírus tipo 3.
O secretário de saúde reforça que a vacina contra a dengue já está disponível para alguns grupos selecionados, conforme critérios do Programa Nacional de Imunização e afirma que o Ministério da Saúde, em parceria com o Instituto Butantan, está desenvolvendo um novo imunizante para ampliar a cobertura vacinal.
“Enquanto isso é fundamental seguir com o combate à dengue no dia a dia, eliminando os criadouros do mosquito dentro das próprias residências. É no ambiente doméstico, como caixas de geladeira, vasos e recipientes que acumulam água, que o mosquito coloca seus ovos, os quais podem sobreviver por até um ano antes de eclodirem”, explica.
Sobrecarga nas UPAS
Os casos de dengue estão sobrecarregando as Unidades de Pronto Atendimento (UPAS). De acordo com o secretário, no feriado de 1º de maio, por exemplo, quando as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estavam fechadas, a UPA Zona Norte recebeu 378 pessoas, mas apenas 104 realmente necessitavam de atendimento de urgência (menos de 30%). O restante eram casos leves, que poderiam ter sido tratados em UBSs.
“A mesma situação aconteceu na UPA Zona Sul, com 473 atendimentos, sendo que apenas 29% eram casos urgentes. Apesar da alta demanda, todos os pacientes graves foram atendidos imediatamente, com quadros variados entre dengue e doenças respiratórias, comuns nesta época do ano devido à queda de temperatura, no entanto, esta situação gera sobrecarga e demora no atendimento de quem realmente precisa”, diz.
Veja abaixo a entrevista completa do secretário à CBN Maringá.